Quarenta anos da Teologia da Libertação

Teologia da Libertação celebra neste ano de 2011 40 anos de existiencia. Em 1971 Gustavo Gutiérrez publicana no Peru seu livro fundador “Teologia da Libertação.Perspectivas”. Eu publicava também em 1971 em forma de artigos, numa revista de religiosas – Grande Sinal – para escapar da repressão militar o meu Jesus Cristo Libertador, depois lançado em livro. Ninguém sabia um do outro. Mas estávamos no mesmo espírito. Desde então surgiram três gerações de teólogos e teólogas que se inscrevem dentro da Teologia da Libertação. Hoje ela está em todos os continentes e representa um modo diferente de fazer teologia, a partir dos condenados da Terra e da periferia do mundo.Aqui vai um pequeno balanço destes 40 anos de prática e de reflexão libertadoras.

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A Teologia da Libertação participa da profecia de Simeão a respeito do menino (Jesus): ela será motivo de queda e de elevação, será um sinal de contradição (Lc 2,34). Efetivamente a Teologia da Libertação é uma teologia incomprendida, difamada, perseguida e condenada pelos poderes deste mundo. E com razão. Os poderes da economia e do mercado a condenam porque cometeu um crime para eles intolerável: optou por aqueles que estão fora do mercado e são zeros econômicos. Os poderes eclesiásticos a condenaram por cair numa “heresia”prática ao afirmar que o pobre pode ser construtor de uma nova sociedade e também de outro modelo de Igreja. Antes de ser pobre, ele é um oprimido ao qual a Igreja deveria sempre se associar em seu processo de libertação. Isso não é politizar a fé mas praticar uma evangelilzação que inclui também o político. Consequentemente, quem toma partido pelo pobre-oprimido sofre acusações e marginalizações por parte dos poderosos seja civis, seja religiosos.
Por outro lado, a Teologia da Libertação representa uma benção e uma boa nova para os pobres. Sentem que não estão sós, encontraram aliados que assumiram sua causa e suas lutas. Lamentam que o Vaticano e boa parte dos bispos e padres construam no canteiro de seus opressores e se esquecem que Jesus foi um operário e pobre e que morreu em consequência de suas opções libertárias a partir de sua relação para com o Deus da vida que sempre escuta o grito dos oprimidos.
De qualquer forma, numa perspectiva espiritual, é para um teólogo e uma teóloga comprometidos e perseguidos uma honra participar um pouco da paixão dos maltratados deste mundo.

1. A centralidade do pobre e do oprimido

O punctum stantis et cadentis da Teologia da Libertação é o pobre concreto, suas opressões, a degradação de suas vidas e os padecimentos sem conta que sofre. Sem o pobre e o oprimido não há Teologia da Libertação. Toda opressão clama por uma libertação. Por isso, onde há opressão concreta e real que toca a pele e faz sofrer o corpo e o espírito ai tem sentido lutar pela libertação. Herdeiros de um oprimido e de um executado na cruz, Jesus, os cristãos encontram em sua fé mil razões por estarem do lado dos oprimidos e junto com eles buscar a libertação. Por isso a marca registrada da Teologia da Libertação é agora e será até o juizo final: a opção pelos pobres contra sua pobreza e a favor de sua vida e liberdade.
A questão crucial e sempre aberta é esta: como anunciar que Deus é Pai e Mãe de bondade num mundo de miseráveis? Este anúncio só ganhará credibilidade se a fé cristã ajudar na libertação da miséria e da pobreza. Então tem sentido dizer que Deus é realmente Pai e Mãe de todos mas especialmente de seus filhos e filhas flagelados.
Como tirar os pobres-oprimidos da pobreza, não na direção da riqueza, mas da justiça? Esta é uma questão prática de ordem pedagógico-política. Identificamos três estratégias.
A primeira interpreta o pobre como aquele que não tem. Então faz-se mister mobilizar aqueles que têm para aliviar a vida dos que não têm. Desta estratégia nasceu o assistencialismo e o paternalismo. Ajuda mas mantém o pobre dependente e à mercê da boa vontade dos outros. A solução tem respiração curta.
A segunda interpreta o pobre como aquele que tem: tem força de trabalho, capacidade de aprendizado e habilidades. Importa formá-lo para que possa ingressar no mercado de trabalho e ganhar sua vida. Enquandra o pobre no processo produtivo, mas sem fazer uma crítica ao sistema social que explora sua força de trabalho e devasta a natureza, criando uma sociedade de desiguais, portanto, injusta. É uma solução que ajuda favorece o pobre, mas é insuficiente porque o mantém refém do sistema, sem libertá-lo de verdade.
A terceira interpreta o pobre como aquele que tem força histórica mas força para mudar o sistema de dominação por um outro mais igualitário, participativo e justo, onde o amor não seja tão difícil. Esta estratégia é libertária. Faz do pobre sujeito de sua libertação. A Teologia da Libertação, na esteira de Paulo Freire, assumiu e ajudou a formular esta estratégia. É uma solução adequada à superação da pobreza. Esse é o sentido de pobre da Teologia da Libertação.
Só podemos falar de libertação quando seu sujeito principal é o próprio oprimido; os demais entram como aliados, importantes, sem dúvida, para alargar as bases da libertação. E a Teologia da Libertação surge do momento em que se faz uma reflexão crítica à luz da mensagem da revelação desta libertação histórico-social.

2.Teologia da Libertação e movimentos por libertação

Entretanto, só entenderemos adequadamente a Teologia de Libertação se a situarmos para além do espaço eclesial e dentro do movimento histórico maior que varreu as sociedades ocidentais no final dos anos 60 do século passado. Um clamor por liberdade e libertação tomou conta dos jovens europeus, depois norte-americanos e por fim dos latino-americanos.
Em todos os âmbitos, na cultura, na política, nos hábitos na vida cotidina derrubaram-se esquemas tidos por opressivos. Como as igrejas estão dentro do mundo, membros numerosos delas foram tomados por este Weltgeist. Trouxeram para dentro das Igrejas tais anseios por libertação. Começaram a se perguntar: que contribuição nós cristãos e cristãs podemos dar a partir do capital específico da fé cristã, da mensagem de Jesus que se mostrou, segundo os evangelhos, libertador? Esta questão era colocada por cristãos e cristãs que já militavam politicamente nos meios populares e nos partidos que queriam a transformação da sociedade.
Acresce ainda o fato de que muitas Igrejas traduziram os apelos do Concilio Vaticano II de abertura ao mundo, para o contexto latinoamericano, como abertura para o sub-mundo e uma entrada no mundo dos pobres-oprimidos. Deste impulso, surgiram figuras proféticas, nasceram as CEBs, as pastorais sociais e o engajamento direto de grupos cristãos em movimentos políticos de libertação. Para muitos destes cristãos e cristãs e mesmo para uma significativa porção de pastores não se tratava mais de buscar o desenvolvimento. Este era entenddo como desenvolvimento do subdsenvolvimento, portanto, como uma opressão. Demandava, portanto, um projeto de libertação.
Portanto, a Teologia da Libertação não caiu do céu nem foi inventada por algum teólogo inspirado. Mas emergiu do bojo desse movimento maior mundial e latino-americano, por um lado político e por outro eclesial. Ela se propôs pensar as práticas eclesiais e políticas em curso à luz da Palavra da Revelação. Ela comparecia como palavra segunda, crítica e regrada, que remetia à palavra primeira que é a prática real junto e com os oprimidos. Alguns nomes seminais merecem ser aqui destacados que, por primeiro, captaram a relevância do momento histórico e souberam encontrar-lhe a fórmula adequada, Teologia da Libertação: Gustavo Gutiérrez do Peru, Juan Luiz Segundo do Uruguai, Hugo Asmann do Brasil e Enrique Dussel e Miguez Bonino, ambos da Argentina. Esta foi a primeira geração. Seguiram-se outras.

3. Os muitos rostos dos pobres e oprimidos

A Teologia da Libertação partiu diretamente dos pobres materiais, das classes oprimidas, dos povos desprezados como os indígenas, negros marginalizados, mulheres submetidas ao machismo, das religiões difamadas e outros portadores de estigmas sociais. Mas logo se deu conta de que pobres-oprimidos possuem muitos rostos e suas opressões são, cada vez, específicas. Não se pode falar de opressão-libertação de forma generalizada. Importa qualificar cada grupo e tomar a sério o tipo de opressão sofrida e sua correspondente libertação ansiada.
Desmascarou-se o sistema que subjaz a todas estas opressões, construido sobre o submetimento dos outros e da depredação da natureza. Dai a importância do diálogo que a Teologia da Libertação conduziu com a economia políica capitalista. De grande relevância crítica foi a releitura da história da América Latina a partir das vítimas, desocultando a perversidade de um projeto de invasão coletivo no qual o colono ou o militar vinha de braço dado com o missionário. Esse casamento incestuoso produziu, segundo o historiador Oswald Spengler, o maior genocídio da história. Até hoje nem as potências outrora coloniais nem a Igreja institucional tiveram a honradez de reconhecer esse crime histórico, muito menos de fazer qualquer gesto de reparação.
Sem entrar em detalhes, surgiram várias tendências dentro da mesma e única Teologia da Libertação: a feminista, a indígena, a negra, a das religiões, a da cultura, a da história e da ecologia. Logicamente, cada tendência se deu ao trabalho de conhecer de forma crítica e científica seu objeto, para poder retamente avaliá-lo e atuar sobre ele de forma libertadora à luz da fé.

4. Como fazer uma teologia de libertação

Aqui cabe uma palavra sobre o como fazer uma teologia que seja libertadora, quer dizer, cabe abordar o método da Teologia da Libertação. O método seja talvez uma de suas contribuições mais notáveis que este modo de fazer teologia trouxe ao quefazer teológico universal. Parte-se antes de mais nada de baixo, da realidade, a mais crua e dura possível, não de doutrinas, documentos pontifícios ou de textos bíblicos. Estes possuem a função de iluminação mas não de geração de pensamento e de práticas.
Face à pobreza e à miséria, a primeira reação foi, tipicamente, jesuânica, a do miserior super turbas, de compaixão que implica transportar-se à realidade do outro e sentir sua paixão. É aqui que se dá uma verdadeira experiência espiritual de encontro com aqueles que Bartolomeu de las Casas no México e Guamán Poma de Ayala no Peru chamavam de os Cristos flagelados da história. Há um encontro de puro espírito com o Cristo crucificado que quer ser baixado da cruz. Esta experiência espiritual de compaixão só é verdadeira se der origem a um segundo sentimento o de iracundia sagrada que se expessa: “isso não pode ser, é inaceitável e condenável; deve ser superado”.
Destes sentimentos surge imediatamente a vontade de fazer alguma coisa. É nesse momento que entra a racionalidade que nos ajuda a evitar enganos, fruto da boa vontade mas sem crítica. Sem análise corre-se o risco do assistencialismo e do mero reformismo que acabam por reforçar o sistema. O conhecimento dos mecanismos produtores da pobreza-opressão nos mostra a necesidade de uma transformação e libertação, portanto de algo novo e alternativo. Em seguida, buscam-se as mediações concretas que viabilizam a libertação, sempre tendo como protagonista principal o próprio pobre. Aqui entra a funcionar outra lógica, aquela das metas, das táticas e estratégias para alcançá-las, das alianças com outros grupos de apoio e da avaliação da correlação de forças, do juizo prudencial acerca da reação do sistema e de seus agentes e da possibilidade real de avanço. Alcançada a meta, vale a celebração e a festa que congraçam as pessoas, lhes conferem sentimento de pertença e do reconhecimento da própria força transformadora. Então constatam empiricamente que um fraco mais um fraco não são dois fracos, mas um forte, porque a união faz a força histórica transformadora.
Resumindo: estes são os passos metodológicos da Teologia a Libertação: (1) um encontro espiritual, vale dizer, uma experiência do Crucificado sofrendo nos crucificados. (2) uma indignação ética pela qual se condena e rejeita tal situação como desumana que reclama superação;(3) um ver atento que implica uma análise estrutural dos mecanismos produtores de pobreza-opressão; (4)um julgar crítico seja aos olhos da fé seja aos olhos da sã razão sobre o tipo de sociedade que temos, marcada por tantas injustiças e a urgência de transformá-la; (5) um agir eficaz que faz avançar o processo de libertação a partir dos oprimdiso; (5) um celebrar que é um festejar coletivo das vitórias alcançadas.
Esse método é usado na linguagem do cotidiano seja pelos meios populares que se organizam para resistir e se libertar, seja pelos grupos intermediários dos agentes de pastoral, de padres, bispos, religiosos e religiosas e leigos e leigas cujo discurso é mais elaborado, seja pelos próprios teólogos que buscam rigor e severidade no discurso.

5. Contribuições da Teologia da Libertação para a teologia universal

A Teologia da Libertação, por causa da perspectiva dos pobres que assumiu, revelou dimensões diferentes e até novas da mensagem da revelação. Em primeiro lugar, ela propiciou a reapropriação da Palavra de Deus pelos pobres. Em suas comunidades e círculos bíblicos aprenderam comparar página da Bíblia com a página da vida e dai tirar consequências para sua prática cotidiana. Lendo os Evangelhos e se confrontando com o Jesus de Nazaré, artesão, factotum e campones mediterrâno, perceberam a contradição entre a condição pobre de Jesus e a riqueza da grande instituição Igreja. Esta está mais próxima do palácio de Herodes do que da gruta de Belém. Com respeito aprenderam a fazer suas críticas ao exerício centralizado do poder na Igreja e ao fechamento doutrinal face a questões importantes para a sociedade como é a moral familiar e sexual.
A Teologia da Libertação nos fez descobrir Deus como o Deus da vida, o Pai e Padrinho dos pobres e humildes. A partir de sua essência, como vida, se sente atraido pelos que menos vida têm. Deixa sua transcendência e se curva para dizer:”ouvi a opressão de meu povo…desci para libertá-lo”(Ex 3,7). A opção pelos pobres encontra seu fundamento na própria natureza de Deus-vida.
Revelou-nos também a Jesus como libertador. Ele é libertador, não porque assim o chamam os teólogos da libertação, mas por causa do testemunho dos Apóstolos. Ele libertou do pecado mas também da doença, da fome e da morte. Jesus não morreu. Foi assassinado porque viveu uma prática libertária que ofendia as convenções e tradições da época. Anunciou uma proposta – o Reino de Deus – que implicava uma revolução em todas as relações; não apenas entre Deus e os seres humanos, mas também na sociedade e nos cosmos. O Reino de Deus se contrapunha ao Reino de César, o que representava um ato político de lesa-majestade. O Imperador revindicava para si o título de Deus e até de “Deus de Deus”, coisa que o credo cristão mais tarde atribuirá a Cristo. A ressurreição, ao lado de outros significados, emerge como a inauguração do “novissimus Adam”(1Cor 15,45), como uma “revolução na evolução”.
Permitiu-nos identificar em Maria, não apenas aquela humilde serva do Senhor que diz fiat mas a profetiza que clama pelo Deus Go’El, o vingador dos injustiçados, aquele que derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes (Lc 1, 51-52). Ela clarificou também a missão da Igreja que é atualizar permanentemente, para os tempos e lugares diferentes, a gesta libertadora de Jesus e manter vivo seu sonho de um Reino de Deus que começa pelos últimos, os pobres e excluidos e que se estende até à criação inteira será finalmente resgatada, onde vige a justiça, o amor incondicional, o perdão e a paz perene.

6. A Teologia da Libertação como revolução espiritual

As reflexões que acabamos de fazer nos permitem dizer: a Teologia da Libertação produziu uma revolução teológico-espiritual. Não houve muitas revoluções espirituais no Cristianismo. Mas sempre que elas ocorrem, se resignificam os principais conteúdos da fé, como assinalamos acima, emerge uma nova vitalidade e a mensagem cristã libera dimensões insuspeitadas, gerando vida e santidade.
É a primeira teologia histórica que nasceu na periferia do cristianismo e distante dos centros metropolitanos de pensamento. Ela denota uma maturação inegável das Igrejas-filhas que conseguem articular, com sua linguagem própria, a mensagem cristã, sem romper a unidade de fé e a comunhão com as Igrejas-mães.
Nunca na história do cristianismo os pobres ganharam tanta centralidade. Eles sempre estiveram ai na Igreja e foram destinatários dos cuidados da caridade cristã. Mas aqui se trata de um pobre diferente, que não quer apenas receber mas dar de sua fé e inteligência. Trata-se do pobre que pensa, que fala, que se organiza e que ajuda a construir um novo modelo de Igreja-rede-de-comunidades. Os pastores de estilo autoritário não temem o pobre que silencia e obedece. Mas tremem diante do pobre que pensa, fala e participa na definição de novos rumos para a comunidade. São cristãos com consciência de sua cidadania eclesial.
A irradiação da Teologia da Libertação alcançou o aparelho central da Igreja Católica, o Vaticano. Influenciadas pelos setores mais conservadores da própria Igreja latinoamericana e das elites políticas conservadoras, as instâncias doutrinárias sob o então Card. Joseph Ratzinger reagiram, em 1984 e 1986, com críticas contra a Teologia da Libertação.
Mas se bem repararmos, não se fazem condenações cerradas. Tais autoridades chamam a atenção para dois perigos que acossam este tipo de teologia: a redução da fé à política e o uso não-crítico de categorias marxistas. Perigos não são erros. Evitados, eles deixam o caminho aberto e nunca invalidam a coragem do pensamento criativo. Apesar das suspeitas e manipulações que se fizeram destes dois documentos oficiais, a Teologia da Libertação pôde continuar com sua obra.
Por esta razão entendemos que o Papa João Paulo II, com mais espírito pastoral que doutrinal, tenha enviado uma Mensagem ao Episcopado do Brasil no dia 6 de abril de 1986 na qual declara que esta a Teologia da Libertação, em condições de opressão, “não é somente útil mas também necessária”.
Mas sobre a figura do então Card. Joseph Ratzinger pesa uma acusação irremissivel, que seguramente passará negativamente para a história da teologia: a de ter-se revelado inimigo da inteligência dos pobres e de seus aliados e de ter condenado a primeira teologia surgida na periferia da Igreja e do mundo que conferia centralidade à dignidade dos oprimidos.
Efetivamente, proibiu que mais de cem teólogos de todo o Continente elaborassem uma coleção de 53 tomos- Teologia e Libertação – como subsídio a estudantes e a agentes de pastoral que atuavam na perspectiva dos pobres. Mais que um erro de governo, foi um delito contra a eclesialidade e um escárneo aos pobres pelos quais deverá responder diante de Deus. Também para ele vale o dito: na tarde sua vida, os pobres serão seus juizes dos quais esperamos que tenham para com o Cardeal mais misericórdia que severidade, diante de tanta ignorância e arrogância de quem se poderia esperar apoio entusiasmado e acompanhamento diligente.
Ao contrário, muitos teólogos foram postos por ele sob vigilância, advertidos, marginalizados em suas comunidades, acusados, proibidos de exercer o ministério da palavra, afastados de suas cátedras ou submetidos a processos doutrinários com “silêncio obsequioso”. Esta rigidez não dminuiu ao fazer-se Papa, mas continuou com renovado fervor. Et est videre miseriam.
A Teologia da Libertação devolveu dignidade e relevância à tarefa da Teologia. Conferiu-lhe um inegável caráter ético. Os teólogos desta corrente, sem renunciar ao estudo e à pesquisa, se associaram à vida e a causa dos condenados da Terra. No apoio a seus movimentos correram riscos. Muitos conheceram a prisão, a tortura e outros o martírio. Ousamos dizer que a Teologia da Libertação junto com a Igreja da Libertação que lhe subjaz é um dos poucos movimentos eclesiais que no século XX conheceu o martírio, curiosamente praticados por cristãos repressores, atingindo leigos e leigas, religosas e religiosos, pastores, teólogos e teólogas não poupando mesmo bispos como Dom Angelelli da Argentina e Dom Oscar Arnulfo Romero de El Salvador. É o sinal da verdade desta opção pelos pobres.
Por fim, a Teologia da Libertação chama as demais teologias à sua responsabilidade social no sentido de colaborarem na gestação de um mundo mais justo e fraterno. Sua missão não se esgota numa diligência ad intra, ao espaço eclesial. Se ela não quiser escapar da indiferença e do cinismo deve se deixar mover pelo grito dos oprimidos que sobe das entranhas da Terra. Poucos são os que escutam esse clamor. Uma teologia que silencia diante do tragédia dos milhõs de famélicos e condenados a morrer antes do tempo, não tem nada a dizer sobre Deus ao mundo.

7. A Teologia da Libertação como revolução cultural

Por fim, a Teologia não representou apenas uma revolução espiritual. Ela significou também uma revolução cultural. Contribuiu para que os pobres ganhassem visibilidade e consciência de suas opressões. Gestou cristãos que se fazeram cidadãos ativos e a partir de sua fé se empenharam em movimentos sociais, em sindicatos e em partidos no propósito de dar corpo a um sonho, que tem a ver com o sonho de Jesus, o de construir uma convivência social na qual o maior número possa participar e todos juntos possam forjar um futuro bom para a humanidade e para a natureza.
É mérito da Igreja da Libertação com sua Teologia da Libertação subjacente ter contribuido decididamente na construção do Partido dos Trabalhadores, do Movimento dos Sem Terra, do Conselho Indigenista Missionário, da Comissão da Pastoral da Terra, da Pastoral da Criança, dos Hansenianos e dos portadores do virus HIV que foram os instrumentos para praticar a libertação e assim realizar os bens do Reino. Aqui o cristianismo mostrou e mostra a primazia da ortopraxis sobre a ortodoxia e a importância maior das práticas sobre as prédicas.
Nascida na América Latina, esta teologia se expandiu por todo o terceiro mundo, na Africa, na Asia, especialmente naquelas Igrejas particulares que penetraram no universo dos pobres e oprimdos e em movimentos dos paises centrais ligados à solidariedade internacional e ao apoio às lutas dos oprimidos, na Europa e nos Estados Unidos. De forma natural, ela se associou ao Forum Social Mundial e encontrou lá visibilidade e espaço de contribuição às grandes causas vinculadas ao um outro mundo possível e necessário, articulando o discurso social com o discurso da fé.
Em todas as questões abordadas, a preocupação é sempre essa: como vai a caminhada dos pobres e dos oprimdos no mundo? Como avança o Reino com seus bens e que obstáculos encontra pela frente, vindos da própria instituição eclesial, não raro tardia em tomar posições e insensível aos problemas do homem da rua e aqueles derivados principalmente das estratégias dos poderosos, decididos em manter invisíveis e silenciados os oprimidos para continuarem sua perversa obra de acumulação e dominação.

8. O futuro da Teologia da Libertação

Que futuro tem e terá a Teologia da Libertação? Muitos pensam e lhe interessa pensar assim que ela é coisa dos anos 70 do século passado e que já perdeu atualidade e relevância. Só mentalidades cínicas podem alimentar tais desejos, totalmente alienadas com o que passa com o planeta Terra e com o destino dos pobres no mundo. O desafio central para o pensamento humanitário e para a Teologia da Libertação é exatamente o crescente aumento do número de pobres e o acelerado aquecimento global e a opressão dos pobres. Lamentavelmente, cada vez menos pessoas, grupos e igrejas estão dispostos a ouvir seu clamor canino que se dirige ao céu. Uma Igreja e uma teologia que se mostram insensíveis a esta paixão se colocam a quilômetros luz da herança de Jesus e da libertação que ele anunciou e antecipou.
A Teologia da Libertação não morreu. Ela é atualmente mais urgente do que quando surgiu no final dos anos 60 do século XX. Apenas ficou mais invisível pois saiu do foco das polêmicas que interessam a opinião pública. Enquanto existirem neste mundo pobres e oprimidos haverá pessoas, cristãos e Igrejas que farão suas as dores que afligem a pele dos pobres, suas as angústias que lhes entristecem a alma e seus os golpes que lhes atingem o coração. Estes atualizarão os sentimentos que Jesus teve para com a humanidade sofredora.
No contexto atual de degradação da Mãe Terra e da devastação continuada do sistema-vida, a Teologia da Libertação entendeu que dentro da opção pelos pobres deve incluir maximamente a opção pelo grande pobre que é o Planeta Terra.
Ele é vítima da mesma lógica que explora as pessoas, subjuga as classes, domina as nações e devasta a natureza. Ou nos libertamos desta lógica perversa ou ela nos poderá levar a uma catástrofe social e ecológica de dimensões apocalípticas, não excluída a possibilidade até da extinção da espécie humana. A inclusão desta problemática, quiça, a mais desafiante de nosso tempo, fez nascer uma vigorosa Ecoteologia da Libertação. Ela se soma a todas as demais iniciativas que se empenham por um outro paradigna de relação para com a natureza, com outro tipo de produção e com formas mais sóbrias e solidárias de consumo.
Que futuro tem a Teologia da Libertação? Ela tem o futuro que está reservado aos pobres e oprimidos. Enquanto estes persistirem há mil razões para que haja um pensamento rebelde, indignado e compassivo que se recusa aceitar tal crueldade e impiedade e se empenhará pela libertação integral.
Ela não terá lugar dentro do atual sistema capitalista, máquina produtora de pobreza e de opressão. Ela só poderá existir na forma de resistência, sob perseguições, difamações e martírios. Mesmo assim, porque nenhum sistema é absolutamente fechado, ela poderá colocar cunhas por onde o pobre e o oprimido construirão espaços de liberdade. Por isso, a Teologia da Libertação possui uma clara dimensão política: ela quer a mudança da sociedade para que nela se possam realizar os bens do Reino e os seres humanos possam conviver como cidadãos livre e participantes.
Que futuro tem a Teologia da Libertação denro do tipo de Igreja-instituição que possuimos? Mantido o atual sistema, cujo eixo estruturador é a sacra potestas, o poder sagrado, centralizado somente na hierarquia, ela só poderá ser uma teologia no cativeiro e relegada à marginalidade. Ela é disfuncional ao pensamento oficial e ao modo como a Igreja se organiza hierarquicamente: de um lado o corpo clerical que detém o poder sagrado, a palavra e a direção, e do outro, o corpo laical, sem poder, obrigado a ouvir e a obedecer. Na esteira do Concílio Vaticano II, a Teologia da Libertação se baseia num conceito de Igreja comunhão, rede de comunidades Povo de Deus e poder sagrado como serviço.
Esta visão de Igreja foi nos últimos decênios praticamente anulada por uma política curial de volta à grande disciplina e pelo reforço à estrutura hierárquica de orgnização eclesial.
Assim se fecharam as portas à conciliação tentada pelo Concílio Vaticano II entre Igreja Povo de Deus e Igreja Hierárquica, entre Igreja-poder e Igreja-comunhão. O difícil equilíbrio alcançado foi logo rompido ao se entender a comunhão como comunhão hierárquica, o que anula o conteúdo inovador deste conceito que supõe a participação equânime de todos e a hierarquia funcional de serviços e não a hiierarquia ontológica de poderes. A burocracia vaticana e os Papas Wojtyla e Ratzinger nterpretaram o Vaticano II à luz do Vaticano I centralizando novamente a Igreja ao redor do poder do Papa e esvaziando os poucos órgãos de colegialidade e participação.
Não devemos ocultar o fato de que ao optar pelo poder a Igreja institituição optou pelos que também têm poder, numa palavra, os ricos. Os pobres perderam centralidade. A eles está reservada a assistência e a caridade que nunca faltaram. Mas quem opta pelo poder fecha as portas e as janelas ao amor e à misericórdia. Lamentavelmente ocorreu com o atual modelo de Igreja, burocrático, frio e nas questões concernentes à sexualidade, a homoafetividade, à AIDS e ao divórcio, sem misericórdia e humanidade.
Nestas condições, não há como fazer uma Teologia da Libertação como um bem da Igreja local e universal que toma a sério a questão dos pobres e da justiça social. Ela subverte a ordem estabelecida das coisas. Seu destino será a deslegitimação e a perseguição. Não será exagero dizer que ela vive e viveu o seu mistério pascal: sempre rejeitada, sempre sepultada e também sempre de novo ressuscitada porque o clamor dos pobres não permite que ela morra.
Mas na Igreja instituição, apesar de suas graves limitações, sempre há pessoas, homens e mulheres, padres, religiosos e religiosas e bispos que se deixam tocar pelos crucificados da história e se abrem ao chamado do Cristo libertador. Não apenas socorrem os pobres mas se colocam do lado deles e com eles caminham buscando formas alternativas de viver e de expressar a fé.
Qual o futuro da Teologia da Libertação? Ecumênica desde seus inícios, ela vicejará naquelas Igrejas que se remetem ao Jesus dos evangelhos, àquele que proclamou benaventurados os pobres e que se encheu de compaixão pelo povo faminto e que, num gesto de libertação, multiplicou os pães e os peixes. Estas Igrejas ou porções delas, ousadamente mantem a opção pelos pobres contra a sua pobreza. Entenderão esta opção como um imperativo evangélico e a forma, talvez a mais convincente, de preservar o legado de Jesus e de atualizá-lo para os nossos tempos.

9.Onde encontrar hoje a Teologia da Libertação

Qual será o futuro da Teologia da Libertação? Está em seu presente. Ela continua viva e cresce, com caráter ecumênico, na leitura popular da Bíblia, nos círculos bíblicos, nas comunidades eclesiais de base, nas pastorais sociais, no movimento fé e política e nos trabalhos pastorais nas periferias das cidades e nos interiores do paises. Neste nivel e por sua natureza ecumênica e popular esta teologia, de certa forma, escapa da vigilância das autoridades doutrinárias.
Ela é a teologia adequada àquelas práticas que visam a transformação social e a gestação de um outro modo de habitar a Terra. Se alguém quiser encontrar a Teologia a Libertação não vá às faculdades e institutos de teologia. Ai encontrará fragmentos e poucos representantes. Mas vá às bases populares. Ai é seu lugar natural e ai viceja vigorosamente. Ela está reforçando o surgimento de um outro modelo de Igreja mais comunitário, evangélico, participativo, simples, dialogante, espiriual e encarnado nas culturas locais que lhe conferem um rosto da cor da população, em nosso caso, indio-negro-latinoamericano.
Alçando a vista numa perspectiva universal, tenho uma como que visão. Vejo a multidão de pobres, de mutilados, aqueles que o Apocalipse chama “de sobreviventes da grande tribulação” (7,14) cujas lágrimas são enxugadas pelo Cordeiro, organizados em pequenos grupos erguendo a bandeira do Evangelho eterno, da vida e da libertação. Seguidores do Servo sofredor e do Profeta perseguido e ressuscitado a eles está confiado o futuro do Cristianismo, disseminado no mundo globalizado em redes de comunidades, enraizado nas distintas culturas locais e com os rostos dos seres humanos concretos. Deixando para trás a pretensão de excepionalidade que tantas separações trouxe, se associarão a outras igrejas, religiões e caminhos espirituais no esforço de manter viva a chama sagrada da espiritualidade presente em cada pessoa humana.
Dentro deste tipo comunional e de mútua aceitação das diferentes igrejas, a Teologia da Libertação terá um lugar natural. Ela recolherá reflexivamente os esforços dos cristãos pelo resgate da dignidade dos pobres e da dignidade e dos direitos da Terra e animará a caminhada da humanidade rumo a um mundo que ainda não conhecemos mas que cremos estar alinhado àquele que Jesus sonhou.
Então, Teologia da Libertação terá cumprido a sua missão. Comprenderá que no binômio Teologia da Libertação, o decisivo não é a Teologia mas a Libertação real e histórica, porque esta e não aquela é um dos bens do Reino de Deus.

Leonardo Boff
Leonardo Boff, 1938, doutorado em teologia e filosofia, foi durante mais de 20 anos professor de teologia sistemática no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi professor visitante em várias universidades estrangeiras e galardoado com vários dr.h.c. Escreveu mais de 80 livros nas várias áreas teológicas e humanísticas e sempre se entendeu no âmbito da Teologia da Libertação.

180 comentários sobre “Quarenta anos da Teologia da Libertação

  1. Sinceramente caro Mestre LB, com um texto deste balancei com minha descrença, anima a acreditar q ainda exista uma chama acessa do verdadeiro exemplo de Cristo, se Ele chegasse agora na face da Terra, jamais entraria no vaticano aquele palácio de ostentação, totalmente o contrário da base do ‘evangelho’… mas procuraria o sr. e os outros idealizadores desta digna teologia… ascende a Fé de qlq um… VIVA A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO!!!

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    • LEONRDO,

      CONCORDO COM SUAS PALAVRAS, DIRECIONADAS Ao Mestre Leonardo Boff. Fico na esperança também que a TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, pudessemos nos libertar das Igrejas (todas) e partíssemos para a TEOPRATICA DA LIBERTAÇÃO, cristã, livre e ecumênica. Ao mesmo tempo jardim para todos.

      CACILDA

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      • minha irmã pra vc ser livre não precisa de uma teologi da libertação
        e nem taõ pouco deixar a fé catolica a igreja nos liberta com a luz do evangelio com os seus ensinamentos com certeza a igreja tem muito mas im0ortancia da sociedade doq um sumplies analize

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    • Apoenas para fazer um contraponto lei esse artigohttp://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/um_cadaver_no_poder_ii

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    • Ainda bem que esta abordagens teologica esta sendo desfeita com o passar dos anos, pois ela só causou mal na Igreja.

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    • Concordo plenamente! Infelizmente, a Igreja Católica enveredou por caminhos que a afastam cada vez mais daqueles que deveriam ter a atenção maior e prioritária de suas ações. Participei da pastoral da juventude e tínhamos uma formação que nos orientava à inserção na sociedade de forma a atuar pela transformação social. Hoje, também lamento.

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  2. Dr. Leonardo, boa noite.
    Quando soube que daria uma palestra em Juazeiro do Norte/CE – dia 27 deste mês – logo avisei à minha tia, ela é grande admiradora do seu trabalho e tem vários dos seus livros. Prontamente buscamos nos inscrever. Haverá um local/horário, fora o do evento, em que possa haver um maior contato com o senhor?
    aguardo ansioso por um retorno.
    Saúde, Forte Abraço.

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  3. É algo em que sempre acreditei, porém não encontrava teoria e prática na sociedade que tivesse esse embasamento. Foi quando ouvi falar sobre a teologia da libertação. Me encantei pelos principios, por encontrar nela um par aos meus principios, e ter como certeza que é disso que nossa sociedade tão pobre espiritual e socialmente precisa, em detrimento ao capital.

    Ótimo artigo.

    Acompanho sempre sua literatura!

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    • Olá Rodrigo!
      Estou escrevendo também sobre a Teologia da Libertacao: uma Analise de Leonardo Boff.

      Como voce já deve ter escrito a sua monografia, talvez poderia me dar algumas dicas!

      Obrigado!

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      • Eldivar
        Creio que uma boa introdução à teologia da libertação, seus principais conteudos e seu método seja o livrinho que escrevi junto com meu irmão Frei Clodovis Boff: Como fazer teologia da libertação. Imprescindível é o livro de Gustavo Gutiérrez, Teologia da Libertação e outros como os de João Batista Libanio.
        um abraço e bom proveito

        lboff

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      • Prezados, não vi suas respostas.
        Desculpe pelo atraso.
        Caso queiram ver minha dissertação de Mestrado é só pesquisar no Google “A AÇÃO POLÍTICA DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO HOJE: ESTUDO DE CASO DA PRELAZIA DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA (MT)”

        Estudei a TL e as principais obras de Leonardo Boff e Gustavo Gutierrez.
        Abraços

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  4. “Opção preferencial pelos pobres” que acaba transformando-se mais em assistencialismo do que em anúncio do Evangelho. Lamentável o que se tornou, já que na essencia foi boa.

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  5. Cresci num bairro da periferia de São Paulo, e lembro que no inicio da minha adolescência, meados da década de 80, ainda meio sem entender o que acontecia, a homilia trazia exemplos práticos do dia-a-dia, do desemprego, da falta de oportunidades, da desigualdade de renda, da precariedade dos serviços sociais básicos oferecidos pelo governo, como a saúde e a educação. A igreja era um local onde as pessoas se reuniam para traçar estrategias de como ter acesso a seus direitos, onde se organizavam abaixo-assinados e manifestações. Muito disso se perdeu. Mas ao ler este artigo, percebi que presenciei tudo isso, que vivi tudo isso, que faz parte da minha história. E é muito bom saber que tudo contribuiu para o ser humano que sou hoje. Fico feliz, encontrei a explicação para muitas ideias que defendo. Obrigada.

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  6. Muito me inspira a existência de “amigos de Deus” como é o seu caso, Leonardo Boff. Destes tenho certeza que Jesus fará questão de sentar ao lado (se já não o faz), olhar bem nos olhos e dizer como profunda satisfação: ” – Sempre fomos amigos!” … Há tempos vi uma fala muito feliz e pertinente de João Batista Libanio quando dizia: “Leonardo Boff? Bom, este ilumina um céu inteiro sozinho…” Sou um grande admirador de sua humanidade tão genuína e capacidade intelectual e reflexiva de causar assombro. Conhecer suas ideias e seus ideais é sempre uma honra e um privilégio! E por isso mesmo comungo deles… Um fraterno abraço a você, quem me sinto na liberdade de chamar de amigo, por experimentar que nossos corações sintonizam na mesma frequência.

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  7. Na verdade, a Teologia da Libertação (TdL) tem mais de 40 anos. Antes de Gutierrez lançar seu “Teología de la Liberación” o brasileiro, à época presbiteriano, Rubem Alves, defendera, e posteriormente publicara, sua tese de doutorado em Teologia no Princeton Theological Seminary nos EUA, entitulada “Towards a Theology of Human Liberation” (algo como “Em direção a uma Teologia da Libertação Humana”). Uma editora aprovou a publicação em forma de livro, mas o editor sugeriu pela retirada da palavra “libertação”. Poucos anos depois surgiu o livro de Gutierrez. E antes ainda, o também presbiteriano Richard Shaull, que fora professor de Alves no Seminário Presbiteriano de Campinas, falava de algo muito parecido com o que viria a ser a TdL. O próprio Alves conta esta história com muitos detalhes em “Sobre deuses e caquis”, o prefácio que escreveu para “Da esperança”, o título que foi dado no Brasil pela Editora Papirus à edição em português de sua tese doutoral, verdadeiramente a semente da TdL. A vertente de TdL de Alves é bem diferente daquela defendida por Gutierrez e outros mais. A gente fala “Teologia” da Libertação no singular por força de hábito, porque o mais correto seria usar o plural, “Teologias” da Libertação. Juan Luis Segundo por exemplo, que a meu ver foi o mais denso e complexo de todos os teólogos da libertação, não era tido pelo tal pelo “mainstream” da TdL. Mas enfim, seja como for, a TdL está aí, com seus erros e acertos cumpriu, cumpre e cumprirá seu papel profético. A maioria dos seus críticos nunca leu nada que seja de fato TdL. E a maioria dos seus adeptos mais ardorosos e fervorosos nunca leu nada que seja de perspectiva diferente. C’est la vie…

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    • Com licença caro Carlos, mas como “adepto ardoroso e fervoroso” venho dizer q a sua generalização na “perspectiva diferente” é infundada, pode ser q muitos não conheçam autores diferentes, mas sempre a msm linha de “libertação” é a chave do modo singular, porem essas “teologias” no plural levam a mais fragmentação, como se tivéssemos q classificar A ou B e até o C… sendo fenômeno singular de expressão dos q lutam contra qlq forma de opressão e exclusão, sem isso é mais uma ideologia, alias teologia… sem necessidades de classificações e comparações a tradições ou instituições… TdL pra mim, q não tem “perspectiva diferente”, é isso, será q há fundamento no seu comentário alem desse significado?

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      • Não é infundada não. Você não tocou no âmago do meu argumento, a saber: a perspectiva do primeiro Rubem Alves é diferente da perspectiva da TdL católica. Se você considerar Juan Luis Segundo como libertacionista, você concordará com meu argumento. Como explicar que Segundo tenha tido um manuscrito rejeitado pelo comitê editorial da série “Libertação e Teologia”, publicada pela Vozes em vários volumes? Para o comitê editorial o que Segundo escrevia não era TdL. Mas é claro que era. So que em perspectiva diferente. Leia Segundo. Ele foi um crítico contundente de Gustavo Gutierrez por exemplo. Criticou os teólogos da libertação como o mexicano José Porfírio Miranda que eram acríticos no uso da ferramenta marxista de análise da sociedade. É por isso que digo que há uma tradição de usar o singular, mas o mais certo seria usar o plural. Eu mesmo uso a forma singular. Mas com a ressalva já citada.

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    • Bem, não se suas informações procedem, mas uma coisa sei com certeza, pois li do próprio Rubens Alves: ele foi expulso da Igreja Presbiteriana e entregue por ela aos milicos.

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      • Minhas informações procedem sim. Citei a fonte, do próprio Rubem Alves. Agora, você poderia dizer em que texto ele afirma ter sido expulso da Igreja Presbiteriana e, como você disse, “entregue por ela aos milicos”?

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    • Olá Carlos,
      condordo que a Teologia da Libertação é anterior a 1971, porém esse nome-conceito específico é de Gustavo Gutiérrez. A origem oficial da Teologia da Libertação é de em julho de 1968, com a conferência proferida por esse teólogo peruano e intitulada “Notas para uma teologia da libertação”. Esta conferência foi apresentada no segundo encontro de sacerdotes em Chimbote, no norte do Peru – um mês antes do início da Conferência de Medellín (Colômbia, agosto de 1968) – e é reconhecida como a primeira vez em que foi usada a expressão Teologia da Libertação. Tal expressão e o conteúdo daquela conferência de Chimbote foram publicados primeiramente no pequeno texto de Gustavo Gutiérrez, “Hacia una teología de la liberación”. Montevideo: MIEC-JECI, 1969. 30p. Apenas depois, em 1971, que foi publicado em Lima o programático e célebre livro Teología de la Liberación – perspectivas. Este, de conteúdo mais embasado e denso, foi de impacto marcante, e por essa causa, considerado a pedra fundamental dessa corrente teológica. Vale observar que o teólogo Gustavo Gutiérrez possui um modo tortuoso de escrever, ou seja, suas ideias brotam do estudo e da prática pastoral, passam pela oralidade de suas conferências, palestras e homilias e posteriormente são registradas por escrito. E ainda seus textos são reelaborados e republicados diversas vezes até se reunirem em um livro, às vezes só depois de uma década.

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  8. Obrigado, Frei Leonardo Boff.
    Renovei minha esperança. E, por outro lado, me envergonho de nada fazer.
    Não consigo visualizar como eu poderia ser mais um ator dessa transformação.

    Não sei onde a TL está materializada e atuando na minha cidade, Recife-PE.

    Abraço.

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  9. Dr. Leonardo, lamentável que a revista Veja continue apresentando conteúdo “raso” como a entrevista de Luis Felipe Ponde. Filosofia apropriada ao editorial. O filosofo deveria se limitar à analise sobre jantares sociais hipócritas. Parabéns pelo texto emocionante e motivador na contínua opção pelos mais fragilizados, como ensinaram Jesus e Francisco de Assis.

    O conteúdo da entrevista: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/07/entrevista-luiz-felipe-ponde-santos.html

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  10. Prezado Leonardo Boff, qualquer comentário seria chover no molhado, pois tenho muito pouco a acrescentar, mas gostaria de expor um sofrimento pessoal.

    Quando você diz que a “participação equânime de todos e a hierarquia funcional de serviços e não a hiierarquia ontológica de poderes. Isso é fantástico. Tão lógico, tão racional. O próprio Jesus Cristo falou isso com outras palavras. Pois é, neste ponto, ainda tenho, dentro de mim, certa intolerância aos modelos de igrejas hierarquizadas. Centradas no personalismo, na vaidades e etc.

    Rezo muito para expurgar de mim essa intolerância, mas ainda não consegui. Até no convívio com meu próximo, quando estes tentam impor uma superioridade espiritual em função das suas igrejas, religiões, denominações e etc, sinto repulsa, evitando essas pessoas.

    Enfim, é doloroso ter no coração alguma rejeição ao meu próximo, mas é muito difícil conviver com quem tenta lhe inferiorizar. Às vezes sinto que algumas pessoas trabalham por uma espécia de eugenia espiritual, tendendo a materializar quase um apartheid.

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  11. Gostei, da matéria. A teologia da libertação é fato marcante na história da Igreja, pena não muita aceita por que leva a olhar a vida real de Jesus na vida dos pobres, infelizmente não colocada em prática, ou seja, ela questiona a vida de quem quer ter um Jesus alienado da vida do povo.

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  12. “Transportar-se à realidade do outro e sentir sua paixão” é, sem dúvida, uma síntese poderosa que extrapola a sua beleza estética e, em seu sentido pleno, alcança o clímax da existência: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Esse é, no mundo de hoje, para mim, o princípio cristão que mais necessitamos, pois, além de ser o norte fundamental de todas as pessoas que querem um mundo melhor, aponta para o nosso potencial superior ao mesmo tempo em que revela a nossa fraqueza interior. E quando penso em Teologia da Libertação, a primeira coisa que me vem à cabeça é essa chama viva, conservada, inabalável, de amor ao próximo. Agradecido Frei Leonardo Boff, Dom Hélder Câmara, Dom Paulo Evaristo Arns.

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  13. Gozado, me lembro que quando eu era adolescente fui coroinha em uma paroquia em Itaquera-SP, a partir dai fui cada vez mais me envolvendo com a igreja, com o tempo fui tomando consciencia segundo os ensinamentos da igreja que devemos ter amor pelo proximo, que temos que dar prioridade aos mais necessitados, e que ninguem tem maior amor do que aquele que da a vida pelo irmao; diante de um mundo tao cheio de injustiças, proibiçoes e corrupçoes de todo tipo, muitas vezes me vi incapacitado de agir conforme nos ensina o evangelho, vi e vivi a luz da teologia da libertaçao e em tao pouco tempo esta teologia foi perseguida e sei la, ate proibida talvez,as vezes fico pensando: sera que viver so de oraçoes e boas intençoes vai me levar a salvaçao?

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  14. Interessante,quando eu era adolescente, eu fui coroinha em uma paroquia de Itaquera-SP, a partir dai eu fui me envolvendo com a igreja, e com a igreja eu fui aprendendo que devemos ter amor pelo proximo, que devemos dar prioridade aos mais necessitados (material e espiritualmente), e que maior amor tem aquele que da a vida pelo irmao,no entanto num mundo com tantas injustiças, mentiras e corrupçoes de todo tipo, as vezes me vi impossibilitado e ate desanimado de agir como nos manda o evangelho,vi e vivi a luz da teologia da libertaçao, mantive nela a esperança de que seria possivel uma verdadeira mudança neste mundo tao sofrido,no entanto, em tao pouco tempo vi a pratica da TL ser perseguida, e sei la, ate proibida talves, fico pensando:sera que viver so de oraçoes e boas intençoes vai me levar a salvaçao?

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  15. Nova Iguaçu, 23 de agosto de 2011.

    Meu querido Mestre e amigo Leonardo Boff,

    Eu sou Padre João Geraldo Lima há 47 anos, sou da Diocese de Petrópolis, mas há quase 40 anos trabalho na Diocese de Nova Iguaçu. Aqui com Dom Adriano Hipólito a providência Divina quis que eu vivesse e tentasse experimentar as encarnações da Teologia da Libertação na realidade sofrida e difícil do povo da Baixada Fluminense.
    Você pode não se lembrar de mim, sou irmão de sangue de Frei Barnabé, padeiro de Agudos que morreu de câncer santamente em 1982.
    Sou amigo do Pe. Antônio Alvorada que deixou o ministério e que me fez conhecê-lo e apreciá-lo num colóquio de padres novos num Sítio da Posse pelos anos 1965. Lá eu lhe perguntei: se o exercício do ministério sacerdotal inclui arriscar-se quando dois estão brigando para fazer acontecer a conciliação?
    A sua resposta foi positiva, eu gostei e tenho que lhe dizer que nestes quase 50 anos tenho me esforçado por ser ministro de reconciliação no meio dos pobres.
    Mas porque estou lhe escrevendo! Acabei de ler seu artigo “Quarenta anos de Teologia da Libertação”, gostei muito, me fez um bem imenso e também uma provocação. Eu gostaria que houvesse um colóquio entre Você, o psiquiatra escritor Augusto Curi , (que escreveu cinco livros sobre a psicologia de Jesus) o meu amigo e professor de Homeopatia, Radiestasia Dion Pedeira Schuencvk.
    Aqui na Diocese eu trabalho na Pastoral da Terra e na Pastoral da Saúde. Por isso conhecendo a sabedoria e coragem que Dion tem para ser profeta e denunciar o estrago para a humanidade, que as multinacionais fazem, impondo-nos o mercado da doença e da morte, eu resolvi sonhar ver Vocês três numa mesa conversando sobre suas caminhadas.
    Todos defendemos os pobres, a vida na terra e a natureza. Todos convocando as pessoas de bem e as religiões na elaboração de um projeto de vida digna para todos mas sobretudo para os vitimado do mercado do capital.
    Todos crendo que apesar de tão difícil, o mundo ainda tem jeito, porque em todas as partes e nos mais diferentes setores a experiência e anseio de Cristo de vida para todos você se tornando realidade. É isto, leia, pensa e me dê seu parecer.
    Abraço seu amigo e admirador,

    Pe. Gerado Lima,
    Rua Tangaré, 431 – Jd.Alzira, Queimados – RJ
    (21) 2639.7330 – celular (21) 99749665
    e-mail:geraldojoaolima@ig.com.br

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    • Pe. Geraldo, que bom ler seu comentário. Sua proposta é muito boa sim.
      Espero que esse encontro se realize pois, a proposta é bastante interessante. Leonardo, pensa com carinho.
      Abraços.

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    • Padre Geraldo. Deus tenha misericórdia! Não consigo imaginar uma diocese onde padres militam por essa tal teologia. Ora! Se a Igreja manifestou repúdio à ela, como ousas proferir tais palavras de enaltecimento dessa perversão religiosa?

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    • Teologia da libertação, condenada pelo beato João Paulo II e pelo santo Padre Bento XVI, uma erva daninha isso sim, procuram só os bens terreno e esquecem do reino de Deus, salvem as terras, roubem dos ricos, invadindo suas terras, parabéns pois naõ passam de ladrões de almas… já que o bem é somente terrestre então porque não deixam suas batinas e vão trab, na roça, porque não deixam a batina e vai roubar dos políticos e dão aos pobres e excluídos como vocês dizem!
      Vocês fazem tudo menos a coisas que são de Deus!

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      • Para O Sr. Leonardo Boff:

        Uma mensagem para voce atraves do profeta Isaias do Senhor Rei dos Reis: Isaias 5:20-25

        Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!

        Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e astutos em seu próprio conceito!

        Ai dos que são poderosos para beber vinho, e valentes para misturar bebida forte;

        dos que justificam o ímpio por peitas, e ao inocente lhe tiram o seu direito!

        Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a palha se desfaz na chama assim a raiz deles será como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porque rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do santo de Israel,

        Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e o Senhor estendeu a sua mão contra ele, e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus cadáveres eram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
        Servante do Senhor

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      • Roberta,
        Aplique a vc mesma esta mensagem de Isaias e depois vá aplicá-la aos outros. Caso contrário perde credibilidade e seu discurso é com aquele dos fariseus.
        lboff

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    • Padre, seja humilde e lembre-se que fez voto de obediência. Obediência à igreja e ao papa. A tdl enfraqueceu muito graças a grandes homens como JP II e Bento XVI, porém ainda há gente infiltrada na igreja que tenta reviver o passado e destruir 2000 anos de igreja. No entanto, a tdl é uma heresia como tantas outras que a igreja venceu durante os séculos. No fim, ela morrerá e será ensinada dentro da história da igreja como mais uma heresia derrotada. Lamento muito que o sr tenha feito de si mesmo como seu próprio papa, ou será o Boff?

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      • Mauricio
        É bom vc se atualizar e tomar consciencia de que temos um novo Papa. Francisco, que se entende dentro da Teologia da Libertação, tendo recebido em audiencia o seu principal criador Gustavo Gutiérrez. Até esse miserável teólogo recebeu convite para uma conversa que vamos acertar ainda conforme a disponibilidade do Papa Francisco.Esse teologia coloca os pobres no centro da preocupação da Igreja como o fez Jesus. Como alguem pode ser contra?
        lboff

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    • Recebido em audiência da mesma forma que o Frei Carlos Alberto Libânio, vulgo Frei Beto? Da mesma forma que o Pe. Gutierrez? Ambos sabemos que não houve audiência privada. Ora bolas, vamos pensar: Como algo que visa colocar o pobre como fim direto da missão da igreja pode ser chamado de teologia? A missão da igreja é a salvação das almas, é transcendente. A caridade é uma consequência e não uma finalidade. Como é possível pautar o sentido de vida cristã do mundo de hoje para um amanhã melhor? Isso é adiar a crise de sentido de amanhã, para depois de amanhã, pois o paraíso não é nessa terra. Já fiz parte de uma paróquia aonde passou um padre da TdL, em Santa Cruz/Rio. Ao fim da, digamos, estadia dele, era triste ver as missas vazias, os encontros sem orações, as homilias politizadas que não preenchiam as almas, a apatia com o pecado. No fim, a paroquia se transformou tão somente numa ONG. Pude ver boa parte dos meus amigos da PJ enveredarem por esse caminho até não frequentarem mais a paróquia, ver alguns virarem ateus através da leitura marxista. Os poucos que sobraram, hoje são fieis a igreja por justamente terem tido essa experiência e ver na prática o que é a TdL. Insisto: Acredito que no fim a TdL será estudada como apenas mais uma heresia dentro da igreja, como foi o arianismo. Ou ainda, estudada como uma continuação do gnosticismo, algo como um neognosticismo.

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      • Mauricio,
        Seria bom vc ler e estudar a Exortação do Papa Francisco A Alegria do Evangelho onde se diz claramente que há um laço indissociável entre Jesus e os pobres e o evangelhoe a libertação. Ficará mais esclarecido. Preciso declarar que o Gustavo Gutiérrez foi recebido em audiencia privada pelo Papa. Eu fui conviado para o dia seguinte mas não pude ir.
        lbof

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      • A manifestação da T.L. ocorreu de fato há mais de 60 anos no Brasil, em 14/03/1953 quando o arcebispo de Ribeirão Preto abriu as portas da igreja-matriz de Batatais (SP) para benzer, junto com o marxista e comunista Antônio Cândido Portinari as 14 imensas telas que ele criou com base em referências à história e ao cotidiano de religiosidade ligada ao catolicismo, E mais, D.Luís não deu azas aos gritos de inconformidade dos católicos de Batatais… Sutilmente D.Mousinho já colocava na prática a teoria do filósofo Deleuze: ele viu no “outro” = Portinari, um meio – de se aproximar como o seu “outro” articulando uma ética entre os dois para colocar em destaque a manifestação concreta de uma ciência da arte para além da religião e da política, pois as obras de Portinari na Igreja de Batatais pertencem de fato ao governo do Estado de São Paulo sob a custódia da Igreja, através de lei estadual com aceitação da própria Igreja. Certamente os dois se reencontraram quando morreram em 1962. Eis aí um breve resumo de meu trabalho de pesquisa pós-doc.

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      • José Carlos, o que vc narra não tem nada a ver com a TL.Esta nasceu quando se colocou o pobre como centro da reflexão cristã e se expressava nesta fórmula-opção pelos pobres, contra a pobreza e a favor da justiça social. A TL não é uma disciplina, mas uma maneira de fazer teologia, partindo de baixo, do grito do oprimdo e se perguntando de que forma a fé cristã ajuda a fazer calar aquele grito mediante a solidariedade a partir de baixo, inspirada na tradição do Exodo, dos profetas e da prática de Jesus. Não cabe explanar mais sobre o tema, pois é já conhecido. Aprecio as pinturas de Portinari. Sou amigo de um de seus filhos e de um de seus netos. Nunca lhes passou pela cabeça de serem os iniciadores da TL não obstante o sentido ético de sua opção comunista que ia além da ideologia, pois se inspirava no real amor aos desamparados deste mundo. lboff

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      • Prezado Leonardo Boff,

        Acompanho seu blog e suas publicações no Twitter, pois pesquiso, entre outros temas, a Teologia da Libertação.
        Em minha pesquisa de Doutorado estudo o campo religioso brasileiro, com destaque para os católicos da libertação e o segmento pentecostal.
        Em minhas pesquisas sobre a TL suas opiniões são referência, bem como a de outros importantes nomes do cristianismo da libertação na América Latina.
        Gostaria de saber se seria possível que em um momento favorável para você, seria possível eu lhe enviar algumas perguntas sobre o objeto de minha pesquisa para colher sua opinião.

        Respeitosamente.
        Rodrigo Augusto Leão Camilo
        Lattes: http://lattes.cnpq.br/7270900044824159

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  16. A TL fazer parte da profecia de Simeão!
    A profecia de Simeão refere-se a Cristo, Como sempre a Tl diminuindo valor do sagrado em prol a sua causa Marxicista e Anti-Papal!

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  17. Rômulo Melillo
    Frei Leonardo Boff, agradeço a Deus por sua existência entre nós. Aprendi com Prof Libânio um pouco, mas sempre quando te ouço ou leio aprendo mais a me colocar ao lado dos oprimidos.

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  18. muito interesante o texto essa teologia min fez lembrar o q é ser catolico
    min fez lembrar a importancia das pastorais a vida dos marteres
    principalmente dos franciscano ser catolico é bem mas q uma teologia mas sim anunciar a salvação de Jesus o sabgue dele derramado em um cauvario por meus pecados
    acredito q a igreja vem cuidando dos mas necesitados q Deus nos ajude a interpretar as intencoes desse texto com sabedoria

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  19. Hoje tive a graça de receber este resumo sobre a IGREJA VIVA, na qual participei um pouco capenga do seu movimento libertador… Teologia da Libertação uma igreja que eu amei e como falei ali adiante participei do seu gingado no momento crucial onde vi amigos religiosos serem levados aos tribunais, bispo meu Bispo sofre fortes criticas, mas não baixava a cabaça nem seu sorriso amigo, D.José Maria Pires, negro forte … A gente estava ali junto se não tinha muita coragem ficava perto de mãos dadas na luta contra a opressão … Tenho orgulho e também saudade deste tempo, hoje na com 63 anos e sem formação universitária, não sei o que oferecer para este trabalho reflorecer aqui na minha Paroquia antes tão atuante… Como comtribuir não sei o que sei é que FOI NESTE IGREJA VIVA E PARTICIPEI E SINTO SAUDADE MAS AGORA EU SEI QUE ELA AINDA EXISTE E QUE VAI BROTAR NOVAMENTE DE FORMA FORTE COMO A ESTRELA CADENTE QUE NASCEU SURGIU LÁ EM BELÉM.
    NÃO DEIXEM POVO DE DEUS A TEOLOGIA MORRER TEMOS MUITO QUE NOS LIBERTAR PARA LIBERTAR O OUTRO.
    PARABENS! LEVANTAR A POEIRA E DA AVOLTA POR CIMA ISSO SE PRECISA FAZER… GRAÇA GONDIM

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  20. Obrigado Senhor por ter nos feito entender o valor de sermos pobres através da Teologia da Libertação. Obrigado por ter formado em nós uma consciência que cria e constroe uma história nova e libertadora. Obrigado pelo legado iluminador que teu servo Leonardo nos deixa nestes 40 anos de lida da Teologia da Libertação.

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  21. viva mesmo! sou uma remanescente da Pastoral da Juventude, das comunidades eclesiais de base, vivi uma certa e transformadora epoca de TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. Hoje vivo apenas com um desejo forte de que a qualquer momento o povo se organize novamente, beba novamente da fonte do evangelho, partilhem suas experiencias em grupo, que sejam mais cristãs, menos individualistas.
    O capitalismo trasnformou as pessoas em coisas, objetos de consumo.Que pena, os opositores se recolheram, alguns deles se aliaram a essa nova e triste realidade.
    Mas Jesus Cristo continua firme e forte no meio do povo sofrido, se marginalizados, que vivem somente por que existe uma força maior que a do consumismo ,A FORÇA DA FÉ!

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  22. Caríssimo Dr.Leonardo Boff,

    é grandioso o texto sobre a Teologia da Libertação. Creio que hoje, mais do que nunca, a Igreja precisa praticar a Teologia da Libertação além das bases eclesiais, ou seja, “deve se deixar mover pelo grito dos oprimidos que sobe das entranhas da Terra”(faço minhas as suas palavras), os quais não encontram espaço nem oportunidades para expressarem sobre o que os aflige nos momentos formais de cultos e/ou missas, reuniões e celebrações.
    Faz-se necessário, inovação e revolução na prática da Teologia da Libertação. Pregar o Cristo que Liberta é muito fácil. Apresentar o Cristo Libertador na prática é que é o desafio.
    A graça e a paz do Senhor Jesus,

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    • acredito q se a teologia da libertação tivesse a aceitação da igreja seria mas facil por em pratica a reforma aconteceria como diz a palavra de deus examinai tudo e ficai como o q é bom graças e paz

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  23. 40 anos tentando destruir a igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, e ainda não desistiram né?
    Mesmo sabendo que não vão conseguir nunca, pois ela esta firme sobre uma rocha,vocês da teologia da libertação são hereges enão tem vergonha de usar o Santo nome de Jesus em suas pregações, até mesmo dizendo que Jesus é ecológico, ecológico que eu saiba é o anti-cristo, sim este mesmo este ser horropilante que ja comanda o mundo… caso vcs não se converterem vão ser os primeiros a aceita-lo…pois quem não obedece o Vigario de Cristo aqui na terra , não pode estar em comunhão com a Igreja de Deus,vocês pregam coisas que não tem nada a ver com a Igreja , fruto podre do Concilio Vaticano II, mas a teologia da Libertação vai além do concilio, estão caminhando literalmente para o abismo e querendo arrastar um monte de gente junto!
    Acordem enquanto ainda está em tempo e convertam-se… Jesus esta voltando e não demora ou melhor está voltando mais rápido do que imaginamos!

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    • Marcia,
      Seu estilo e conteúdo não tem nada de cristão. É de um fundamentalismo palmar. Não esqueça que nossos juizes, no tarde da vida, serão os pobres com os quais Cristo se identifica. Deles vc não fala nada. Isso sim que mete medo.
      Que o Espirito nunca lhe falte.
      lboff

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      • Gostei muito do seu comentario, Marcia…Que bom que vc sabe a verdade desta falsa religiao..Pobre to povo Brasileiro que esta sendo manipulado por estes hipocritas..

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    • Como pode um Documento da igreja dar um fruto podre? O Concílio Vaticano II renovou a Igreja.
      Veja bem, Jesus fundou sua igreja e deixou clara sua opção preferencial pelos pobres. A Igreja foi se distanciando e a cada vez que a Igreja se distanciou dessa opção prefencial o próprio Deus enviou um santo\evento para conduzir a igreja novamente a opção preferencial, São Francisco de ASSis, Concílio Vaticano II, Encíclica de Puebla.
      A Teologia da Libertação tem essa linha de raciocínio. Ora se Bem aventurados são os pobres, porque deles é o reino do céu; como pode ser uma heresia? Como pode estar errada? Se é tão “Atos dos Apóstolos”, se nos faz lembrar da igreja nascento, com uma vida em comum, todos viviam em comum…

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  24. Teologia da Libertacao e nada mais que um prato perfeito para um demagogo politico para usar o pobres e ganhar poder. Eles usam os pobres para fazer escadas para subir ao poder .Estou cansada desta hipocresia . A verdade e que Deus ensinou responsabilidade pessoal. Nao e ter inveja (proximo)dos que tem. Capitalismo e mercado livre e a solucao para que os pobres se superam e que possam trabalhar e ficar com o labor de seus frutos e nao pagar 60% de seu labor para o governo. Se pagam somente 10% de imposto assim que todo mundo ganha, e nao roubar dos outros para dar aos pobres. O Brasil esta sendo compltetamente manipulado por estes hipocritas. O que semeiam e odio . Semeiam amor.Querem saber a verdade, leia a Biblia.Nao se deixam enganar for esta falsa religiao : Teologia da Libertacao, que e uma perversidade to Cristianismo. Por favor desperta Brasil..
    Que Deus os abencoe

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    • Roberta,
      Creio que vc nunca leu nada serio sobre Teologia da Libertação. Talvez só de seus inimigos. Mas va ver como se faz teologia da libertação concretamente: com um pé na miséria (trabalhei 20 anos no lixao de Petropolis, organizando a comunidade de 200 familias) e outro pé na academia dando aulas e escrevendo. Não existe teologo da libertação que não esteja metido no meio dos pobres, fazendo que eles sejam sujeitos de sua libertação, especialmente do capitalismo que vc estranhamente defende, pois este paga salarios de miseria e mantem cerca 200 fazendas de brasileiros com trabalho escravo. Faz uma opção pelos pobres contra sua pobreza e em favor de sua vida e liberdade.É falsa a idéia de que a TL usa os pobres para galgar o poder. Ao contrário somos perseguidos tanto pelos grupos conservadores da Igreja como pelos poderosos deste mundo. Vc critica a Irmã Dorothy que foi assassinada com a Biblia na mão, defendendo posseiros, e que era da Teologia da Libertação e que escutou por duas vezes palestras minhas? É capaz de rejeitar a Dom Helder que o Papa João Paulo II chamou de “meu amigo e amigo dos pobres”? Há centenas de pessoas ligadas à teologia da libertação no Brasil e no mundo que foram presos, torturados e mortos por defenderem a dignidade dos pobres. É essa teologia que resgata o cristianismo de seu cinismo e de falta de misericórdia diante dos sofredores deste mundo. Pelo seu modo de falar, Jesus morreu errado. Devia ter morrido na cama, de velho e cercado de discípulos. Mas morreu na cruz por defender a causa de Deus, unida à causa dos humilhados e ofendidos.
      Se quiser ser contra a TL é de sua liberdade. Mas não use para isso o Cristianismo que é generoso e que leva as pessoas a arriscarem a propria vida para salvar vidas submetidas à miseria e à fome. Podemos suportar a maledicência dos poderosos, mas não podemos aceitar o desprezo dos pobres, pois atingira o próprio Jesus que era pobre neste mundo.
      Que o Espírito nunca lhe falte.
      lboff

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    • VATICANO X TLb X SOCIAL COMUNISMO

      Aos senhores teólogos e especialmente ao senhor Leonardo Boff, pai da Teologia da Libertação; há muitas décadas, desde a juventude, quando o mundo se debatia nas ondas da guerra fria, cujo pano de fundo era os interesses capitalistas e comunistas ambos capitaneados pelos EUA e aliados de um lado e pela URSS e dominados do outro e que a eminência de uma guerra nuclear assombrava nosso cotidiano; nos corredores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, tive notícias da atuação do jovem Leonardo como teólogo e membro insubordinado à ordem clerical da Igreja Católica, quando teria sido excomungado devido à repercussão das suas idéias revolucionárias; assim como também pela sua atuação subversiva e inclusão do seu nome na lista negra das forças de segurança responsáveis pela manutenção da ordem política da época avessa aos ideais comunistas. Vê-se, portanto que o senhor era um homem muito corajoso, pois já naquela época, há cerca de 50 anos, tinha dois inimigos de peso na sua linha de combate.
      Aquilo para nós jovens espirituosos e naturalmente avessos à ordem vigente era uma festa. Todo dia havia notícias de novos arrestos; padres, bispos, intelectuais amigos próximos, presidentes de sindicatos, políticos, até militares insurretos. A emoção era total e até o sussurro da brisa era suspeito para os dois lados. A faculdade era o melhor lugar do mundo para estar, pois novidades sobravam; afinal aquele era um ambiente acadêmico formador de opinião, exatamente a mosca na mira dos subversivos comunistas com a missão de vender os ideais soviéticos marxistas como meio de salvação da escravidão capitalista, que tanto mal causava ao Brasil e ao mundo. Aliás, diga-se de passagem, a estratégia dos agentes comunistas é sempre a mesma; minar cabeças onde haja energia pensante: igreja, quartéis, sindicatos, universidades, órgãos públicos, pastorais, grupos de jovens. E aí era exatamente onde a cobra fumava!
      Hoje os senhores subversivos comunistas que também retalharam violentamente em defesa da liberdade vermelha soviética adornada da foice e martelo, praticando assaltos a bancos, tiroteios em vias públicas, seqüestros de autoridades e terrorismo pousam de mártires, entretanto, o sistema ao qual defendiam e o senhores não podem negar, porque a história comprova; praticava o expansionismo territorial pela invasão armada na calada da noite, estuprando mulheres, adolescentes, assassinando, saqueando, queimando, destruindo com tanto sucesso que o Império Comunista Soviético chegou a se estender transportado nas esteiras de seus tanques e botas de seus soldados de norte a sul, de leste a oeste por grande parte da Ásia e do Leste Europeu e ai permanecendo fuzilando, desapropriando, amedrontando, massacrando por 70 anos. Chegaram ao extremo de construir um muro divisório sobre Berlim, que serviria de emblema e símbolo da bestialidade humana para o resto dos tempos. Suas ruínas ainda estão lá para os senhores teólogos dizerem que foi Satã Capitalista e a Igreja Católica que ergueram. O senhor muito bem sabe o que foi feito dos padres e teólogos da Igreja Católica e Ortodoxa assim como com os monumentos sagrados: fogo, saques, vilipêndios contra ícones cristãos e pelotão de fuzilamento ou aniquilação perpétua nos Gulags Siberianos em trabalhos forçados a 40 graus abaixo de zero para os eventuais corajosos como o senhores e seus seguidores.
      Cuba, a menina dos olhos dos teólogos latinos americanos, não ficou para trás. O comandante Fidel e seu comunismo eternamente capenga e parasita alinhou-se aos assassinos comunistas do leste em troca de proteção contra Satã Capitalista mais víveres e logística; assim como hoje se alinha ao regime Socialista Bolivariano tendo como moeda de troca petróleo e assessoria político comunista nas artes da alienação de massas. A dinastia dos Castro há 54 anos vive de mentiras e ilusionismo. Se lá fosse tão bom como dizem os teólogos da TL não haveria dissidência, nem ninguém se lançando ao mar às bocas dos tubarões em precárias embarcações. Será que Cuba além de todas as qualidades enumeradas pelos teólogos ilusionistas ainda é também o paraíso dos burros? Só um mentecapto fugiria do paraíso! Lembro-me bem dos tempos da guerra fria quando o Sr. Fidel Castro se valia da proteção da União Soviética e lá treinava sua policia secreta nas artes do sadismo para amedrontar e controlar. Miami é a Meca dos banidos cubanos. Conheço dezenas deles e suas tristes histórias de sofrimento no exílio. Perguntem a Fidel o que foi feito dos camaradas que nele confiaram e desceram Sierra Maestra para salvar Cuba das garras de Satã!… Ele dirá que desceu sozinho apenas acompanhado de Raul, seu irmão, Che Guevara e Clark Kant, o super-homem do planeta Kripton, porque os outros, quando assustaram estavam no xilindró ou no paredão.
      Não é compreensível e qualquer inteligência mediana estaria perguntando por que a preferência fanática pela justiça política na América Latina, quando todos sabem que há milhões de pobres oprimidos na Rússia, na China, na Korea do Norte?! Por que o ódio às ditaduras latinas e o silêncio dissimulado em relação às ditaduras Cubana, Koreana, Chinesa, Iraniana? O senhor e demais teólogos simpatizantes da TL responderão com evasivas, mas eu sei o porquê. Lá não há democracia que possibilite teólogos falarem demais.
      Dizem que em política o tempo é capaz de consertar tudo. A explicação é que a memória dos mais velhos é fraca e os jovens não se interessam pelo passado. Hugo Chávez na tribuna da COP 15 – 2012 bem simbolizou o fenômeno dizendo que os velhos têm o sol nas costas, enquanto os jovens o têm à frente. Esse é exatamente o grande perigo, porque os maiores trapalhões da historia sempre tiveram olhos por todos os lados e com meia dúzia de contos fantasiosos implantam velhas idéias, que deram errado, revestidas com novos adornos. Hoje ninguém mais usa o substantivo “comunismo”. Este foi banido porque é agressivo. Agora o promoveram a “socialismo bolivariano”. Hoje Democracia não significa mais Estado de Direito. Passou a atender pelo nome de “democracia socialista”, onde todos são iguais perante o estado, desde que não pensem e discordem do dever de concordar e ficar calado. Há cinqüenta anos atrás ninguém se preocupava com a natureza e os desequilíbrios causados por satã capitalista. Satã era apenas barreira para a expansão territorial e ideológica comunista. Hoje Satã e a democracia são perigosos, porque permitem que os ricos sujem a natureza e coloquem em perigo a vida no planeta. Enquanto isso o estado berço do novo socialismo do século XXI, a Venezuela se empanturra de petrodólares americanos satânicos, e ainda alimenta Cuba. Diante dessa contradição Chaves deveria ter feito seu discurso no circo para os palhaços que o aplaudiram e que pelo menos pagassem a entrada, a boa comida e a passagem.
      Os senhores teólogos da TL burros sei que não são, nem mal informados. Aliás, bem mais informados do que os incautos jovens que os aplaudem do alto da sua santa ignorância. Digo santa porque ignorância não é pecado, mas enganação sim. Se há pecadores na historia, esses sei quem são. Os senhores conhecem bem mais que eles como funcionam as relações comerciais internacionais no mundo moderno. Sabe-se que os interesses das nações ricas sobrepujam os das mais pobres e que isso não esta certo. Sabe-se que as nações ricas poluem mais que as pobres e que isso também é inaceitável e cabe reparação. Entretanto, quando dizemos que algo não esta certo, temos que ter parâmetros para identificar o errado. Se esses procedimentos estão errados, qual seria a solução apresentada pelos senhores teólogos e críticos como os socialistas bolivarianos? Uso de novas energias limpas e renováveis; uso de combustíveis alternativos; racionalização do uso da água; proibição total à exploração de reservas ambientais e sua biodiversidade; introdução de novas tecnologias no manejo agro pecuário industrial; introdução de novos procedimentos auto-sustentáveis na indústria? Pois sim! Todas essas novas tecnologias e os custos de sua implantação e viabilização, certamente serão desenvolvidos nos laboratórios das universidades dos países ricos, aos quais os senhores classificam como satã, porque a depender da iniciativa dos governos dos incompetentes latinos tudo ficará como está. Os senhores logicamente supõem que um anjo deveria descer do céu abrir-lhes a consciência e logo em seguida que todas as patentes fossem quebradas a custo zero?! Isso jamais vai acontecer!
      O grande problema da pobre América Latina desde seu descobrimento foi a exploração extrativista, a escravidão e a ignorância endêmica. Hoje ainda há forte influência desses fatores e muito sofrimento! Ninguém pode negar! Mas entendo que o grande vilão contemporâneo na América Latina atende por vários nomes: “corrupção”, “desonestidade”, “picaretagem”, “roubalheira”, “pilantragem”, “lobismo”, “corporativismo”, populismo, assistencialismo, “politicagem”, “burrice”, “incompetência”, ou seja, lá qual adjetivo possa melhor se encaixar. O povo latino americano pobre pisa em sol rico, como observou Eduardo Galeano, mas acima de tudo dorme com o inimigo da mesma língua, da mesma raça e cor. Satã aqui e agora esta absolvido!
      Nossa América Latina transformou-se em todos os pontos cardeais no palco iluminado da perda de tempo. Nada funciona a contento! Criaram o Mercosul em nome do orgulho nacionalista latino para enfrentar Satã. No entanto o que malvado Satã deve estar fazendo agora é rindo da nossa incompetência. Na Argentina a presidente não sabe onde esta seu nariz. Esta em pé de guerra com todos que produzem e geram riquezas em nome do populismo insustentável e da piedosa Teologia da Libertação. Na Bolívia, Evo Morales desceu a montanha para salvar os pobres e os pobres é que o estão salvando. O Equador, um país minúsculo e pobre, Rafael Correa só sabe fazer discursos comunistas, prometer o impossível e viver do petróleo que vai se acabar. A Venezuela transformou-se no paraíso das turbas felizes com a felicidade que ainda vem, até quando os americanos conseguirem a auto-suficiência do petróleo, o que não demorará a acontecer. Salvam-se o Chile que pela própria natureza sempre esteve de costas para a América Latina; o Peru que acordou a tempo e fugiu do espeto bolivariano e a Colômbia, que não se alinhou à liderança do comandante coronel. Na América Central se salva o Panamá, que optou por se transformar no paraíso que Cuba rejeitou e esta ficando rico. No México o maior e mais rico, voltou ao poder um partido retrogrado com roupagem nova, no corpo de um político jovem que não conseguirá acabar, nem com a pobreza, nem com a corrupção e muito menos com a violência social. Sobrou o Brasil auto-intitulado país do futuro que nunca chega. O PT dupla face, comunista e capitalista, até hoje só fez politicagem, assistencialismo, populismo, discursos de efeito, dormiu no ponto na hora de punir os corruptos cortando na carne para servir de exemplo; impõe a maior carga tributária da história a fim de demagogicamente transferir recursos para os pobres, enquanto, por outro lado, inviabiliza investimentos e a expansão da produção assim promovendo inflação; vem transferindo parte da sua indústria para a China e ainda por cima as constantes ingerências governamentais criam clima de incerteza para os investidores e empreendedores.
      Finalmente lhes dirijo a pergunta crucial e paulada de misericórdia na consciência teológica demagoga e tagarela: o que se produz de útil e inovador em termos de conhecimento científico no Continente Sulista? Nada! Não há tempo, não há paz, não há recursos financeiros suficientes, não há logística, não há vontade política, não há incentivo aos investidores empreendedores, não há segurança jurídica, não há metas, não há planejamento, não há coesão em torno de qualquer idéia inovadora, não há compromisso profissional, não há leis severas e claras, não há punição exemplar, não há poder judiciário forte e independente. Pior de tudo: não há know how científico de ponta.
      Caros teólogos da TL caiam na real e parem de enganar o povo já tão iludido a tantos séculos por tantos pilantras e tanta conversa fiada. Elejam outros alvos para atirar. Esqueçam o Papa, a Igreja Católica e o comunismo assassino ou democracia socialista, como quiserem. Dirijam suas baterias palavrórias aos inimigos do povo, àqueles que recebem nossos votos e nossos impostos e se agrupam em torno de interesses menores e pessoais. Esses sim são nossos verdadeiros satãs e moram ali logo na esquina. Não há necessidade de discursos fantasiosos daqueles que sonham com um mundo social comunista, onde tudo gira em torno do Estado com um bando de comandantes fardados e camisa vermelha nos dando ordens e ditando regimentos. Assim o mundo pararia, voltaríamos à idade média, à barbárie, ao feudalismo, aos papas latifundiários, aos impérios expansionistas; haveria nova revolução industrial e o capitalismo ressuscitaria ainda mais forte, com mais democracia, porque essa ordem esta em consonância com a natureza humana contestatória e livre por natureza. O Estado deve atuar apenas como mediador das relações e difusor de educação de alta qualidade. O homem não existe para servir ao Estado, entretanto o Estado deve atuar para protegê-lo em democracia plena. A isso classifico como sinergia eficiente e auto-sustentável capaz de acabar com a injustiça social que a todos aflige.

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      • Estou torcendo para que o Espirito Santo ilumine os cardeais a fim de que eles elejam um representante mais jovem, sensato, carismático, sensível aos problemas da humanidade, adaptável à natural velocidade da evolução dos costumes e desafios; todavia que seja bem rígido com os desvios comportamentais e nunca se preste a servir de bode espiatório para legitimar erros daqueles que querem uma igreja mimética, sem personalidade, que se preste a validar ou corroborar quaisquer excessos que venham a atentar contra a moral, a ética, o respeito à democracia plena e ao direito dos homens serem diferentes de modo que cada um seja livre nos limites do seu espaço e responsável diante de Deus pelos seus erros e acertos. A Igreja nunca foi ruim; excessos e falhas houve e ainda há, mas unicamente por culpa da inconsequência dos homens. Culpá-la ou desacreditá-la seria como culpar Cristo pela crucificação ou o comboio pelo atropelamento. Não se pode queimar o joio juntamente com o trigo, assim atirando ao lixo o louvável trabalho dos justos.

        Caro Leonardo, se é que você assim aceite chamá-lo por uma pessoa que não se alinha ao seu pensamento. Sei que vocês da esquerda radical são nervosos e naturalmente gostam de ganhar debates no grito. Saiba que o respeito muito como pensador e até vejo muitos valores na sua TdL. Não é minha intenção distratar sua pessoa, que nem conheço; talvez seja até melhor que eu. Entretanto uma única coisa no ser pensante que não aceito é a tentativa de se valer da lógica contraditória para conquistar adeptos exatamente aonde as pessoas são mais sensíveis e mal informadas. Por que esconder seu passado de alinhamento com os criminosos comunistas? Todo mundo sabe que aconteceu assim, ate nossa “presidenta” foi terrorista. Nosso simpático presidente do Uruguai foi Tupamaro lutando em nome da liberdade e inspirado por um regime saguinário como foi o soviético! Isso hoje na América Latina virou romantismo. A massa bem manipulada por homens de grande carisma, como é seu caso, facilmente transforma demónios em santos! Quando vejo homens como você, Frei Beto e outros vendendo a imagem de Fidel Castro e daquele comunismo sujo como remédio para os males dos pobres, sinto nojo. Vender gato por lebre é pecado até em se tratando de cebolas, imagine quando esta em jogo o destino das pessoas! O mundo tem tantos problemas, use sua capacidade para encontrar soluções novas mirando em ícones novos, de vanguarda! Esqueçam esses valores ultrapassados que tanto sofrimento causaram à humanidade.

        Caro Leonardo, se é que você assim aceite chamá-lo por uma pessoa que não se alinha ao seu pensamento. Sei que vocês da esquerda radical são nervosos e naturalmente gostam de ganhar debates no grito. Saiba que o respeito muito como pensador e até vejo muitos valores na sua TdL. Não é minha intenção distratar sua pessoa, que nem conheço; talvez seja até melhor que eu. Entretanto uma única coisa no ser pensante que não aceito é a tentativa de se valer da lógica contraditória para conquistar adeptos exatamente aonde as pessoas são mais sensíveis e mal informadas. Por que esconder seu passado de alinhamento com os criminosos comunistas? Todo mundo sabe que aconteceu assim, ate nossa “presidenta” foi terrorista. Nosso simpático presidente do Uruguai foi Tupamaro lutando em nome da liberdade e apoiado por um regime saguinário como foi o soviético! E nosso Lula? Isso hoje na América Latina virou romantismo! A massa bem manipulada por homens de grande carisma, como é seu caso, facilmente transforma demônios em santos! Quando vejo homens como você, Frei Beto e outros vendendo a imagem de Fidel Castro e daquele comunismo sujo como remédio para os males dos pobres, sinto nojo. Vender gato por lebre é pecado até em se tratando de cebolas, imagine quando esta em jogo o destino das pessoas! O mundo tem tantos problemas, use sua capacidade para encontrar soluções novas mirando em ícones novos, de vanguarda! Esqueça esses valores ultrapassados que tanto sofrimento causaram à humanidade. Fidel Castro não merece agora, no fim da vida, depois de tantos desmandos e crimes contra a dignidade das pessoas ser ovacionado como estão fazendo. Se Bento XVI e Paulo II são tão odiados, o que dizer de um mercenário como aquele há 54 anos oprimindo uma nação inteira! Vocês centram sua atenção somente na América Latina. Lá na África hoje a China esta fazendo o que os Espanhóis, Portugueses e Ingleses fizeram aqui e ninguém fala nada. Por que vocês não aproveitam e vão lá in loco combater o que ainda pode ser evitado? Os exploradores de diamante e caçadores de marfim estão dizimando as reservas e há milhares de manietados e pernetas esquecidos nos rincões por causa das disputas de poder e não vejo nenhum teólogo tão preocupado! Por que dois pesos e duas medidas?
        Os americanos não são santos e também praticaram muitos crimes, mas pelo menos é um povo que a cada 4 anos elege presidentes e demais por vias democráticas e mal ou bem acolhem imigrantes vindos de todas as partes do mundo e todos que trabalham crescem. Elegeram um negro e lentamente estão exorcizando o radicalismo. Não vejo isso em Cuba e nem nunca vi na União Soviética nem na China. Aliás a Korea comunista tem aquela asa grande por culpa da China e ninguém da TL toca no assunto. Por quê?
        Por favor, não me deixe novamente sem resposta. Democracia é assim, debate livre entrre pessoas do mesmo nível cultural.

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      • Kleber
        Vc continua pensando como os militares que torturam e mataram. E talvez tenha até saudades deles pois ai havia ordem e se perseguia, segundo vc. com razão a TL. Muitos de meus colegas foram sequestrados,torturados e mortos porque pregavam que Jesus era libertador dos oprimidos e queria uma libertação integral.Conta isso para vc?
        Nao discuto mais essas questões pois são do seculo passado e estamos numa outro momento do pensamento teologico e eclesial.
        Se atualize e melhore a sua cabeça
        lboff

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  25. Hj tenho 38 anos, qdo. comecei a militar dentro da Igreja católica (+ ou – aos 15 anos) ouvíamos ainda falar em Teologia da Libertação e em vários movimentos, dos quais um eu participei, como os das CEB’s. Me sentia uma cristã cidadã atuante, me sentia participando da primeira Igreja de Cristo, onde os cristãos viviam humildemente e partilhavam/compartilhavam ideias, senso de justiça, mas logo fomos engolidos por um movimento chamado RCC. A partir de então a Igreja tomou um novo rumo e nossos ideais foram sucumbidos.

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  26. Graças a Deus temos tido apenas Papas santos, em especial o bem-aventurado João Paulo Magno e o Bento XVI, e a Igreja está recuperando seus rumos depois do caos da década de 1970.

    O futuro da Igreja é evangélico, fiel, ortodoxo. O Capital está perdendo lugar para o Evangelho.

    Deo gratias!

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  27. Estou feliz por ter contato pela primeira vez com a Teologia da Libertação, uma vez que deve ser TEO (Deus) e libertadora. Toda a história de Cristo é libertação. O capitalismo é tão ardiloso que é mais fácil surgirem movimentos em favor da prosperidade, e esquece-se do Jesus da Cruz, dos pobres.
    Concordo na essência do resgate desse Cristo e com a visão e ação do terceiro tripé, oportunizar a saída da pobreza com educação, formação cidadã social em plenitude, à luz do conhecimento só assim haverá autonomia e superação dessa condição sociocultural.

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  28. Obrigado Boff pela clareza nas suas colocações no que se refere à Teologia da Libertação, tão relevante para nosso continente Latino-Americano. Que Deus continue a te abençoar sua vida em prol dos empobrecidos, tanto denunciando este fundamentalismo religioso que aliena os cristãos e a injustiça como anunciando este evangelho mais real, contextual, de um Jesus humano-divino que se colocou preferencialmente aos lado dos oprimidos do seu tempo, resgatando a dignidade de filhos de Deus. Infelizmente são muitos os que são “alienados” pela religião, vivendo uma fé intimista e baseada no individualismo. Mas graças a Deus temos muitos adeptos partilhando desta teologia, tanto nas CEBs como na academia, temos também seminaristas pregando um evangelho de libertação e evangélicos aderindo a esta teologia, engajados nas academias e na pesquisa. Quero encerrar fazendo um convite àqueles que ainda não experimentaram esta vivência, essa prática de fé, essa teologia, a antes de criticá-la, se engajar em uma comunidade de um bairro carente na periferia da sua cidade, lá onde a violência é presente, onde dá enchente, onde as pessoas moram em casas de madeira, onde as celebrações são em seus quintais muitas vezes ao relento, sentados nas calçadas ou em bancos feitos de madeira. Vão e partilhem sua fé e sua vida, ajudem as pessoas nos serviços eclesiais, nas suas lutas. Depois partilhem esta esperiência conosco!

    Tenho a certeza que voltarão transformados.

    A Graça e a Paz de Jesus Cristo estejam com todos vocês!

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  29. A TL é tão heresia quanto qualquer outra heresia e deve ser trata como tal. O cardeal Ratzinger fez bem em expurgar da Igreja o que lhe fazia mal e comprometia a sua doutrina. Como nos ensina o Padre Paulo Ricardo ” A Igreja não precisa de mais conversões, a Igreja precisa de mais excomunhões.” Ainda existe muito cancer marxista no corpo da Igreja, e esses tumores precisam ser retirados.

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    • Estou estarrecida, como um Padre pode reunir jovens para oferecer uma formação não extremista?????!!!! Vocês são os escolhidos???? Jura????? Vamos excomungar????? Para que fazer opção preferncial pelos pobres, não é mesmo?? Vocês acham que Jesus estava errado ao criticar o fariseu, afinal vocês apoiam o posicionamento dele, não é mesmo????
      Ai que saudades de padres como Pe. Argemiro Leite, que pregavam o amor de Deus e não o aumento de excomunhões!!!!!

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  30. Quarenta anos da Teologia da Libertação

    09/08/2011

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    Teologia da Libertação celebra neste ano de 2011 40 anos de existiencia. Em 1971 Gustavo Gutiérrez publicana no Peru seu livro fundador “Teologia da Libertação.Perspectivas”. Eu publicava também em 1971 em forma de artigos, numa revista de religiosas – Grande Sinal – para escapar da repressão militar o meu Jesus Cristo Libertador, depois lançado em livro. Ninguém sabia um do outro. Mas estávamos no mesmo espírito. Desde então surgiram três gerações de teólogos e teólogas que se inscrevem dentro da Teologia da Libertação. Hoje ela está em todos os continentes e representa um modo diferente de fazer teologia, a partir dos condenados da Terra e da periferia do mundo.Aqui vai um pequeno balanço destes 40 anos de prática e de reflexão libertadoras.

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    A Teologia da Libertação participa da profecia de Simeão a respeito do menino (Jesus): ela será motivo de queda e de elevação, será um sinal de contradição (Lc 2,34). Efetivamente a Teologia da Libertação é uma teologia incomprendida, difamada, perseguida e condenada pelos poderes deste mundo. E com razão. Os poderes da economia e do mercado a condenam porque cometeu um crime para eles intolerável: optou por aqueles que estão fora do mercado e são zeros econômicos. Os poderes eclesiásticos a condenaram por cair numa “heresia”prática ao afirmar que o pobre pode ser construtor de uma nova sociedade e também de outro modelo de Igreja. Antes de ser pobre, ele é um oprimido ao qual a Igreja deveria sempre se associar em seu processo de libertação. Isso não é politizar a fé mas praticar uma evangelilzação que inclui também o político. Consequentemente, quem toma partido pelo pobre-oprimido sofre acusações e marginalizações por parte dos poderosos seja civis, seja religiosos.
    Por outro lado, a Teologia da Libertação representa uma benção e uma boa nova para os pobres. Sentem que não estão sós, encontraram aliados que assumiram sua causa e suas lutas. Lamentam que o Vaticano e boa parte dos bispos e padres construam no canteiro de seus opressores e se esquecem que Jesus foi um operário e pobre e que morreu em consequência de suas opções libertárias a partir de sua relação para com o Deus da vida que sempre escuta o grito dos oprimidos.
    De qualquer forma, numa perspectiva espiritual, é para um teólogo e uma teóloga comprometidos e perseguidos uma honra participar um pouco da paixão dos maltratados deste mundo.

    1. A centralidade do pobre e do oprimido

    O punctum stantis et cadentis da Teologia da Libertação é o pobre concreto, suas opressões, a degradação de suas vidas e os padecimentos sem conta que sofre. Sem o pobre e o oprimido não há Teologia da Libertação. Toda opressão clama por uma libertação. Por isso, onde há opressão concreta e real que toca a pele e faz sofrer o corpo e o espírito ai tem sentido lutar pela libertação. Herdeiros de um oprimido e de um executado na cruz, Jesus, os cristãos encontram em sua fé mil razões por estarem do lado dos oprimidos e junto com eles buscar a libertação. Por isso a marca registrada da Teologia da Libertação é agora e será até o juizo final: a opção pelos pobres contra sua pobreza e a favor de sua vida e liberdade.
    A questão crucial e sempre aberta é esta: como anunciar que Deus é Pai e Mãe de bondade num mundo de miseráveis? Este anúncio só ganhará credibilidade se a fé cristã ajudar na libertação da miséria e da pobreza. Então tem sentido dizer que Deus é realmente Pai e Mãe de todos mas especialmente de seus filhos e filhas flagelados.
    Como tirar os pobres-oprimidos da pobreza, não na direção da riqueza, mas da justiça? Esta é uma questão prática de ordem pedagógico-política. Identificamos três estratégias.
    A primeira interpreta o pobre como aquele que não tem. Então faz-se mister mobilizar aqueles que têm para aliviar a vida dos que não têm. Desta estratégia nasceu o assistencialismo e o paternalismo. Ajuda mas mantém o pobre dependente e à mercê da boa vontade dos outros. A solução tem respiração curta.
    A segunda interpreta o pobre como aquele que tem: tem força de trabalho, capacidade de aprendizado e habilidades. Importa formá-lo para que possa ingressar no mercado de trabalho e ganhar sua vida. Enquandra o pobre no processo produtivo, mas sem fazer uma crítica ao sistema social que explora sua força de trabalho e devasta a natureza, criando uma sociedade de desiguais, portanto, injusta. É uma solução que ajuda favorece o pobre, mas é insuficiente porque o mantém refém do sistema, sem libertá-lo de verdade.
    A terceira interpreta o pobre como aquele que tem força histórica mas força para mudar o sistema de dominação por um outro mais igualitário, participativo e justo, onde o amor não seja tão difícil. Esta estratégia é libertária. Faz do pobre sujeito de sua libertação. A Teologia da Libertação, na esteira de Paulo Freire, assumiu e ajudou a formular esta estratégia. É uma solução adequada à superação da pobreza. Esse é o sentido de pobre da Teologia da Libertação.
    Só podemos falar de libertação quando seu sujeito principal é o próprio oprimido; os demais entram como aliados, importantes, sem dúvida, para alargar as bases da libertação. E a Teologia da Libertação surge do momento em que se faz uma reflexão crítica à luz da mensagem da revelação desta libertação histórico-social.

    2.Teologia da Libertação e movimentos por libertação

    Entretanto, só entenderemos adequadamente a Teologia de Libertação se a situarmos para além do espaço eclesial e dentro do movimento histórico maior que varreu as sociedades ocidentais no final dos anos 60 do século passado. Um clamor por liberdade e libertação tomou conta dos jovens europeus, depois norte-americanos e por fim dos latino-americanos.
    Em todos os âmbitos, na cultura, na política, nos hábitos na vida cotidina derrubaram-se esquemas tidos por opressivos. Como as igrejas estão dentro do mundo, membros numerosos delas foram tomados por este Weltgeist. Trouxeram para dentro das Igrejas tais anseios por libertação. Começaram a se perguntar: que contribuição nós cristãos e cristãs podemos dar a partir do capital específico da fé cristã, da mensagem de Jesus que se mostrou, segundo os evangelhos, libertador? Esta questão era colocada por cristãos e cristãs que já militavam politicamente nos meios populares e nos partidos que queriam a transformação da sociedade.
    Acresce ainda o fato de que muitas Igrejas traduziram os apelos do Concilio Vaticano II de abertura ao mundo, para o contexto latinoamericano, como abertura para o sub-mundo e uma entrada no mundo dos pobres-oprimidos. Deste impulso, surgiram figuras proféticas, nasceram as CEBs, as pastorais sociais e o engajamento direto de grupos cristãos em movimentos políticos de libertação. Para muitos destes cristãos e cristãs e mesmo para uma significativa porção de pastores não se tratava mais de buscar o desenvolvimento. Este era entenddo como desenvolvimento do subdsenvolvimento, portanto, como uma opressão. Demandava, portanto, um projeto de libertação.
    Portanto, a Teologia da Libertação não caiu do céu nem foi inventada por algum teólogo inspirado. Mas emergiu do bojo desse movimento maior mundial e latino-americano, por um lado político e por outro eclesial. Ela se propôs pensar as práticas eclesiais e políticas em curso à luz da Palavra da Revelação. Ela comparecia como palavra segunda, crítica e regrada, que remetia à palavra primeira que é a prática real junto e com os oprimidos. Alguns nomes seminais merecem ser aqui destacados que, por primeiro, captaram a relevância do momento histórico e souberam encontrar-lhe a fórmula adequada, Teologia da Libertação: Gustavo Gutiérrez do Peru, Juan Luiz Segundo do Uruguai, Hugo Asmann do Brasil e Enrique Dussel e Miguez Bonino, ambos da Argentina. Esta foi a primeira geração. Seguiram-se outras.

    3. Os muitos rostos dos pobres e oprimidos

    A Teologia da Libertação partiu diretamente dos pobres materiais, das classes oprimidas, dos povos desprezados como os indígenas, negros marginalizados, mulheres submetidas ao machismo, das religiões difamadas e outros portadores de estigmas sociais. Mas logo se deu conta de que pobres-oprimidos possuem muitos rostos e suas opressões são, cada vez, específicas. Não se pode falar de opressão-libertação de forma generalizada. Importa qualificar cada grupo e tomar a sério o tipo de opressão sofrida e sua correspondente libertação ansiada.
    Desmascarou-se o sistema que subjaz a todas estas opressões, construido sobre o submetimento dos outros e da depredação da natureza. Dai a importância do diálogo que a Teologia da Libertação conduziu com a economia políica capitalista. De grande relevância crítica foi a releitura da história da América Latina a partir das vítimas, desocultando a perversidade de um projeto de invasão coletivo no qual o colono ou o militar vinha de braço dado com o missionário. Esse casamento incestuoso produziu, segundo o historiador Oswald Spengler, o maior genocídio da história. Até hoje nem as potências outrora coloniais nem a Igreja institucional tiveram a honradez de reconhecer esse crime histórico, muito menos de fazer qualquer gesto de reparação.
    Sem entrar em detalhes, surgiram várias tendências dentro da mesma e única Teologia da Libertação: a feminista, a indígena, a negra, a das religiões, a da cultura, a da história e da ecologia. Logicamente, cada tendência se deu ao trabalho de conhecer de forma crítica e científica seu objeto, para poder retamente avaliá-lo e atuar sobre ele de forma libertadora à luz da fé.

    4. Como fazer uma teologia de libertação

    Aqui cabe uma palavra sobre o como fazer uma teologia que seja libertadora, quer dizer, cabe abordar o método da Teologia da Libertação. O método seja talvez uma de suas contribuições mais notáveis que este modo de fazer teologia trouxe ao quefazer teológico universal. Parte-se antes de mais nada de baixo, da realidade, a mais crua e dura possível, não de doutrinas, documentos pontifícios ou de textos bíblicos. Estes possuem a função de iluminação mas não de geração de pensamento e de práticas.
    Face à pobreza e à miséria, a primeira reação foi, tipicamente, jesuânica, a do miserior super turbas, de compaixão que implica transportar-se à realidade do outro e sentir sua paixão. É aqui que se dá uma verdadeira experiência espiritual de encontro com aqueles que Bartolomeu de las Casas no México e Guamán Poma de Ayala no Peru chamavam de os Cristos flagelados da história. Há um encontro de puro espírito com o Cristo crucificado que quer ser baixado da cruz. Esta experiência espiritual de compaixão só é verdadeira se der origem a um segundo sentimento o de iracundia sagrada que se expessa: “isso não pode ser, é inaceitável e condenável; deve ser superado”.
    Destes sentimentos surge imediatamente a vontade de fazer alguma coisa. É nesse momento que entra a racionalidade que nos ajuda a evitar enganos, fruto da boa vontade mas sem crítica. Sem análise corre-se o risco do assistencialismo e do mero reformismo que acabam por reforçar o sistema. O conhecimento dos mecanismos produtores da pobreza-opressão nos mostra a necesidade de uma transformação e libertação, portanto de algo novo e alternativo. Em seguida, buscam-se as mediações concretas que viabilizam a libertação, sempre tendo como protagonista principal o próprio pobre. Aqui entra a funcionar outra lógica, aquela das metas, das táticas e estratégias para alcançá-las, das alianças com outros grupos de apoio e da avaliação da correlação de forças, do juizo prudencial acerca da reação do sistema e de seus agentes e da possibilidade real de avanço. Alcançada a meta, vale a celebração e a festa que congraçam as pessoas, lhes conferem sentimento de pertença e do reconhecimento da própria força transformadora. Então constatam empiricamente que um fraco mais um fraco não são dois fracos, mas um forte, porque a união faz a força histórica transformadora.
    Resumindo: estes são os passos metodológicos da Teologia a Libertação: (1) um encontro espiritual, vale dizer, uma experiência do Crucificado sofrendo nos crucificados. (2) uma indignação ética pela qual se condena e rejeita tal situação como desumana que reclama superação;(3) um ver atento que implica uma análise estrutural dos mecanismos produtores de pobreza-opressão; (4)um julgar crítico seja aos olhos da fé seja aos olhos da sã razão sobre o tipo de sociedade que temos, marcada por tantas injustiças e a urgência de transformá-la; (5) um agir eficaz que faz avançar o processo de libertação a partir dos oprimdiso; (5) um celebrar que é um festejar coletivo das vitórias alcançadas.
    Esse método é usado na linguagem do cotidiano seja pelos meios populares que se organizam para resistir e se libertar, seja pelos grupos intermediários dos agentes de pastoral, de padres, bispos, religiosos e religiosas e leigos e leigas cujo discurso é mais elaborado, seja pelos próprios teólogos que buscam rigor e severidade no discurso.

    5. Contribuições da Teologia da Libertação para a teologia universal

    A Teologia da Libertação, por causa da perspectiva dos pobres que assumiu, revelou dimensões diferentes e até novas da mensagem da revelação. Em primeiro lugar, ela propiciou a reapropriação da Palavra de Deus pelos pobres. Em suas comunidades e círculos bíblicos aprenderam comparar página da Bíblia com a página da vida e dai tirar consequências para sua prática cotidiana. Lendo os Evangelhos e se confrontando com o Jesus de Nazaré, artesão, factotum e campones mediterrâno, perceberam a contradição entre a condição pobre de Jesus e a riqueza da grande instituição Igreja. Esta está mais próxima do palácio de Herodes do que da gruta de Belém. Com respeito aprenderam a fazer suas críticas ao exerício centralizado do poder na Igreja e ao fechamento doutrinal face a questões importantes para a sociedade como é a moral familiar e sexual.
    A Teologia da Libertação nos fez descobrir Deus como o Deus da vida, o Pai e Padrinho dos pobres e humildes. A partir de sua essência, como vida, se sente atraido pelos que menos vida têm. Deixa sua transcendência e se curva para dizer:”ouvi a opressão de meu povo…desci para libertá-lo”(Ex 3,7). A opção pelos pobres encontra seu fundamento na própria natureza de Deus-vida.
    Revelou-nos também a Jesus como libertador. Ele é libertador, não porque assim o chamam os teólogos da libertação, mas por causa do testemunho dos Apóstolos. Ele libertou do pecado mas também da doença, da fome e da morte. Jesus não morreu. Foi assassinado porque viveu uma prática libertária que ofendia as convenções e tradições da época. Anunciou uma proposta – o Reino de Deus – que implicava uma revolução em todas as relações; não apenas entre Deus e os seres humanos, mas também na sociedade e nos cosmos. O Reino de Deus se contrapunha ao Reino de César, o que representava um ato político de lesa-majestade. O Imperador revindicava para si o título de Deus e até de “Deus de Deus”, coisa que o credo cristão mais tarde atribuirá a Cristo. A ressurreição, ao lado de outros significados, emerge como a inauguração do “novissimus Adam”(1Cor 15,45), como uma “revolução na evolução”.
    Permitiu-nos identificar em Maria, não apenas aquela humilde serva do Senhor que diz fiat mas a profetiza que clama pelo Deus Go’El, o vingador dos injustiçados, aquele que derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes (Lc 1, 51-52). Ela clarificou também a missão da Igreja que é atualizar permanentemente, para os tempos e lugares diferentes, a gesta libertadora de Jesus e manter vivo seu sonho de um Reino de Deus que começa pelos últimos, os pobres e excluidos e que se estende até à criação inteira será finalmente resgatada, onde vige a justiça, o amor incondicional, o perdão e a paz perene.

    6. A Teologia da Libertação como revolução espiritual

    As reflexões que acabamos de fazer nos permitem dizer: a Teologia da Libertação produziu uma revolução teológico-espiritual. Não houve muitas revoluções espirituais no Cristianismo. Mas sempre que elas ocorrem, se resignificam os principais conteúdos da fé, como assinalamos acima, emerge uma nova vitalidade e a mensagem cristã libera dimensões insuspeitadas, gerando vida e santidade.
    É a primeira teologia histórica que nasceu na periferia do cristianismo e distante dos centros metropolitanos de pensamento. Ela denota uma maturação inegável das Igrejas-filhas que conseguem articular, com sua linguagem própria, a mensagem cristã, sem romper a unidade de fé e a comunhão com as Igrejas-mães.
    Nunca na história do cristianismo os pobres ganharam tanta centralidade. Eles sempre estiveram ai na Igreja e foram destinatários dos cuidados da caridade cristã. Mas aqui se trata de um pobre diferente, que não quer apenas receber mas dar de sua fé e inteligência. Trata-se do pobre que pensa, que fala, que se organiza e que ajuda a construir um novo modelo de Igreja-rede-de-comunidades. Os pastores de estilo autoritário não temem o pobre que silencia e obedece. Mas tremem diante do pobre que pensa, fala e participa na definição de novos rumos para a comunidade. São cristãos com consciência de sua cidadania eclesial.
    A irradiação da Teologia da Libertação alcançou o aparelho central da Igreja Católica, o Vaticano. Influenciadas pelos setores mais conservadores da própria Igreja latinoamericana e das elites políticas conservadoras, as instâncias doutrinárias sob o então Card. Joseph Ratzinger reagiram, em 1984 e 1986, com críticas contra a Teologia da Libertação.
    Mas se bem repararmos, não se fazem condenações cerradas. Tais autoridades chamam a atenção para dois perigos que acossam este tipo de teologia: a redução da fé à política e o uso não-crítico de categorias marxistas. Perigos não são erros. Evitados, eles deixam o caminho aberto e nunca invalidam a coragem do pensamento criativo. Apesar das suspeitas e manipulações que se fizeram destes dois documentos oficiais, a Teologia da Libertação pôde continuar com sua obra.
    Por esta razão entendemos que o Papa João Paulo II, com mais espírito pastoral que doutrinal, tenha enviado uma Mensagem ao Episcopado do Brasil no dia 6 de abril de 1986 na qual declara que esta a Teologia da Libertação, em condições de opressão, “não é somente útil mas também necessária”.
    Mas sobre a figura do então Card. Joseph Ratzinger pesa uma acusação irremissivel, que seguramente passará negativamente para a história da teologia: a de ter-se revelado inimigo da inteligência dos pobres e de seus aliados e de ter condenado a primeira teologia surgida na periferia da Igreja e do mundo que conferia centralidade à dignidade dos oprimidos.
    Efetivamente, proibiu que mais de cem teólogos de todo o Continente elaborassem uma coleção de 53 tomos- Teologia e Libertação – como subsídio a estudantes e a agentes de pastoral que atuavam na perspectiva dos pobres. Mais que um erro de governo, foi um delito contra a eclesialidade e um escárneo aos pobres pelos quais deverá responder diante de Deus. Também para ele vale o dito: na tarde sua vida, os pobres serão seus juizes dos quais esperamos que tenham para com o Cardeal mais misericórdia que severidade, diante de tanta ignorância e arrogância de quem se poderia esperar apoio entusiasmado e acompanhamento diligente.
    Ao contrário, muitos teólogos foram postos por ele sob vigilância, advertidos, marginalizados em suas comunidades, acusados, proibidos de exercer o ministério da palavra, afastados de suas cátedras ou submetidos a processos doutrinários com “silêncio obsequioso”. Esta rigidez não dminuiu ao fazer-se Papa, mas continuou com renovado fervor. Et est videre miseriam.
    A Teologia da Libertação devolveu dignidade e relevância à tarefa da Teologia. Conferiu-lhe um inegável caráter ético. Os teólogos desta corrente, sem renunciar ao estudo e à pesquisa, se associaram à vida e a causa dos condenados da Terra. No apoio a seus movimentos correram riscos. Muitos conheceram a prisão, a tortura e outros o martírio. Ousamos dizer que a Teologia da Libertação junto com a Igreja da Libertação que lhe subjaz é um dos poucos movimentos eclesiais que no século XX conheceu o martírio, curiosamente praticados por cristãos repressores, atingindo leigos e leigas, religosas e religiosos, pastores, teólogos e teólogas não poupando mesmo bispos como Dom Angelelli da Argentina e Dom Oscar Arnulfo Romero de El Salvador. É o sinal da verdade desta opção pelos pobres.
    Por fim, a Teologia da Libertação chama as demais teologias à sua responsabilidade social no sentido de colaborarem na gestação de um mundo mais justo e fraterno. Sua missão não se esgota numa diligência ad intra, ao espaço eclesial. Se ela não quiser escapar da indiferença e do cinismo deve se deixar mover pelo grito dos oprimidos que sobe das entranhas da Terra. Poucos são os que escutam esse clamor. Uma teologia que silencia diante do tragédia dos milhõs de famélicos e condenados a morrer antes do tempo, não tem nada a dizer sobre Deus ao mundo.

    7. A Teologia da Libertação como revolução cultural

    Por fim, a Teologia não representou apenas uma revolução espiritual. Ela significou também uma revolução cultural. Contribuiu para que os pobres ganhassem visibilidade e consciência de suas opressões. Gestou cristãos que se fazeram cidadãos ativos e a partir de sua fé se empenharam em movimentos sociais, em sindicatos e em partidos no propósito de dar corpo a um sonho, que tem a ver com o sonho de Jesus, o de construir uma convivência social na qual o maior número possa participar e todos juntos possam forjar um futuro bom para a humanidade e para a natureza.
    É mérito da Igreja da Libertação com sua Teologia da Libertação subjacente ter contribuido decididamente na construção do Partido dos Trabalhadores, do Movimento dos Sem Terra, do Conselho Indigenista Missionário, da Comissão da Pastoral da Terra, da Pastoral da Criança, dos Hansenianos e dos portadores do virus HIV que foram os instrumentos para praticar a libertação e assim realizar os bens do Reino. Aqui o cristianismo mostrou e mostra a primazia da ortopraxis sobre a ortodoxia e a importância maior das práticas sobre as prédicas.
    Nascida na América Latina, esta teologia se expandiu por todo o terceiro mundo, na Africa, na Asia, especialmente naquelas Igrejas particulares que penetraram no universo dos pobres e oprimdos e em movimentos dos paises centrais ligados à solidariedade internacional e ao apoio às lutas dos oprimidos, na Europa e nos Estados Unidos. De forma natural, ela se associou ao Forum Social Mundial e encontrou lá visibilidade e espaço de contribuição às grandes causas vinculadas ao um outro mundo possível e necessário, articulando o discurso social com o discurso da fé.
    Em todas as questões abordadas, a preocupação é sempre essa: como vai a caminhada dos pobres e dos oprimdos no mundo? Como avança o Reino com seus bens e que obstáculos encontra pela frente, vindos da própria instituição eclesial, não raro tardia em tomar posições e insensível aos problemas do homem da rua e aqueles derivados principalmente das estratégias dos poderosos, decididos em manter invisíveis e silenciados os oprimidos para continuarem sua perversa obra de acumulação e dominação.

    8. O futuro da Teologia da Libertação

    Que futuro tem e terá a Teologia da Libertação? Muitos pensam e lhe interessa pensar assim que ela é coisa dos anos 70 do século passado e que já perdeu atualidade e relevância. Só mentalidades cínicas podem alimentar tais desejos, totalmente alienadas com o que passa com o planeta Terra e com o destino dos pobres no mundo. O desafio central para o pensamento humanitário e para a Teologia da Libertação é exatamente o crescente aumento do número de pobres e o acelerado aquecimento global e a opressão dos pobres. Lamentavelmente, cada vez menos pessoas, grupos e igrejas estão dispostos a ouvir seu clamor canino que se dirige ao céu. Uma Igreja e uma teologia que se mostram insensíveis a esta paixão se colocam a quilômetros luz da herança de Jesus e da libertação que ele anunciou e antecipou.
    A Teologia da Libertação não morreu. Ela é atualmente mais urgente do que quando surgiu no final dos anos 60 do século XX. Apenas ficou mais invisível pois saiu do foco das polêmicas que interessam a opinião pública. Enquanto existirem neste mundo pobres e oprimidos haverá pessoas, cristãos e Igrejas que farão suas as dores que afligem a pele dos pobres, suas as angústias que lhes entristecem a alma e seus os golpes que lhes atingem o coração. Estes atualizarão os sentimentos que Jesus teve para com a humanidade sofredora.
    No contexto atual de degradação da Mãe Terra e da devastação continuada do sistema-vida, a Teologia da Libertação entendeu que dentro da opção pelos pobres deve incluir maximamente a opção pelo grande pobre que é o Planeta Terra.
    Ele é vítima da mesma lógica que explora as pessoas, subjuga as classes, domina as nações e devasta a natureza. Ou nos libertamos desta lógica perversa ou ela nos poderá levar a uma catástrofe social e ecológica de dimensões apocalípticas, não excluída a possibilidade até da extinção da espécie humana. A inclusão desta problemática, quiça, a mais desafiante de nosso tempo, fez nascer uma vigorosa Ecoteologia da Libertação. Ela se soma a todas as demais iniciativas que se empenham por um outro paradigna de relação para com a natureza, com outro tipo de produção e com formas mais sóbrias e solidárias de consumo.
    Que futuro tem a Teologia da Libertação? Ela tem o futuro que está reservado aos pobres e oprimidos. Enquanto estes persistirem há mil razões para que haja um pensamento rebelde, indignado e compassivo que se recusa aceitar tal crueldade e impiedade e se empenhará pela libertação integral.
    Ela não terá lugar dentro do atual sistema capitalista, máquina produtora de pobreza e de opressão. Ela só poderá existir na forma de resistência, sob perseguições, difamações e martírios. Mesmo assim, porque nenhum sistema é absolutamente fechado, ela poderá colocar cunhas por onde o pobre e o oprimido construirão espaços de liberdade. Por isso, a Teologia da Libertação possui uma clara dimensão política: ela quer a mudança da sociedade para que nela se possam realizar os bens do Reino e os seres humanos possam conviver como cidadãos livre e participantes.
    Que futuro tem a Teologia da Libertação denro do tipo de Igreja-instituição que possuimos? Mantido o atual sistema, cujo eixo estruturador é a sacra potestas, o poder sagrado, centralizado somente na hierarquia, ela só poderá ser uma teologia no cativeiro e relegada à marginalidade. Ela é disfuncional ao pensamento oficial e ao modo como a Igreja se organiza hierarquicamente: de um lado o corpo clerical que detém o poder sagrado, a palavra e a direção, e do outro, o corpo laical, sem poder, obrigado a ouvir e a obedecer. Na esteira do Concílio Vaticano II, a Teologia da Libertação se baseia num conceito de Igreja comunhão, rede de comunidades Povo de Deus e poder sagrado como serviço.
    Esta visão de Igreja foi nos últimos decênios praticamente anulada por uma política curial de volta à grande disciplina e pelo reforço à estrutura hierárquica de orgnização eclesial.
    Assim se fecharam as portas à conciliação tentada pelo Concílio Vaticano II entre Igreja Povo de Deus e Igreja Hierárquica, entre Igreja-poder e Igreja-comunhão. O difícil equilíbrio alcançado foi logo rompido ao se entender a comunhão como comunhão hierárquica, o que anula o conteúdo inovador deste conceito que supõe a participação equânime de todos e a hierarquia funcional de serviços e não a hiierarquia ontológica de poderes. A burocracia vaticana e os Papas Wojtyla e Ratzinger nterpretaram o Vaticano II à luz do Vaticano I centralizando novamente a Igreja ao redor do poder do Papa e esvaziando os poucos órgãos de colegialidade e participação.
    Não devemos ocultar o fato de que ao optar pelo poder a Igreja institituição optou pelos que também têm poder, numa palavra, os ricos. Os pobres perderam centralidade. A eles está reservada a assistência e a caridade que nunca faltaram. Mas quem opta pelo poder fecha as portas e as janelas ao amor e à misericórdia. Lamentavelmente ocorreu com o atual modelo de Igreja, burocrático, frio e nas questões concernentes à sexualidade, a homoafetividade, à AIDS e ao divórcio, sem misericórdia e humanidade.
    Nestas condições, não há como fazer uma Teologia da Libertação como um bem da Igreja local e universal que toma a sério a questão dos pobres e da justiça social. Ela subverte a ordem estabelecida das coisas. Seu destino será a deslegitimação e a perseguição. Não será exagero dizer que ela vive e viveu o seu mistério pascal: sempre rejeitada, sempre sepultada e também sempre de novo ressuscitada porque o clamor dos pobres não permite que ela morra.
    Mas na Igreja instituição, apesar de suas graves limitações, sempre há pessoas, homens e mulheres, padres, religiosos e religiosas e bispos que se deixam tocar pelos crucificados da história e se abrem ao chamado do Cristo libertador. Não apenas socorrem os pobres mas se colocam do lado deles e com eles caminham buscando formas alternativas de viver e de expressar a fé.
    Qual o futuro da Teologia da Libertação? Ecumênica desde seus inícios, ela vicejará naquelas Igrejas que se remetem ao Jesus dos evangelhos, àquele que proclamou benaventurados os pobres e que se encheu de compaixão pelo povo faminto e que, num gesto de libertação, multiplicou os pães e os peixes. Estas Igrejas ou porções delas, ousadamente mantem a opção pelos pobres contra a sua pobreza. Entenderão esta opção como um imperativo evangélico e a forma, talvez a mais convincente, de preservar o legado de Jesus e de atualizá-lo para os nossos tempos.

    9.Onde encontrar hoje a Teologia da Libertação

    Qual será o futuro da Teologia da Libertação? Está em seu presente. Ela continua viva e cresce, com caráter ecumênico, na leitura popular da Bíblia, nos círculos bíblicos, nas comunidades eclesiais de base, nas pastorais sociais, no movimento fé e política e nos trabalhos pastorais nas periferias das cidades e nos interiores do paises. Neste nivel e por sua natureza ecumênica e popular esta teologia, de certa forma, escapa da vigilância das autoridades doutrinárias.
    Ela é a teologia adequada àquelas práticas que visam a transformação social e a gestação de um outro modo de habitar a Terra. Se alguém quiser encontrar a Teologia a Libertação não vá às faculdades e institutos de teologia. Ai encontrará fragmentos e poucos representantes. Mas vá às bases populares. Ai é seu lugar natural e ai viceja vigorosamente. Ela está reforçando o surgimento de um outro modelo de Igreja mais comunitário, evangélico, participativo, simples, dialogante, espiriual e encarnado nas culturas locais que lhe conferem um rosto da cor da população, em nosso caso, indio-negro-latinoamericano.
    Alçando a vista numa perspectiva universal, tenho uma como que visão. Vejo a multidão de pobres, de mutilados, aqueles que o Apocalipse chama “de sobreviventes da grande tribulação” (7,14) cujas lágrimas são enxugadas pelo Cordeiro, organizados em pequenos grupos erguendo a bandeira do Evangelho eterno, da vida e da libertação. Seguidores do Servo sofredor e do Profeta perseguido e ressuscitado a eles está confiado o futuro do Cristianismo, disseminado no mundo globalizado em redes de comunidades, enraizado nas distintas culturas locais e com os rostos dos seres humanos concretos. Deixando para trás a pretensão de excepionalidade que tantas separações trouxe, se associarão a outras igrejas, religiões e caminhos espirituais no esforço de manter viva a chama sagrada da espiritualidade presente em cada pessoa humana.
    Dentro deste tipo comunional e de mútua aceitação das diferentes igrejas, a Teologia da Libertação terá um lugar natural. Ela recolherá reflexivamente os esforços dos cristãos pelo resgate da dignidade dos pobres e da dignidade e dos direitos da Terra e animará a caminhada da humanidade rumo a um mundo que ainda não conhecemos mas que cremos estar alinhado àquele que Jesus sonhou.
    Então, Teologia da Libertação terá cumprido a sua missão. Comprenderá que no binômio Teologia da Libertação, o decisivo não é a Teologia mas a Libertação real e histórica, porque esta e não aquela é um dos bens do Reino de Deus.

    Leonardo Boff
    Leonardo Boff, 1938, doutorado em teologia e filosofia, foi durante mais de 20 anos professor de teologia sistemática no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi professor visitante em várias universidades estrangeiras e galardoado com vários dr.h.c. Escreveu mais de 80 livros nas várias áreas teológicas e humanísticas e sempre se entendeu no âmbito da Teologia da Libertação

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    • Rosiane,
      Obrigado por haver democratizado esta minha reflexão sobre a Teologia da Libertação.Em começos de outubro faremos um congresso internacional em S.Leopoldo sobre os 40 anos deste tipo de Teologia. O Vaticano está tentando iompedi-lo porque se imagina que com os dois documentos que Ratzinger escreveu havia matado e enterrado esta teologia Mas enquanto houver pobres que são opimidos haverá sempre cristãos que tentatrão pensar e atuar a partir da fé libertadora e fazendo teologia da libertação.A contribuição das mulheres foi e é imporantee e nos ajudou muito a nos teologos no sentido de superarmos o machismo cultural no qual estamos imersos.
      abraço solidario
      lboff

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  31. Aqueles que condenam a Teologia de Libertação é igual aos sacerdotes e fariseus que ficavam orando em praças para demostrarem que tinham fé e acabaram condenando CRISTO por ter caridade e compaixão dos marginalizados. ” eu sou cristão até não mexer com a minha comodidade”. Lembre-se: A fé sem obra é morta, Tiago

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  32. Certamente quem Gostou muito da Teologia da Libertação ou melhor dito da Teologia Comunista foram: Fidel Castro, Hugo Chaves, Lula e outros. No entanto é uma Teologia herética uma vez que a verdadeira teologia da Libertação pregada por Jesus Cristo tem quatro eixos a saber A Graça do Senhor Jesus Cristo , o Amor de Deus, a Comunhão com o Espírito Santo e a Glória do evangelho de Cristo, ou seja centrada em Cristo e não no homem. Nisto vocês erraram

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  33. Ilmº. Sr. Dr. Leonardo Boff,

    Assisti no Youtube um debate realizado pelo programa “Roda Viva” em que o senhor é questionado acerca da sua Teologia da Libertação. Em certa altura dos questionamentos, o senhor sinalizou em favor da prática homossexual, alegando, em sua defesa, o exercício do amor. O interessante é que o senhor prega que os pobres precisam ser libertos das garras dos poderes opressores, mas incentiva os teus semelhantes a permancerem escravos dos seus próprios pecados. Outrossim, tenta libertar o planeta Terra da degradação ambiental, defendendo um movimento ecológico que tem base em teorias infundadas e conspiratórias, como a que aponta um aquecimento global inexistente. Assim sendo, comunico a vossa senhoria que breve estarei publicando em meu blog uma postagem intitulada “LEONARDO BOFF: confusão teológica e ecologia equivocada”.

    A minha oração é para que vossa senhoria se converta a quem verdadeiramente liberta, o Senhor Jesus Cristo. “Porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

    Repeitosamente,

    Pastor Hafner – Suíça.

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    • Pastor Hafner,
      Os fatos recentes como o tufão que atingiu New Jersey e N.Yorque bem como o Katrina vem refutando os argumentos daqueles que dizem que não há aquecimento global. O tufão se deveu ao fato de que o Oceano Atlantico norte aqueceu tres graus Celius o que provoca mais evoporação e a formação de tempestades e tufoes. Apenas começaram. Serão mais frquentes e fortes. O mesmo está ocorrendo no Sul do Brasil onde nunca havia vendaveis de mais de cem km por hora que destroem plantacoes e casas. E assim em mutas partes do mundo. São fatos. Estes devem ser tomados a serio para evitarmos o pior. Não basta citar fundamentalsticamente frases da biblia para resolver os problemas. O Deus que criou a Biblia criou tambem nossa inteligencia para cuidarmos da criação que Ele nos legou. Acho que o equivocado é voce e não a minha ecologia.
      Que o Espirito nunca lhe falte. Alles Gute und Gottes Segen.
      lboff

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  34. Leonardo ,
    Sinto realmente que o caminho verdadeiro do cristianismo está dentro e intrísicamente ligado à teologia da Libertação,naqueles que são vistos como pesos para a”sociedade” que gasta tempo e dinheiro com tudo o que vem das propagandas e são incapazes de observar e dar atenção mínima aos mais necessitados e oprimidos .como se fosse macular a já tão deprimente e doente “sociedade”
    Christa

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  35. Como estudante bíblico católico parece-me que a TL ao se ligar a partidos socialistas, os quais sempre participam de seus congressos, tem-me dado a impressão de estar praticando uma fé católica socializada, relativizada, imanente e quase substituindo a Deus pelos pobres, o inverso do que deveria ser, portanto não tem sido sem embasamento que a Igreja católica por meio dos Papas vêm se pronunciando contra, inclusive de prestigiarem ascensão dos comunistas ao poder, nessa de proteger os pobres vão ganhando a adesão de incautos.
    Seria corrigir um erro do capitalismo individual por outro pior, o capitalismo estatal ao estilo Cuba, Coreia do Norte?

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    • Isayas.
      Vocé está assumindo a versão dos detratores da Teologia da Libertação que eram os que defendiam as ditaduras militares e viam em todo trabalho em favor dos pobres marxismo e comunismo. Essa teologia, é bom saber, nunca foi condenada.Noa primeiro documento do Vaticano se chama a atenção para algunbs s riscos. Quem evita os riscos não incorre na censura. No segundo documento do Vaticano é amplamente positivo. João Paulo II disse aos bispos brasileiros em Roma, depois de passada a tempestade, que “essa teologia, em condições de pobreza e opressão não é só útil mas até necessária”. O núcleo desta teologia é essencialmente evangélico: opção pelos pobres contra sua pobreza e a favor da justiça e da vida. Quem pode ser contra isso se não quer ser contra a sua propria humanaidade.Marx não nem pai nem padrinho da Teologia da libertação mas sim a teologia do êxodo, dos porfetas e da mensagem de Jesus e dos apóstolos.

      Seria aconselhável vc se instruir um pouco para não difundir inverdas,lendo qualquer livro serio sobre esse tipo de Teologia. Ou consulte até dicionarios de teologia que já tem largo verbete sobre a Teologia da Libertação.
      lboff

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  36. […]             Para entender a cultura marginal paulistana, o professor traça histórico sobre a formação das regiões mais periféricas da cidade: em 1975, a periferia era o local onde se observava a ausência do Estado e onde nasciam os movimentos sociais urbanos, como os Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedecas) e a militância da Teologia da Libertação. […]

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  37. Teologia da Libertação? Não entendo o motivo de tipificarem a teologia. Existe também a teologia da prosperidade, teologia Liberal, afinal, o estudo da teologia em si já traz a liberdade ” ..e conhecerei a verdade e ela vos libertará “, posso estar enganado, mas percebo que essas “ramificações” da teologia de alguma forma atrela por demais o ser humano as coisas terrenas, quando foi interrogado pelos Fariseus acerca do Reino de Deus Jesus disse: “O Reino de Deus não vem com visível aparência não….porque o Reino de Deus estará dentro de cada de um de vós”, Jesus veio pregar um Reino eterno ! Ele não veio pregar a salvação, pode soar estranho, mas a salvação é um meio que Deus criou para que pudéssemos entrar em seu Reino, então, temos que ter em em mente o que o Apóstolo Paulo escreveu na carta para a Igreja em Éfeso “não temos que lutar contra a carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” essa é a nossa luta !!! Essa vida é como vapor como está escrito na epístola de Tiago, então temos que empreender nossas forças no Reino Celestial, no que é eterno, sem deixar ter vida abundante em Cristo. Vejo que muitos estão se perdendo em questões pequenas, enquanto milhares e milhares estão morrendo sem a salvação. Aquele a quem eu sirvo, morreu sem ter onde reclinar a cabeça!!! Quero seguir o meu Mestre e tentar cumprir o que ele deixou. O Evangelho é simples demais. Nós é que complicamos e nos perdemos na caminhada. Temos que amar o nosso próximo e amar a Deus sobre todas as coisas, essa é a teologia que me importa seguir.

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    • Luiz Carlos
      Não esqueça que Jesus disse:Felizes de vcs pobres…ai de vós ricos. E seremos julgados pelos pobres, pelos que tiveram fome, sede, estavam nus…Com eles o Juiz supremos se identificou chamando-os de meus irmãos menores….Se não atendermos a isso tudo é vão. Não podemos perder esta centralidade. A Teologia da Libertação tentou mostrar a importância que os pobres tem para a salvação e nossa necessidade de não abandoná-los em sua miséria. Uma teologia que não incorpora isso não passa pelo crivo do cinismo e da irrelevancia.
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      • Caro irmão,
        Eu concordo plenamente que devemos cuidar dos pobres, dos órfãos, das viúvas, pois ao citar os dois maiores mandamentos Jesus falou que devemos amar o nosso próximo, e esse amor não pode ser desprovido de boas obras, porém, as boas obras desprovidas de fé é mero humanismo, e a fé desprovida de boas obras é religiosidade pura. Não gosto de debates, nem sei porque participei desse, a minha opnião é que o amor que nos une, deve ser maior do que as diferenças e os dogmas que nos separam. Indepente de sermos protestantes ou católicos ou anglicanos,…., temos que expressar o amor de Cristo a cada dia nos pequenos atos e viver na esperança de um dia estarmos eternamente Ele. “se vivemos, vivemos para o Senhor, se morremos, morremos para o Senhor, quer vivemos ou quer morremos somos do Senhor”.

        Fique na Paz.

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      • MUITA GENTE,NAO CONORDA COM A TL(TEOLOGIA DA LIBERTAÇAO) e tem todo o direito do mundo de nao concordar e apoia,mas também nao sejamos…hipócritas de dizer que vc é um CRISTAO-CATÓLICO,o homem que é divino e se fez carne aqui na terra…nos ensinou o PAI-NOSSO e o PAO-NOSSO…entao devemos pensar mas se estamos seguindo essa tese…É o alguns casos…eu disse em alguns casos…A IGREJA CATÓLICA,esta perdendo um pouco os seus fundamentos de ensinar a todos os valores que nós CATÓLICOS presamos…FÉ,CARIDADE E AMOR…O principal chama-se CARIDADE…JESUS disse: se vc quiser ser perfeito,vá,venda tudo o que tem,e distribua aos pobres,e assim você terá riquezas no céu.Depois venha e me siga.Ainda afirma…E muito difícil um rico entra no REINO DO CÉU,É MAS FÁCIL UM CAMÊLO ENTRAR NUM BURACO DE UMA AGULHA DO QUE UM RICO ENTRA NO REINO DE DEUS…
        Nâo troco minha FÉ(CRISTÃ-CATÓLICA)por nenhuma outra…mas tmb nao me alieno e nem fecho os meus olhos para a injustiça em que a igreja nao generalizando…mas taah dizendo AMÉM a tudo…Em que está so vivendo da FÉ…E quem tem esse pensamento sao os PROTESTANTES DE LUTERO que tem a parnóia da (SOLA FIDE) que é salvaçao somente pela fé…Nao quero mudar o mundo…por que isso é uma heresia…por que todos somos providos do PECADO ORIGINAL,e mundo perfeito só na IGREJA TRIUNFANTE,Sim vai sempre existir o JÔ e o TRIGO,mas deveremos ajudar,melhorar,A NASA ela gastou 5 BILHOES de DOLÁRES para encontrar vida em um outro planeta…o que nós da igreja fizemos nada…como queremos achar vida “noutro” mundo se 925 milhoes de pessoas passam fome…vivem ao LÉU a CALAMIDADE,é muito fácil falar de pobre de cima pra baixo…dificil é falar de pobre de baixo pra cima…Um rico chega ai olha no calendario e diz:EITHA HOJE EH DIA 24 DE DEZEMBRO VOU FAZER UMA CARIDADE…KKKK…CARIDADE NAO EH DAR UM REAL AO INJUSTIÇADO QUE ESTÁ PROSTADO NAO…VIVER DIGNAMENTE HOJE EH DIREITO,DOM.HELDER CÂMARA FALAVA:O VERBO EM QUE A HUMANIDADE DEVERIA ADERIR ERA..O DIVIDIR…E O MAS HORROROSO EH O SOBRAR…Entao com esse pensamento vou deixar vc refletir…A IGREJA ORTODOXA FALA…QUE TL EH UMA IDIOTICE A PIOR DA HEREGES…SE DEFENDER OS INJUSTIÇADOS…QUERE UM MUNDO MELHOR SEM MISÉRIA…E QUERERMOS SER IGUAL NA FÉ E NASOCIEDADE…PELO MENOS NA PARTE DE QUEREMOS AJUDAR…

        EU QUERO SER IDIOTA ATÉ MORRER…

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  38. MUITA GENTE,NAO CONORDA COM A TL(TEOLOGIA DA LIBERTAÇAO) e tem todo o direito do mundo de nao concordar e apoia,mas também nao sejamos…hipócritas de dizer que vc é um CRISTAO-CATÓLICO,o homem que é divino e se fez carne aqui na terra…nos ensinou o PAI-NOSSO e o PAO-NOSSO…entao devemos pensar mas se estamos seguindo essa tese…É o alguns casos…eu disse em alguns casos…A IGREJA CATÓLICA,esta perdendo um pouco os seus fundamentos de ensinar a todos os valores que nós CATÓLICOS presamos…FÉ,CARIDADE E AMOR…O principal chama-se CARIDADE…JESUS disse: se vc quiser ser perfeito,vá,venda tudo o que tem,e distribua aos pobres,e assim você terá riquezas no céu.Depois venha e me siga.Ainda afirma…E muito difícil um rico entra no REINO DO CÉU,É MAS FÁCIL UM CAMÊLO ENTRAR NUM BURACO DE UMA AGULHA DO QUE UM RICO ENTRA NO REINO DE DEUS…
    Nâo troco minha FÉ(CRISTÃ-CATÓLICA)por nenhuma outra…mas tmb nao me alieno e nem fecho os meus olhos para a injustiça em que a igreja nao generalizando…mas taah dizendo AMÉM a tudo…Em que está so vivendo da FÉ…E quem tem esse pensamento sao os PROTESTANTES DE LUTERO que tem a parnóia da (SOLA FIDE) que é salvaçao somente pela fé…Nao quero mudar o mundo…por que isso é uma heresia…por que todos somos providos do PECADO ORIGINAL,e mundo perfeito só na IGREJA TRIUNFANTE,Sim vai sempre existir o JÔ e o TRIGO,mas deveremos ajudar,melhorar,A NASA ela gastou 5 BILHOES de DOLÁRES para encontrar vida em um outro planeta…o que nós da igreja fizemos nada…como queremos achar vida “noutro” mundo se 925 milhoes de pessoas passam fome…vivem ao LÉU a CALAMIDADE,é muito fácil falar de pobre de cima pra baixo…dificil é falar de pobre de baixo pra cima…Um rico chega ai olha no calendario e diz:EITHA HOJE EH DIA 24 DE DEZEMBRO VOU FAZER UMA CARIDADE…KKKK…CARIDADE NAO EH DAR UM REAL AO INJUSTIÇADO QUE ESTÁ PROSTADO NAO…VIVER DIGNAMENTE HOJE EH DIREITO,DOM.HELDER CÂMARA FALAVA:O VERBO EM QUE A HUMANIDADE DEVERIA ADERIR ERA..O DIVIDIR…E O MAS HORROROSO EH O SOBRAR…Entao com esse pensamento vou deixar vc refletir…A IGREJA ORTODOXA FALA…QUE TL EH UMA IDIOTICE A PIOR DA HEREGES…SE DEFENDER OS INJUSTIÇADOS…QUERE UM MUNDO MELHOR SEM MISÉRIA…E QUERERMOS SER IGUAL NA FÉ E NASOCIEDADE…PELO MENOS NA PARTE DE QUEREMOS AJUDAR…

    EU QUERO SER IDIOTA ATÉ MORRER…

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    • Neto,
      O que conta mesmo é que na tarde da vida seremos julgamos pelos amor que tivermos tido ou não para com nossos proximos necessitados que Jesus chamou de meus “irmãos menores”. O resto é glossa e comentário quando não vaidade.
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  39. Leonardo, irmão fraterno, sou ex padre como vc, ou melhor nunca deixamos, minha formação foi na arquidiocese de são paulo, vendo em mestres como D.Paulo e tantos outros os ensinamentos de Jesus Libertador, fui ordenado e servi aos pobres de Deus nas comunidades pobres da Vila Brasilândia, D.Angêlico era nosso pastor e irmão. Mas com o passar do tempo vi que a estrutura hierárquica não dignifica os valores que prega, Jesus respeitou a liberdade e a dignidade de seus discípulos, Jesus não impôs dogmas, nem regimes medievais, a compaixão sempre esteve presente no mestre. Hoje mais uma vez rezo a Deus que o papa que será eleito, tenha a coragem de Jesus, que enfrentou os doutores da lei, e que suscite na igreja tempos novos, a a dignidade humana seja a prioridade fundamental, principalmente na hierarquia, que a opressão de seu lugar ao amor fraterno e a compaixão como nos ensina Jesus Libertador. Gostaria apenas de fazer a você uma pergunta, você como homem de Deus e que conhece os bastidores da Igreja, e de Roma, vê a possibilidade de mudanças para a Igreja, inclusive a nível hierárquico, os padres possuem esperança de uma vida mais digna, respeito a sua dignidade é isso que falo, serão discutidas questões sérias como celibato, a ordenação de mulheres, os leigos na coordenação da Igreja. Agradeço sua atenção e desculpe alguma má formulação de meus questionamentos. Abraço fraterno, Paulo Melim. Paz e Bem !

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  40. Realmente como diz o mestre Leonardo Boff, enquanto existir injustiças sociais haverá a Teologia da Libertação. Esta teologia é a teologia de Jesus, o Jesus verdadeiro aquele que caminhou e viveu entre os pobres, sofreu com eles, denunciou o sistema opressor por eles, foi preso, torturado e assassinado por causa deles, que lutou pela implantação do projeto do Reino já aqui nesta terra. Infelizmente a maioria do clero a começar pela elite do Vaticano estão muitíssimo longe do projeto do Reino e da vivência de Jesus Cristo, e, ainda nos perseguem e tentam calar, mas, jamais conseguirão.
    Saudações cristãs e socialistas
    Evandro ( militante de esquerda e militante da Teologia da Libertação)

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  41. Jesus veio ao mundo para trazer DEUS!Essa é a base, o pilar de tudo! Nisso consiste a fé!! Mas a carência e vaidade humana teimam em não reconhecer essa verdade e buscam colocar aspectos secundários em um patamar principal!! Busca como sempre colocar o homem como centro de tudo. A TL simplesmente desdobra-se em absurdos para colocar o mundo girando ao redor do homem!! Enquanto deveria girar ao redor do nosso UNICO, GRANDE, SUFICIENTE DEUS!

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  42. Centenas de pessoas impedidas de, ou espancadas e presas, por protestar contra a falta de oportunidades de trabalho, a exploração econômica, os baixos salários, a falta liberdade de expressão e de imprensa livre em Cuba, sem poder escolher como representantes políticos de outro partido que não o comunista. O estado socialista real é um grande opressor. O marxismo na teoria é lindo, mas na prática é um pesadelo sem fim, mas a teologia da libertação ainda assim apóia esses regimes como se fossem realmente libertadores!!! Muito decepcionante.

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  43. Leonardo, veja abaixo pequena historinha ilustrativa do por que o comunismo ou socialismo ou seja lá o que for não funcionam. Não adianta vocês ficarem preconizando situações que contrariem a natureza humana. Aí esta figurado o motivo da derrocada do Império Soviético e do atraso de Cuba em relaçao ao mundo. Não adianta ficarem procurando culpados, pois a culpa é mesmo do sistema que é inoperante. O ser humano tem que ter bagagem e liberdade para criar e pesar por si. Aqui no interior tem um ditado popular que diz: “para matar o carrapato não mate o boi”. O capitalismo tem seus defeitos, mas Marx que me desculpe, socialismo só na teoria e na cabeça de quem gosta de mandar.

    Um professor de economia disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

    Esta classe em particular havia insistido em que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

    O professor então disse: “Ok; vamos fazer uma experiência socialista nesta classe”. “Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas serão concedidas com base na média da classe.

    Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria
    ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”.

    Depois de calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

    Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi “C”. Ninguém gostou.

    Depois da terceira prova, a média geral foi “D”.

    Posteriormente, as notas não voltaram a patamares mais altos, mas as
    desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua surpresa.

    O professor explicou: “a experiência socialista não foi positiva porque se a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto isso.”

    1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a
    prosperidade do mais rico;

    2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;

    3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;

    4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza
    tentando decidi-la;

    5. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa
    trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.”

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    • Antonio
      Não tenho nenhum interesse em discutir estas questões. Para mim o importante é saber de que lado estamos: se do lado do oprimido, do pobre, do sofredor ou se do lado do status quo que deixa mais de um bilhão de pessoas com fome e considerados não-gente. Cada um deve decidir em sua vida. Para um cristão há um agravante: na tarde da vida seremos julgados por esses pobres e oprimidos com os quais Jesus se identificou e chamou “meus irmãos e irmãs menores”. O resto é vaidade intelctual.
      lboff

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      • a pobreza q Jesus ensina nao é uma reforma agraria mas sim a simplicidade a pureza de coração e ele se fez pobre pra nos dar a vida em ambudancia q é a salvação .. como diz apocalipses 21 havera um novo ceu e uma nova terra

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  44. OS ESTADOS UNIDOS NÃO SÃO O MONSTRO QUE PINTAM
    Dizem que se não fossem os loucos, os jornalistas morreriam de fome.
    Mais uma vez um desses debilóides cheios de ódio para instilar sorrateiramente ceifa a vida de inocentes indefesos num momento de festa e descontração e o mundo se espanta diante da lembrança daquele nefasto 11 de setembro, quando centenas de inocentes morreram nas torres gêmeas.
    Dentre as vítimas, uma criança de oito anos morta sem ao menos ter conhecido direito a vida e a que barbarismos seus semelhantes são capazes de chegar, muitas das vezes, na sórdida salvaguarda de valores cultuados em nome de Deus.
    Novamente os Estados Unidos sofrem pela inveja e desdenho a sua grandeza!
    Claro que em dezenas de ocasiões a política externa americana não se comporta como a boa mãe que todos gostaríamos que fosse, entretanto não é justo que o terceiro mundo atribua plena culpa das suas mazelas e do seu atraso unicamente à mão pesada do Tio San.
    Os responsáveis pelas procelas sociais que nos atormentam, na sua maioria, vivem bem longe dos Estados Unidos; ocupando palácios governamentais, câmaras legislativas e côrtes, não só no Brasil, mas na América Latina e grande parte do resto do mundo subdesenvolvido.
    Se os governantes do terceiro mundo tomassem como exemplo a capacidade de trabalho, o fanatismo pela eficiência, o senso de nacionalismo e respeito à imagem da pátria, assim como a obsessão pela organização, desenvolvimento tecnológico e social e respeito às liberdades individuais; menos trevas haveria em nossos horizontes e nossos povos, talvez não vivessem no mesmo passo desenvolvimentista dos americanos, mas, com certeza, estariam muitas vezes melhor do que estão hoje.
    Governantes corruptos, lobismo corruptor, corporativismo sindical, legislação trabalhista paternalista, legislativos inoperantes, excessiva burocracia, sistemas fiscais e tributários esmagadores, judiciários imperiais, privilégios principescos para o funcionalismo, serviço público caro e ineficiente e ditaduras dinásticas em países orientais é realidade abundante no terceiro mundo, impedindo que os dirigentes entendam, incentivem e respeitem o desejo de liberdade e progresso de seus cidadãos. Por isso optam por denegrir a imagem dos Estados Unidos, procurando desenhar no horizonte a eterna ameaça do monstro imaginário plantado nas mentes incautas e ignorantes. Política que os ajuda a se perpetuar no poder por anos e décadas a fio, neutraliza ânimos de lideranças que tenham potencial de contestação e, com certeza, propicia brutal enriquecimento próprio através de injustas concentrações de renda, aonde muitos têm nada e poucos têm tudo.
    Prova cabal da afirmação acima esta na história de países como o Brasil, detentor de território do mesmo tamanho e dono de potencialidades muitos superiores às dos americanos. Apesar de terem a mesma idade os dois países, em pleno século XXI, vivem realidades extremamente opostas. Em primeiro lugar, por culpa dos nossos queridos colonizadores que nos entregaram de bandeja aos interesses Britânicos e depois da independência por nossa própria burrice, desonestidade, incapacidade gerencial e traição dos nossos governantes.
    Não podemos impedir que o urubu defeque em nossa cabeça, mas, se olharmos para cima de boca aberta ele poderá defecar dentro dela.

    Nesse caso a culpa será de quem?

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  45. Na raiz do problema o que existe, na verdade, é uma viragem antropocêntrica: Deus que era o centro da teologia clássica já não o é mais. Agora o ponto de partida é o homem. Alegam os teólogos da libertação que é Deus no homem, pois ele se encarnou, porém, o que realmente pregam é a gnose, ou seja, uma filosofia pagã que de alguma forma tomou posse da linguagem cristã. Na Antiguidade, ela quase parasitou a Igreja Católica, tendo sido necessário medidas drásticas para coibi-la. Foi um dos primeiros desafios que a Igreja teve de enfrentar.

    Atualmente, estas novas filosofias tem sido constantemente denunciadas pelo Magistério da Igreja, seja com Pio X condenando o modernismo, seja com João Paulo II que tantos alertas emitiu acerca de doutrinas incompatíveis com a fé católica. Joseph Ratzinger, enquanto Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé prestou um grande serviço para a Igreja ao desmascarar diversas filosofias errôneas.

    Todas essas filosofias têm um ponto em comum: elas perdem a transcendência e, assim, Deus acaba se dissolvendo na história da Humanidade. Para quem estuda filosofia é mais fácil enxergar que como o homem tem caído de abismo em abismo nas questões filosóficas. A partir de Kant que nega o acesso ao transcendente, passando por Hegel com seu único plano monista desde mundo imanente, onde o absoluto agora evolve na História. Partindo deles não é difícil enxergar Nietzsche, Heidegger, as teorias críticas da Escola de Frankfurt, as várias tentativas línguísticas e relativistas do tempo moderno, todas elas são o homem ‘fechado’, sem transcendência.

    Novamente se delineia a viragem. De uma Teologia que antes pregava o Cristo Libertador, que era uma espécie de Che Guevara com uma coroa de espinhos, tem-se agora uma religião mundial. Essa nova religião não possui uma doutrina, ela relativiza Cristo, afirmando que Ele nada mais é do que uma das muitas formas de encarnação do espírito de Deus na história, ela também aceita todas as outras religiões como sendo válidas e importantes. Ora, não é difícil perceber que quando se junta todos os deuses o que resulta é o renascimento do paganismo, que encontra seu ápice na MÃE TERRA, um feminismo pagão ou um paganismo feminista.

    A Mãe Terra com os seus ecologismos, com as forças da natureza e o neo-paganismo está por aí. Tanto é verdade que Leonardo Boff (irmão de Clodovis B.) não teve medo de deixar Jesus para trás e de adotar a nova religião mundial.

    O Cardeal Ratzinger, de forma muito profunda, mostra que as raízes filosóficas de tudo isto está no kantismo e, evidentemente, na ortopráxis que é o que resta. Ora, a Teologia da Libertação estava em ruínas, disse o Cardeal, dessas ruínas surgiu o relativismo, porém, como este é completamente vazio de sentido, o relativismo religioso precisava de alguma substância – de um osso para roer – e apoderou-se da prática transformadora, da engenharia social da TL.

    Desta forma, em vez de se ter uma ortodoxia o que se tem é uma ortopráxis que leva em direção à uma transformação, a um projeto social moderno. Partindo, então, do cristocentrismo para o antropocentrismo, chega-se ao paganismo total, na destruição do homem, onde Leonardo Boff não tem medo e nem pudor de dizer em seus livros ecológicos em dizer que o homem é o câncer que está fazendo mal à terra e que precisa ser extirpado. Portanto, de abismo em abismo chegou-se ao anti-humanismo.

    Lembrando que tudo começou com uma vontade ingênua de valorizar o homem. Mas, valorizar o homem sem Cristo e sem Deus é desvalorizá-lo, é colocá-lo abaixo da própria natureza. Nunca a humanidade chegou tão baixo e, incrivelmente, é este o projeto libertador. Se isso é ‘libertação’, mil vezes é preferível as ‘cadeias opressoras de uma teologia romana’.

    http://padrepauloricardo.org/aulas/teologia-da-libertacao-e-o-pobre-como-lugar-teologico

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    • Bruno,
      Sua cabeça está muito perturbada com ideias, fazendo uma grande mixórida epistemológica, sem nexo e o que é pior, sem conexão com a realidade. A teologia da libertação é uma coisa muita mais séria do que vc imagina. Ela deu centralidade àqueles a quem Jesus dirigiu sua mensagem, os invisíveis e pobres. Eles não entram em seu discurso. Por isso, se há alguma gnose aqui, esta é a sua. Só fica nas teorias mas não as confronta com a humanidade sofredora, com aqueles que serão nossos juizes no entardecer da vida. É para pensar neles e em favor de suas vidas que esta teologia surgiu. Ratzinger nunca entendeu este mergulho. Num dos diálogos que matinha com ele (éramos amigos) cheguei a dizer-lhe que ele não teve o privilégio de mergulhar no mundo dos miseráveis de uma favela, pois a partir dela faria outro tipo de teologia do que aquela agotiniana que fazia. Ele apenas sorria e calava.Pense o real e não as idéias já pensadas pelos outros. Não pise nas pisadas dos outros. Pise o chão da vida e assim vc deixará a sua pisada.
      ex imo cordis
      lboff

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      • bem antes da teologia da libertação a igreja sempre se preocupou com os excluidos. Seguir a Cristo é ser justo com todos é dar a Cesar o que é de Cesar. Eu gostaria de enteder uma teologia que não trata todos com igualdade.

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  46. Discordo de sua resposta. O Senhor citou ausencia de alguns assuntos em um texto que expus mas não contra-argumentou nenhum fato apresentado. Ratzinger de forma claro mostrou o que é a Teologia da Libertação, e qual a sua intensão de fato. Ele bem compreendia a TL que ousou afirmar a coerencia na busca de uma libertação dos pobres a luz dos Evangelhos, mas não hesitou em denunciar abusos ocorridos e o que de fato acontece é uma soberba inexorável nos adeptos da TL, pois não admitem correções,em suas doutrinas e visões. Ao semelhante ocorreu ao protestantismo, que no ápice do orgulho causou toda a divisão que vemos hoje, a TL conseguiu e tem conseguido de forma silenciosa dividir a Igreja. e DIRIJA suas palavras (com todo respeito a sua integridade e estudos, gostaria de um dia conhece-lo pessoalmente) mas dirija suas palavras aos argumentos e assuntos e não a mim…

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    • Bruno
      Depois dos escândalos havidos no Vaticano, nas barbas do Papa Bento XVI, sua crítica perde qualquer credibilidade. Com a questão dos pobres não podemos brincar nem tratá-la ideologicamente. Eles são os verdadeiros representantes de Cristo e serão nossos juizes. E Jesus foi um pobre e disse: Bem-aventurados os pobres…e ai de vós ricos. Não vou entrar nesta discussão, pois com esse Papa novo, Francisco, muita coisas vai mudar, tambem na sua cabeça, caso vc admite atender às palavras do Papa e não ficar preso àquele que renunciou. Leia o meu artigo neste blog sobre O Papa Francisco e a Teologia da Libertação. Ai vc terá materiais para reflexão.
      lboff

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    • Ao falar de Soberba da TL e Protestantismo Bruno, voce caiu em contradição criticou o protestantismo e a TL, mas se esqueceu de que foi o catolicismo ortodoxo medieval que não suportou se reformar, por causa do que? Muito provavelmente pelo orgulho do Papa Leão X. Provavelmente a igreja alemã e o mundo cristão não teria se dividido tanto, se não fosse a resistência e orgulho daqueles que você defende… Pense bem, antes de criticar a TL ou Protestantismo. Sou protestante,concordo em parte com TL, mas não acredito que este fundamentalismo cego seu corresponda a uma hermenêutica verdadeira da história.

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      • Sabe do mais do mais engraçado…onde estãos respostas que eu coloquei aqui?? e as fonte citadas na HISTÓRIA…porque Leonardo Boff não as deixam as claras?? MEDO?? de ser desmascarado?? CARO ALEXANDRE…A SOBERBA PARTIU DE LUTERO;….BOM SE VC É PROTESTANTE SABE DE QUANTAS VEZES A IGREJA TENTOU APROXIMAÇÃO?? E QUANTAS VEZES LUTERO ACEITOU?? POIS É??? SE VC CONHECE BEM A HISTORIA ..ELA MESMO DESMASCARA O PROTESTANTISMO DESDE DE LUTERO ATÉ OS DIAS ATUAIS….E MINHA MONOGRAFIA FOI EM CIMA DISSO..ENTÃO SEI MUITO BEM DO QUE EU ESTOU FALANDO

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    • Caro Bruno, em nenhum momento desqualifiquei-o, afirmei que não sabia do que estava falando. Além do mais você só apresentou ponto de vista, nem precisa citar mais fontes, pois a sua arrogância denúncia a soberba da qual tanto você critica, a sua falta de humildade em dialogar com o diferente e a dificuldade de aceitar que possam coexistir a TL e suas próprias afirmações…nem precisa mais você querer provar.
      Acho que você já deixou claro que responde com rancor, faz apologética sem amor ou compaixão, buscando desqualificar o seu adversário não construindo argumentos que desconstrua o pensamento que combate… Fique tranquilo, não pretendo continuar a debater com você, a não ser que se desarme e busque dialogar com tranqüilidade. Desejo-lhe a paz ao seu coração.

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  47. Caro Frei Leonardo Boff, Bom Tarde!

    Sou teólogo protestante, tenho dialogado com a Teologia da Libertação e com os seus trabalhos, os quais considero ricos em conteúdo e reflexão. Discordo em alguns pontos da TL, muito embora acredite que a própria TL não esteja fechada e acabada em si, mas aberta a reflexão e cooperação.

    A minha primeira questão que aqui levanto é a fim de compreender qual o nível de diálogo, se existiu entre os teólogos protestantes, que de algum modo deram suaa contribuições inicial a TL (Rubem Alves, Richard Shaw etc.)?

    E de outro lado, como este diálogo se torna possível com os chamados teólogos da denominada “Missão Integral”, que no meio protestante reúne teólogos latino-americanos, os quais buscam refletir essa teologia a partir da realidade social Latino-Americana (Rene Padilla, Samuel Escobar, Miguez Bonino, Orlando Costas etc?

    Existe possibilidade de dialogar TL e Missão Integral?

    Se existe ou não, onde reside a diferença básica e epistemológica entre ambas?

    Com admiração e respeito,

    Grato

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    • Caro Leonardo gostaria de receber sua resposta e contribuição as minhas perguntas, caso seja possível o diálogo que proponho, gostaria de receber suas contribuições, orientações sobre o caminho a ser percorrido (pastorchaves.morato@gmail.com).

      Cordialmente

      Alexandre da Silva Chaves

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  48. Estou conhecendo a Teologia da Libertação trabalhei como professora em uma comunidade carente por 23 anos,pratiquei o assistencialismo,mas gostaria de aprender a pensar para ensinar os meus pobres.Estou sempre melhorando minha prática pedagógica,agora trabalho em Bibliotecas,comecei a ler muito e estou me descobrindo,comecei a entender o que sinto e como funcionam as Instituições.

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  49. Tenho muita gratidão por todo aprendizado que absorvi do trabalho acadêmico que você tem apresentado em sua obra literária da qual tenho por volta de 45 a 50 volumes.Para mim teologia da libertação é um chamado para questionar toda estrutura que aprisiona. É preciso que as pessoa tenham vontade de libertar-se. Deus Libertador está em toda obra da cria.

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  50. Amados irmão, em vez de vocês estarem em debates não era melhor vocês irem fazer o que SENHOR nos mandou, que é evangelizar em vez de estarem perdendo tempo, com a teologia da libertação. Eu pergunto quem é que liberta é a teologia da libertação ou JESUS CRISTO, “Ele diz se Pois o Filho vos libertar verdadeiramente seres livre”. Um abraço pra todos fiquem na paz.

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  51. Padre, o que serás até o fim, que Deus continue iluminando seus caminhos e o do seu irmão, imagino então o que passou Francisco de Assis, o que seria dele sem a fé.

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  52. ´´jave o Deus dos pobres do povo sofredor, aqui nos reuniu pra cantar o seu louvor, pra nos dar esperança e contar com sua mão, na construção do reino, reino novo povo irmão… Viva o pobre como centro e alma da teologia!“ Vai rezar LB pra ver se tu se converte, pega um açoite e se flagela

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  53. Trabalhar o pão, celebrar o pão, oferecer e consagrar o pão.
    Fruto do suor e do trabalho, sacrifício que Jesus pediu. Pão da liberdade e da justiça…
    não se pode fazer uma verdadeira teologia partindo do pobre, pois a teologia deve partir do motor que tudo move, do detentor de todas as qualidades que tudo pode gerar como nos afirma santo Tomas de Aquino. não se pode partir do que e secundário, mas se deve partir e chegar ao primário. Deus que na sua onipotência é como um ima que tudo atrai e de onde tudo se desdobra! pax et bonum!!!

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  54. Em vez de se ter uma ortodoxia voltada ao pobre, ao marginalizado, em uma verdadeira e profunda ecologia o que se tem é uma ortopráxis que leva em direção à uma transformação, a um projeto social moderno. Partindo, então, do cristocentrismo para o antropocentrismo, chega-se ao paganismo total, na destruição do homem, onde Leonardo Boff não tem medo e nem pudor de dizer em seus livros ecológicos em dizer que o homem é o câncer que está fazendo mal à terra e que precisa ser extirpado. Portanto, de abismo em abismo chegou-se ao anti-humanismo.

    Lembrando que tudo começou com uma vontade ingênua de valorizar o homem. Mas, valorizar o homem sem Cristo e sem Deus é desvalorizá-lo, é colocá-lo abaixo da própria natureza. Nunca a humanidade chegou tão baixo e, incrivelmente, é este o projeto libertador. Se isso é ‘libertação’, mil vezes é preferível as ‘cadeias opressoras de uma teologia romana’.

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  55. Observo hoje uma nova e importante tarefa para a teologia da libertação e seus atuais defensores: libertar os/as cristãos/ãs das pseudo igrejas cristãs e levá-los/las a uma experiência e vivência plena do Evangelho de Jesus Cristo, caracterizada pelo compromisso com o outro, numa dimensão sincera e responsável da fé e prática bíblica.

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  56. […] De toda manera, lo que ocurre hoy tanto en la Iglesia como en la sociedad globalizada le da a la Teología de la Liberación y a sus formuladores plena actualidad y relevante transcendencia. Como dice Leonardo Boff, “su misión no se agota en una diligencia ad intra, al espacio eclesial. Si ella no quisiera escapar de la indiferencia y del cinismo debe dejarse mover por el grito de los oprimidos que se eleva de las entrañas de la Tierra. Pocos son los que escuchan ese clamor. Una teología que silencía ante la tragedia de millones de famélicos y condenados a morir antes del tiempo nada tiene a decir sobre Dios al mundo” (Leonardo Boff: Cuarenta años de Teología de la Liberación, 9/8/2011 – https://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/) […]

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  57. […] De toda maneira, o que acontece hoje, tanto na igreja como na sociedade globalizada dá à Teoria da Libertação e a seus formuladores plena atualidade e relevante transcendência. Como diz Leonardo Boff, “sua missão não se esgota em uma diligência ad intra, ao espaço eclesial. Se ela não quiser escapar da indiferença e do cinismo deve deixar-se mover pelo grito dos oprimidos que se eleva das entranhas da Terra. Poucos são os que escutam esse clamor. Uma teologia que silencia ante a tragédia de milhões de famélicos e condenados a morrer antes do tempo nada tem a dizer sobre Deus ao mundo” (Leonardo Boff: Quarenta anos de Teologia da Libertação, 9/8/2011 – https://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/)  […]

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  58. para mim, minha mãe é a Virgem Maria e não a dita “mãe terra”, a teologia da libertação é altamente pagã, os seus seguidores fazem “missas de zumbis” “missa da macumba e tantas outras aberrações pagãs.

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    • Meu caro,
      não identificamos a Mãe Terra com uma divindade. É um problema de biologia e do processo de evolução. A Terra nos gerou e nos dá tudo o que precisamos para viver. Isso não ee ser mãe? Ademais, o título Mãe Terra é oficial por uma votação unânime da ONU, no dia 22 de abril de 2009 para qual me coube fazer em assembléia a fundamentação filosófica e científica.
      fique em paz.
      lboff

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      • E a ONU é mais importante que a Palavra de Deus?…o Sr. Sabe néh, afinal é “teólogo”… o que nos rege são as Sagradas Escrituras dentro dos limiares da Santa Igreja que é casa de Deus, coluna e sutentáculo da VERDADE (ITm 3, 15; IITm 3, 14ss)…

        Agora: devemos seguir a Igreja e não ‘teólogo’…aliás ultimamente existem mais teóricos antropológicos do que Teólogos de fato….o humanismo exagerado destrói a fé e a torna uma.mera convenção materialista

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    • Caro Senhor A R S P. evidente que sua leitura sobre uma possvel contextualizao a nvel de Teologia da Libertaoest totalmente desprovida de uma anlise pautada por um aprofundamento bblico-teolgico, sem a mediaodas matizes sociolgicas e antropolgicas, confirmadas pela Dei Verbum no Concilio Vaticano II, como o senhor vai poder realizar uma abordagem do contexto pastoral,litrgico, sem uma leitura aprofunda da realidade humana, uma leitura aprofunda do ethos cultural dos povos, de modo particular os povos amerndios e africanos, massacrados e espoliados pela cultura colonizadora de europeus e americanos, que ainda hoje se faz presente no mundo globalizado, infelizmente sua leitura navega sob a gide de uma teologia medieval, onde se fazia presente uma igreja da opulncia e dos ricos. Caro Senhor estude melhor os documentos da Igreja, de modo especial, o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e sua opo preferencial pelos pobres de Deus. Date: Tue, 25 Feb 2014 11:05:32 +0000 To: benoit.solesmes@hotmail.com

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  59. Ao meu ver não é a Igreja que precisa se ajustar ao mundo, até porque a mesma é a tradição dos Apóstolos, podem até me acusarem de papista, não estou nem ai com o que os membros da “teologia” dita da “libertação” pensa até porque já fiz minha escolha e garanto não é política e nem social, prefiro sim ficar com o que pensava Bento XVI e João Paulo II, prefiro os movimentos dos quais transformam os homens interiormente, do que os movimentos socialistas dos quais não pregam o Senhor Jesus como salvador, mas como líder político, de padres assistencialistas dos quais não se preocupam com o espírito do seu rebanho, mas simplesmente pregam um catolicismo vazio em seu sentido, uma fé esquerdista, posso dizer que esses padres que seguem a linha da TL são os anjos caídos da Igreja.

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    • Silvino
      Lamento dizer-lhe que vc não entende nada desta teologia da libertação. Sequer leu um livro dela ou sobre ela. Dos meus 92 livros mais de 40 são sobre espiritualidade. O cristianismo tradicional não produziu nada de espiritualidade que ajudasse as pessoas da rua. Apenas reproduz preguiçosamente o velho tradicionado. Jesus não disse Eu sou a tradição mas eu sou a verdade que é bem outra coisa. Informe-se melhor para não continuar ofendendo a Deus injuriando seus irmãos e irmãs de forma injusta e por falta de cuidado em se informar primeiro.
      lboff

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  60. JESUS DISSE: POBRE SEMPRE TEREIS, QUANTO A MIM…
    SIM TEMOS QUE AJUDAR O POBRE POIS JESUS SE ESCONDE NELE, MAS AJUDAR POR AMOR E NÃO POR FILOSOFIA OU IDEOLOGIA. TÁ COMPROVADO QUE O MARXISMO E O COMUNISMO, ASSIM COMO O CAPITALISMO JÁ FALIRAM.
    A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO TEM OCASIONADO A FUGA DE VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS DA IGREJA, A FUGA DE FIÉIS. A T. L. TEM ACABADO COM A ESPIRITUALIDADE CATÓLICA, VIDA DE ORAÇÃO, DESTRUIDO A LITURGIA.
    POR ISSO SE TEM AUMENTADO O NUMERO DE EVANGÉLICOS. POR QUE MUITOS TEÓLOGOS DA LIBERTAÇÃO ESTÃO FAZENDO A IGREJA PERDER MUITAS ALMAS.
    A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO “NÃO TÁ NEM AÍ” COM A EVANGELIZAÇÃO, ORAÇÃO, ESPIRITUALIDADE NEM A LITURGIA. AS MÚSICAS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE SÃO UMA DROGA, ALIÁS SÓ TEM MÚSICAS FEIAS NA T.L. AQUELA IRMÃ MIRIAN KOLLIN DEVERIA IR COM SUAS MÚSICAS PRO DESERTO DO SAARA E NÃO VOLTAR MAIS. ENQUANTO ISSO O PROTESTANTISMO VAI CRESCENDO…

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    • JESUS DISSE: POBRE SEMPRE TEREIS, QUANTO A MIM…
      SIM TEMOS QUE AJUDAR O POBRE POIS JESUS SE ESCONDE NELE, MAS AJUDAR POR AMOR E NÃO POR FILOSOFIA OU IDEOLOGIA. TÁ COMPROVADO QUE O MARXISMO E O COMUNISMO, ASSIM COMO O CAPITALISMO JÁ FALIRAM.
      A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO TEM OCASIONADO A FUGA DE VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS DA IGREJA, A FUGA DE FIÉIS. A T. L. TEM ACABADO COM A ESPIRITUALIDADE CATÓLICA, VIDA DE ORAÇÃO, DESTRUIDO A LITURGIA.
      POR ISSO SE TEM AUMENTADO O NUMERO DE EVANGÉLICOS. POR QUE MUITOS TEÓLOGOS DA LIBERTAÇÃO ESTÃO FAZENDO A IGREJA PERDER MUITAS ALMAS.
      A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO “NÃO TÁ NEM AÍ” COM A EVANGELIZAÇÃO, ORAÇÃO, ESPIRITUALIDADE NEM A LITURGIA. AS MÚSICAS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE SÃO UMA DROGA, ALIÁS SÓ TEM MÚSICAS FEIAS NA T.L. AQUELA IRMÃ MIRIAN KOLLIN DEVERIA IR COM SUAS MÚSICAS PRO DESERTO DO SAARA E NÃO VOLTAR MAIS. ENQUANTO ISSO O PROTESTANTISMO VAI CRESCENDO…

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      • Celso
        Vc que parece tão piedoso e obediente à Igreja, escute o Papa Francisco: ele disse claramente: se alguem está necessitado, a mim pouco importa se é judeu, marxista ou qualquer outra coisa. O importante é ajudar as pessoas. A TL não nasceu de nenhuma ideologia mas da pratica de Jesus de atender o grito do oprimido. Opressão reclama libertação, coisa que o atual Papa defende e nos apoia. Vê se muda um pouco de visão das coisas para ser mais autenticamente humanao e cristão.
        lboff

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  61. Fiquei analisando o texto e realmente sua essência é muito digna, assim como todos os grandes movimentos que outrora vieram a somar esforços para a quebra dos algozes paradigmas da sociedade opressora. Contudo, notem meus caros, que independente das palavras (marxismo, socialismo, capitalismo etc) utilizadas para determinar cada corrente de pensamento, processo ou metodologia sócio-política, temos o dever de analisar minuciosamente, e com profundidade adequada, os porquês desta incessante luta das modificações sociais. O que Marx pretendia em meados do séc. XIX senão a igualdade de classes ? O que houve com os seus correligionários e seguidores que se utilizaram desta ideologia “libertadora” para deliberar sobre o maior massacre institucionalizado dos tempos hodiernos ? Então, posso responder indubitavelmente, que grandes ideais foram criados, mas que não foram seguidos absolutamente em nada ! (Contra factum non argummentum rest.)
    Digo ainda, que assim como no exemplo mencionado, vemos diversas teorias mundialmente difundidas sobre o pretexto da paz, humanidade, amor, igualdade e fraternidade universais perfazerem os diversos confins deste nosso planeta, mas, indiscutivelmente, sendo utilizadas em sua grande maioria pelas consciências perversas a que foram delegadas.
    Será mesmo que precisamos de mais algumas revoluções ? Criação de metodologias sócio-culturais e políticas que favoreçam em primeira instância às massas ? Ou se realmente necessitamos de alguns ajustes pontuais na atual cadencia dos acontecimentos ?

    Se utilizássemos de todo o tempo e esforço na concepção de novos ideais para administrar melhor os nossos entraves individuais e coletivos, dirimindo as deficiências da alma, colheríamos indubitavelmente os frutos de nossas ações com profícua honra em vez de uma pseudo-sabedoria utópica. Deixemos para os ardilosos e ímpios, o último respiro do velho mundo, pois compulsoriamente serão retiradas desta esfera.

    Paz.

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  62. Jesus nunca falou sobre politica, e quando quiseram criar um engodo para Ele cair, com sabedoria se esquivou. Por que ? Simples, primeiramente, sistemas políticos vem e vão, a salvação não vem através de sistemas políticos, mas através da mudança do ser humano. Ele sabia que somente assim se pode trazer justiça social a humanidade e não no sistema político. Nos é dito por Cristo que é difícil um rico entrar no céu, e logo depois um apóstolo (conhecendo o coração dos humanos) lhe disse, _Mas se for assim quem será salvo? E Jesus diz que pelo homem, ninguém, mas pela graça de Deus tudo é possível.
    Começa que a riqueza só muda de mãos, o pobre quando fica rico se torna as vezes pior que o rico que ele criticava, isso ocorre porque somos originalmente pecadores (pecado original), somos humanamente errados, E É POR ISSO QUE COMUNISMO POLÍTICO É UM GRANDE ENGODO CRIADO POR PESSOAS INSPIRADAS POR ESPÍRITOS IMUNDOS! Sou a favor sim do comunismo de Cristo que nada tem a ver com politica, mas abrange as relações de MORALl, porque se o ser humano não “nascer de novo”, como Cristo disse, ele nunca deixará de ter a essência adâmica dentro de si. Está na hora, senhor BOFF, de começar a pensar na sua salvação, e mais em Cristo que no sistema Político que matou mais seres humanos na perseguição aos Cristão no mundo, O COMUNISMO POLÍTICO, e se arrepender diante de Deus, voltar sua opinião ainda em vida para a Verdade de Cristo, para que algum idiota depois de você não fizer a BURRADA de seguir tal doutrina. Usar Cristo em vão, para impor um sistema político anti-cristão é muito sério. Se o Senhor acreditar em Deus, lerá as escrituras e verá as implicações de seus atos, mas, se for ateu e usa a Cristo como meio para conseguir seu objetivo, de implantar disfarçadamente o comunismo, lamento lhe informar que não e´s um ideologista, mas um farsante e nem os ateus e comunistas te darão credito, e é claro conhecerá a verdade após sua morte carnal, e lamentarei por sua alma. Terá A chace de se arrepender ainda em vida, após isso, bíbliamente lhe restará somente o julgamento sobre seus atos, pois mesmo conhecendo a verdade, o faz com segundas intenções. “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro.” (Apocalipse 22:18).
    Lembre-se a Bíblia nos diz que nossa justiça é “trapo de imundices” , não é vc que define a justiça, outra coisa, também diz que não devemos nos preocupar com o que temos de vestir ou comer, e isso é um ato de fé que deve ser provada, e toda a escritura é inspirada por Deus. É sua responsabilidade reverter esta situação, não queira ser um deus, ou pai de um pensamento filosófico, isso é orgulho e soberba, e Satanás está por trás de tais coisas, use sua influência para reverter tal pensamento e busque o Senhor verdadeiramente, e depois, diminua para que Deus cresça em sua vida, e te garanto que provarás do amor, paz e justiça verdadeira de Deus em sua vida que confirmará pelo Espirito Santo a mais sábia verdade imutável que suprime todo e qualquer conhecimento que já lhe passou em suas mãos até hoje e até o fim de sua vida.

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  63. Texto corrigido:
    Jesus nunca falou sobre política, e quando quiseram criar um engodo para Ele cair, com sabedoria se esquivou. Por que? Simples, primeiramente, sistemas políticos vem e vão, a salvação não vem através de sistemas políticos, mas através da mudança do ser humano. Ele sabia que somente assim se pode trazer justiça social a humanidade e não no sistema político. Nos é dito por Cristo que é difícil um rico entrar no céu, e logo depois um apóstolo (conhecendo o coração dos humanos) lhe disse, _Mas se for assim quem será salvo? E Jesus disse_ Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
    Começa que a riqueza só muda de mãos, o pobre quando fica rico se torna as vezes pior que o rico que ele criticava, isso ocorre porque somos originalmente pecadores (pecado original), somos humanamente errados, E É POR ISSO QUE COMUNISMO POLÍTICO É UM GRANDE ENGODO, CRIADO POR PESSOAS INSPIRADAS POR ESPÍRITOS IMUNDOS! Sou a favor sim do comunismo de Cristo que nada tem a ver com política, mas abrange as relações de Moral, porque se o ser humano não “nascer de novo”, como Cristo disse, ele nunca deixará de ter a essência adâmica dentro de si.
    Está na hora, senhor BOFF, de começar a pensar na sua salvação, e mais em Cristo que no sistema Político que matou mais seres humanos na perseguição aos Cristão no mundo que em qualquer outra perseguição, O COMUNISMO POLÍTICO, e se arrepender diante de Deus, voltar sua opinião ainda em vida para a Verdade de Cristo e declarar isso, para que algum idiota depois de você não venha a fizer a burrice de seguir tal pensamento. Usar Cristo em vão, para impor um sistema político anticristão é muito sério. Se o Senhor acreditar em Deus, lerá as escrituras e verá as implicações de seus atos, mas, se for ateu e usa a Cristo como meio para conseguir seu objetivo, de implantar disfarçadamente o comunismo, lamento lhe informar que não és uma idealista, mas um farsante e nem os ateus e comunistas te darão crédito, e é claro conhecerá a verdade após sua morte carnal, e lamentarei por sua alma. Terá A chance de se arrepender ainda em vida, após isso, biblicamente lhe restará somente o julgamento sobre seus atos, pois mesmo conhecendo a verdade, o faz com segundas intenções. E para que conheça a seriedade disto segue tal citação a respeito de se colocar algo além da verdade bíblica: “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro. ” (Apocalipse 22:18). Lembre-se, a Bíblia nos diz que nossa justiça é “trapo de imundices”, não és tu que define a justiça, outra coisa, também diz que não devemos nos preocupar com o que temos de vestir ou comer, e isso é um ato de fé que deve ser provado, para que o Cristão verdadeiramente saiba que és dependente de Deus e não de um sistema deste mundo, e outra coisa, toda a escritura é inspirada por Deus. É sua responsabilidade reverter esta situação o quanto antes, não queira ser um deus, ou pai de um pensamento filosófico, isso é orgulho e soberba, e Satanás está por trás de tais coisas, use sua influência para reverter tal pensamento e busque o Senhor verdadeiramente, e depois, diminua para que Deus cresça em sua vida, e te garanto que provarás do amor, paz e justiça verdadeira de Deus em sua vida que confirmará pelo Espirito Santo a mais sábia verdade imutável que suprime todo e qualquer conhecimento que já lhe passou em suas mãos até hoje e até o fim de sua vida.

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    • Mauricio
      segundo a sua compreensao Cristo teria morrido de velho, cercado de discipulos e nunca na cruz. Não foi em vão que sofreu um duplo processo, um religioso, por blasfemo e outro politico por subversivo pregar o Reino de Deus quando so se podia falar do Reino de Cesar.
      lboff

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  64. JESUS SE ASSEMELHAVA AOS ESSÊNIOS, MAS NÃO HA CITAÇÃO SOBRE SUA POSIÇÃO POLÍTICA, PORQUE NÃO ERA LIBERTAÇÃO POLITICA QUE ELE VEIO TRAZER, COMO OS JUDEUS ACREDITAVAM, VAMOS LÁ, DE NOVO, “NÃO ERA LIBERTAÇÃO POLÍTICA QUE JESUS VEIO TRAZER” E R A S A L V A Ç Ã O !!!!!!!!!!!!!!!!!!! ACHO QUE A FILOSOFIA SE TORNOU A PARTE MAIS FORTE DENTRO DO SENHOR. LINDO VERMOS TODOS VIVENDO O IDEAL DA IGREJA PRIMITIVA DE JERUSALÉM, MAS ISSO NÃO FOI CONQUISTADO COM REVOLUÇÃO ARMADA, MAS ATRAVÉS DE DAR A OUTRA FACE, OS MÁRTIRES NÃO BOTARAM FOGO EM ROMA, MAS TESTEMUNHARAM DANDO A OUTRA FACE, JESUS NÃO CONQUISTOU A HUMANIDADE ATRAVÉS DE REVOLUÇÃO ARMADA, MAS DANDO A OUTRA FACE, PARA ASSIM PODER “LEVAR A SALVAÇÃO!!!!”. JÁ NOTOU QUE NUNCA DEIXOU DE EXISTIR POBRES E RICOS? DOMINADOS E DOMINANTES? JÁ PAROU PARA PENSAR PQ JESUS FALAVA POR PARÁBOLAS? É MEU CARO, EXISTE MAIS COISAS A SABER QUE NOSSA VÃ FILOSOFIA POSSA DESTITUIR!!! JESUS PREGOU UM COMUNISMO MORAL E NÃO POLÍTICO!!!! QUALQUER FILOSOFIA QUE VÁ CONTRA A PALAVRA, PENSAMENTOS DE SEITAS COMO CANDOMBLÉ ETC SÃO DO PRÍNCIPE DESTE MUNDO! DUAS ÁGUAS NÃO JORRAM DA MESMA FONTE!!!! SINCRETISMO E ECUMENISMO ENTRE CRISTIANISMO E SEITAS DE ESPÍRITOS (CANDOMBLÉ ETC) SÃO PARTE DO PLANO DE SATANÁS PARA O FINAL DOS TEMPOS, PLANO DO O ANTICRISTO ESPIRITUAL. NÃO SEJA INSTRUMENTO DISTO. LEMBRE-SE DOS 10 MANDAMENTOS, LEMBRE-SE QUE A FEITIÇARIA E NECROMANCIA É ALTAMENTE CONDENÁVEL, SE POSICIONE! SE HUMILHE! ESQUEÇA A QUANTIDADE DE LIVROS QUE ESCREVEU, FAÇA PELO PRÓXIMO, DOE TUDO QUE VC TEM PARA OS POBRES E SIGA A JESUS. PONTO. NADA DE “ISMOS”, ISSO SÃO VIRGULAS DENTRO DO CAMINHO, DA VERDADE E DA VIDA, POIS NINGUEM VAI AO PAI SE NÃO POR CRISTO. NÃO PELO COMUNISMO QUE QUANDO SE INSTAURA MOSTRA A VERDADEIRA FACE, A DO ANTICRISTO QUE FERE A LIBERDADE QUE CRISTO TROUXE A HUMANIDADE.

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  65. Primeiramente a blasfêmia foi a acusação do processo religioso, assim sendo é um só processo. Segundo Jesus não foi preso por pregar o reino de Deus, mas, por se opor ao sistema farisaico, e por desafia-los, Jesus foi entregue a Pilatos pelos fariseus, e Pilatos o matou por questões políticas com os fariseus, pois nada tinha contra aquele homem, quem levou Jesus a cruz foram aqueles que o negaram como o Messias, o seu próprio povo, Jesus nunca pregou contra Roma, todo o momento pregou contra a má conduta dos seus. “Por isso fomos enxertados na videira verdadeira.” Tudo fazia parte do plano de Deus. Inclusive quando teve contato com um simbolo da conquista Romana, um oficial romano, vendo que tinha fé, disse “E, ouvindo isto Jesus, maravilhou-se dele, e voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé”. Lucas 7:9. Lembre-se que Jesus morreu por nosso pecados e não para livrar Israel de Roma. Senhor Boff, pensei que eras mais conhecedor da Bíblia.
    Leia texto que publiquei no dia 02-06 também.
    Desculpa se não sou muito polido, estou fazendo um trabalho de estudo sobre a teologia da prosperidade, a qual vejo como um erro interpretativo tremendo da palavra de Deus, então busquei saber sobre a teologia Libertação para confrontar a da prosperidade, porém, também vi discrepâncias com a palavra de Deus, na verdade me pareceu uma versão “zelote” do cristianismo.
    Deixo te um trecho da Biblia que te mostrará claramente o quanto Jesus não era zelote em seus proceder, mas que veio trazer a confiança Nele e não nas ações humanas. Preste muito bem na pergunta dos herodianos…e a resposta que Jesus dá a ele.
    “Enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
    Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
    Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
    Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
    E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
    Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Mateus 22:16-21. Mesma coisa Deus fala para nós senhor Boff, Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
    Espero seu retorno.
    Obrigado!
    Atenciosamente,
    Mauricio Loyola.

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  66. Tradição é tudo na vida da Igreja. 1° honra Nosso Senhor Jesus Cristo; 2º conserva a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores; 3º Não faz acepção de pessoas pobre ou rico; 4° nem usarei de lisonjas com o homem.

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  67. Senhor Boff lamentavelmente conheci o seu livro fora de tempo, nos anos 80 a 2000 eu precisei muito desse livro mais não sabia de sua existência, mas me consola tudo que eu li pois tudo que sofri e uma comunidade inteira sofre esta no seu conteúdo, por isso a palavra de Deus e verdadeira quem procura acha .
    Seu livro Teologia da Libertação é tudo que eu precisava para compreender o meu eu as vezes não me sinto terrena pois sou inconformado com o mundo ao meu redor , agora compreendo tudo através da leitura do seu livro . Obrigada

    Socorro 22/09/2014

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  68. Boa tarde Drº Leonardo Boff,

    Não conhecia o tema… Ainda estou a iniciar a exploração para a minha tese em estudos de desenvolvimento… Tenho como objectivo fazer um estudo sobre Desenvolvimento local, que tem as suas raízes no Desen. Comunitário, e sobre o Buen Vivir… Entre várias leituras que me interessam para o trabalho com as comunidades, me encontro agora na Teologia da Libertação que podemos dizer que foram uma das primeiras abordagens importantes com as comunidades na América latina, perante o desastre do desenvolvimento capitalista.
    O mais curioso, é que já fiz leituras sobre o Buen Vivir e também o encontro um texto seu… Que me vai ser uma mais valia para a investigação.
    Não sei se me recomenda algum texto,para quem pretende fazer uma breve referência ao seu trabalho sobre as comunidades eclesiais de base….
    Já agora, agradeço por dar voz a quem necessita e por todo o seu trabalho perante os grupos mais marginalizados… Tenho profunda admiração por aqueles que se entregam a uma causa tão justa e valiosa.

    Cordialmente,
    Andreia Marcelino

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  69. Amigos, Jesus de fato escolheu os pobres para que esses fossem ricos na fé. (Tg 2:5) Também o apostolo Paulo diz que nossa luta não é contra a carne e sangue, mas contra os principados e potestades desse mundo tenebroso. (Ef 6:12) E a bíblia diz que o mundo jaz no maligno. Então, vencer esse mundo, depende do andar com Deus! Por isso que Jesus ensina que devemos e:-) ensinar aos seus discípulos a gua:-) radar os mandamentos. Pois a libertação está nisso!

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  70. Prezado mestre,sou aluno do I.T.F(Petropolis) e me identifiquei com Teologia da Libertaçao por ser uma vítima do sistema que mantém o pobre dentro de limitações intermináveis.Estou me preparando para ser continuador dessa obra.Sempre me incomodou a maneira como as instituições religiosas se calavam ante as políticas de opressão,conhecendo o evangelho de Jesus Cristo.Se o desejar,serei o seu discípulo.

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  71. Car@s,
    Fui ver algumas mensagens apenas agora em 2015.
    Se alguém precisar de material e minha dissertação de mestrado sobre a Teologia da Libertação entrem em contato.
    Meus agradecimentos a Leonardo Boff pela ampla bibliografia que me permitiu realizar um bom trabalho.
    Rodrigo Augusto

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  72. Teologia da libertação é igual a comunismo não serve para nada olha o atraso que causou e que ainda causa na diocese de Nova Iguaçu, infelizmente o veneno continua sendo jogado. Não foi a toa que o Papa João Paulo II mandou o Boff se calar.

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    • O Papa Francisco está resgatando essa teologia que no fim da vida João Paulo II disse que ela, em situações de opressão, como em nossos paises pobres na AL não é apenas útil mas necessária. O Papa Francisco faz criticas à Igreja conservadora que as minhas no livro que Ratzinger (meu professor) condenou em Igreja: carisma e poder, parecem piedosas.

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    • Prezado José, a teologia da libertação teve uma função importantíssima na vida vida dos jovens de minha geração, onde as ideologias – que tanto ontem com hoje – promovem a futilidade e a inutilidade do ter que é vivenciada pelo capitalismo, leva a alienação das pessoas e os tornam totalmente sem senso crítico, fazendo com que ainda continuem elegendo políticos corruptos e sem compromisso com a mudança social.

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      • Sim é verdade rsrs os da minha epoca engajados a maioria ou virou envagelicos ou se misturou com partidos comunistas e se perderam a pouco tempo pude vê uma turma da PJ sendo a favor da ideologia de genero ou a favor do aborto.resdumindo muitos se perderam pois não da para ter apenas ação sem oração e claro oração sem ação.muitos da minha diocese que eram contra a renovação tempos depois acbram por virar protestantes

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      • e quem voce sugere votar? se todos se tornaram corruptos o PT que tanto idolatravam está ai envolvido em corrupção lembrando que não sou de partido nenhum ok.Socialismo é outro fracasso pois onde não tem Deus não adiantra que não vai da certo

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  73. Há uns quinze anos eu estava no Seminário Teológico e bebendo da fonte da Teologia da libertação: Leonardo Boff, Paulo freire com sua pedagogia era tudo que alguém estava disposto entregar o seu futuro a Cristo desejava cumprir, havia uma inteligencia espiritual em seus textos, que conquistava os nossos corações. Eles instigavam a saída da igreja de si mesmas. Entrar numa dimensão de entrega de si para o outro desprovido de suporte, com intuito de facilitar uma minima dignidade possível.
    O problema é que entre a teoria e a prática foi estabelecido um abismo sem precedência e os meios utilizado para dá cabo ao seu fim foi nojento.
    Colocaram dentro do liquidificador a Teologia da libertação, pedagogia da libertação, Karl Max e criaram o lema “o decisivo não é a Teologia mas a Libertação real e histórica, porque esta e não aquela é um dos bens do Reino de Deus”. Esqueceram do porquê e empenharam “para que” e acabaram aviltando o evangelho e a pedagogia.
    Após quarenta anos de teologia da libertação ficou simplesmente e justamente a história. Que a lava-jato vai saber contar.

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  74. O Fato e ajudar o pobre , sempre foi Igreja quem sempre criou organatos como agente social.
    Ja TL nao e apenas acao, mas presuposto ‘teorico-teologico”, revolucionario e anti-conservador
    feitra pra dois proprositos:
    a) dminuir a influencia da igreja Catolica
    b) ser o braco ‘ideologico” , na america latina, cujo centro e a Esquerad Socialista, especialemente o PT.

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  75. “Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

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  76. Olá! Gostaria de agradecer ao Teólogo da Libertação Leonardo Boff por iluminar as minhas pesquisas com suas excelentes obras sobre essa temática.
    Estou fazendo a minha Monografia sobre as Comunidades Eclesiais de Base em Manaus na década de 1980. A pesquisa surgiu em um outro projeto que eu fiz sobre movimentos de moradia e ocupação de terra em Manaus e nesse caminho percebi a forte presença dessas comunidades e da influencia da Teologia da Libertação apoiando os ocupantes de terra.

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    • Andreza, é bom vc honrar o trabalho feito na base, pois poucos lembram desses invisíveis. Continue reforçando esta teologia que está na direção da Tradição de Jesus que sempre deu centralidade aos pobres, bem como o atual Papa Francisco o está fazendo.Parabens e continue…lboff

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      • Engraçado… esta foi a única resposta que Leonardo Boff deu a alguém que elogiou a TL. Várias pessoas pediram ajuda em seus estudos com perguntas, e o que se vê aqui é que ele somente se deu ao trabalho de responder aos contrários à TL. Será por que isso??

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  77. Ta ai irmão, não sei bem o que pensar, a teologia da libertação da muito apoio aos mais necessitados, mas ao mesmo tempo, vemos muitos teólogos e pastores falando que é uma religião comunista, e anticristã, porque existe essas correntes de pensamento que condenam a teologia da libertação?

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