Carta à Presidenta Dilma Rousseff

Estimada Presidenta Dilma Rousseff,

Nós, participantes do Grupo Emaús abaixo relacionados, queremos parabenizá-la por seu esforço e desempenho durante a árdua campanha eleitoral, bem como pelas conquistas de seu primeiro mandato. Somos um grupo de teólogos/as de várias Igrejas cristãs, sociólogos/as, educadores/as e militantes que nos encontramos regularmente há quatro décadas. Estamos todos comprometidos na construção de um Brasil, social e economicamente mais justo, solidário e sustentável.

A maioria batalhou, desde o início, em favor do PT e de seu projeto de sociedade. Nessas eleições de 2014, muitos de nós expressamos publicamente nosso apoio à sua candidatura. Discutimos e polemizamos, pois, percebíamos o risco de que o projeto popular do PT, representado pela Senhora, não pudesse se reafirmar e consolidar. Para nós cristãos, especialmente nas milhares de comunidades de base, tínhamos e temos a convicção de que a participação política, de cunho democrático, popular e libertador, se apresenta como um instrumento para realizar os bens do Reino de Deus.

Esses valores são a centralidade dos pobres, a conquista da justiça social, a mútua ajuda, a busca incansável da dignidade e dos direitos dos oprimidos, a valorização do trabalhador e da trabalhadora, a justa partilha e o respeito pela Mãe Terra. Por isso, na linha do diálogo que a Senhora propôs à sociedade, queremos apresentar algumas sugestões para que seu governo continue implementando o projeto que tanto beneficia a sociedade brasileira, especialmente os mais vulneráveis.

O BRASIL QUE QUEREMOS

Estas são as grandes opções que, acreditamos, devem estar presentes na construção do Brasil que queremos:

PROMOVER UMA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO. Uma reforma que acabe com o financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos por empresas privadas, e estabeleça o financiamento público. Uma reforma que possibilite a participação dos cidadãos e cidadãs no processo de tomada de decisões:
– sobre a política econômica;
– sobre todo e qualquer projeto que tenha forte impacto social e ambiental;
– sobre a privatização de empresas estatais e de serviços públicos.
Uma reforma que contemple também a democratização do Poder Judiciário, pois ele é, hoje, o menos controlado dos três poderes.

Só assim poderemos dizer que caminhamos para uma democracia política, econômica, social e cultural, num diálogo efetivo entre membros da sociedade política e da sociedade civil, que signifique governo do povo, pelo povo, para o povo.

REFORÇAR UM MODELO ECONÔMICO MAIS SOCIAL E POPULAR. Repensar criteriosamente a privatização de serviços públicos e de nossas riquezas naturais (entre as quais o petróleo). Orientar um modelo econômico centrado nas pessoas, na realização de seus direitos e numa relação harmoniosa com a natureza, no “bem viver” – como condição para enfrentar a grave crise ecológica na qual estamos imersos. Deve ficar claro para todos, assim o desejamos, que o governo Dilma governa todo o País, mas privilegiando os pobres e aqueles que não são capazes se manter por sua própria conta.

REALIZAR UMA AUDITORIA DA DÍVIDA PÚBLICA, externa e interna, conforme exigência de nossa Constituição (Constituição Federal, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 26, 1988).
Precisamos saber a quem deve e quanto deve realmente o Brasil, e de que forma foi feita esta dívida. A única auditoria que o Brasil fez, em 1931, constatou que 60% da dívida eram irregular, legalmente inexistentes. Em 2000, tivemos um Plebiscito Popular sobre a Dívida Externa, do qual participaram 6 milhões de pessoas, e 95% votaram pela realização da auditoria da dívida. O Equador realizou uma auditoria da dívida pública em 2009, e descobriu que 70% da dívida eram irregulares. A partir de então, passou a pagar apenas 30%, o restante foi investido em saúde e educação.

REAVALIAR OS MEGAPROJETOS À LUZ DE CRITÉRIOS ECOLÓGICO-AMBIENTAIS E SOCIAIS para que não ameacem o meio ambiente e o habitat de povos indígenas, quilombolas e populações ribeirinhas. Investir nas energias renováveis, especialmente na energia solar – visto que somos um dos países mais ensolarados do mundo. Estabelecer uma estratégia para o gradual fim da utilização de fontes de energia prejudiciais ao meio ambiente e perigosas à vida, como a energia nuclear e as termelétricas.

PROTEGER O MEIO AMBIENTE: Há anos, cientistas, movimentos sociais, entidades ambientalistas e muitas ONGs vêm advertindo para os sérios problemas climáticos que o Brasil teria se mantiver o tipo de desenvolvimento predatório implementado até agora. O que era uma previsão está ocorrendo diante de nós: a crise mais séria de falta de água de que já ouvimos falar, com riscos evidentes para a população, e a ocorrência de chuvas torrenciais, verdadeiras tempestades, em diferentes lugares do País, que causam destruição e mortes.

A desconsideração para com a Amazônia e o Cerrado, com a continuidade do desmatamento – mesmo que o ritmo do desmatamento tenha diminuído -, é o principal fator para as chuvas desmedidas no Norte e a seca no Sudeste. O Brasil precisa assumir a meta do “desmatamento zero”.

A falta d’água é fruto de vários fatores, entre os quais a desatenção para com as condições de vitalidade dos nossos rios, a realização de megaprojetos, a destruição das matas ciliares, a poluição das águas e a ausência de infraestrutura sanitária e tratamento de esgotos. O Brasil tem uma situação privilegiada no mundo: 13,8% da água doce estão aqui. O maior aquífero, o Alter do Chão, se encontra em nosso País. E, no entanto, vários de nossos rios estão secando, e começa a faltar água em muitos lugares. A segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo, o aquífero Guarani, vem sendo contaminado pela infiltração de agrotóxicos. Vemos como urgente uma política que privilegie uma mudança da nossa matriz energética em direção a energias mais limpas (solar e eólica), com menor impacto ambiental (grandes hidrelétricas) ou agravamento da contaminação ambiental e do aquecimento global (térmicas a carvão, petróleo e gás).

DEFENDER OS DIREITOS DE POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS: Os primeiros habitantes desta terra foram os povos indígenas. Quando os portugueses aqui chegaram, calcula-se que havia cerca de cinco milhões, repartidos em mais de 600 povos, com suas diferentes culturas e línguas. A colonização provocou um verdadeiro genocídio: povos inteiros desapareceram, restando, hoje, menos de um milhão e pessoas. Muitos deles não têm mais terra onde morar – eles que eram os donos milenares destas terras – e estão sendo dizimados, como é o caso dos Guarani-Kaiowá. Outros estão perdendo suas terras e, sobretudo, seus rios, para megaprojetos, para o agronegócio, para mineradoras. O mesmo acontece com comunidades quilombolas.

É urgente garantir os direitos constitucionais desses povos, restabelecer suas condições de vida, fazendo florescer toda a riqueza de sermos um País pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico, se é que queremos chamar a nossa sociedade de civilização: uma civilização que não faz respeitar os direitos humanos não tem direito a este nome.

REALIZAR A REFORMA AGRÁRIA. Esta é uma reivindicação dos trabalhadores rurais que data da primeira metade do século XX, e que foi um dos motivos para o golpe militar de 1964. A ditadura impediu a reforma agrária, mas os governos posteriores também não a realizaram.

É uma reforma estrutural necessária para acabar com a concentração da propriedade da terra – onde 1% dos proprietários detém quase metade da terra -, para democratizar o seu acesso, fazendo com que a terra se destine a quem nela queira trabalhar e produzir alimentos para a população. E garantir condições favoráveis para as pessoas poderem se manter no campo.

PROMOVER A REFORMA URBANA, para democratizar o direito à cidade. Que as cidades sejam feitas para as pessoas e não para os automóveis; investir no transporte público de qualidade, priorizar o uso dos trilhos (metrô, trens), reduzir o tempo de deslocamento entre casa e trabalho. No que diz respeito à habitação, conter a especulação imobiliária e garantir que todos tenham condições de morar dignamente, com pleno acesso aos serviços públicos.

RESTRINGIR TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS. Até há alguns anos, havia dúvidas sobre se os transgênicos faziam mal à saúde. Este ano, um manifesto de 815 cientistas de todo o mundo alertou os governos de que os transgênicos representam um perigo e que se deveriam estabelecer uma moratória de cinco anos sem transgênicos, até que pesquisas independentes comprovem que fazem bem ao ser humano. É urgente uma política para reduzir, controlar e acabar com este tipo de plantio que está prejudicando a geração atual, mas prejudicará, ainda mais, as gerações futuras. E pior que isso, permite o controle de nossa agricultura por grandes multinacionais desta área, cujo único interesse são os lucros cada vez maiores, pondo em risco nossa soberania alimentar.

O mesmo se pode dizer sobre o uso de agrotóxicos: nós somos o maior consumidor de agrotóxicos em nível mundial. Nos países desenvolvidos, vários dos agrotóxicos que aqui ainda são usados foram proibidos há mais de 20 anos. Como chamou nossa atenção o cineasta Sílvio Tendler, “o veneno está na mesa”. É absolutamente fundamental estabelecer uma política de estrito controle sobre as substâncias que entram nos nossos alimentos, e reduzir sistematicamente o seu uso.

REFORMA TRIBUTÁRIA. Reformar o nosso sistema tributário para que ele seja progressivo, isto é, para que pague mais quem ganha mais, e pague menos (ou nada) quem ganha menos, o que implica que o imposto sobre a renda tenha mais peso que o imposto sobre o consumo.
Introduzir o imposto sobre as grandes fortunas, de modo a reduzir a enorme desigualdade social que caracteriza nosso País. Aumentar o imposto sobre a propriedade territorial rural, para acabar com o privilégio dos latifundiários. Introduzir a taxação sobre o capital financeiro (bancos e investimentos): “taxa sobre transações financeiras” (a famosa Taxa Tobin). Esta reforma é fundamental para reverter o atual sistema tributário, gerador de desigualdade.

POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA. Precisamos, urgentemente, de uma nova política de segurança pública e de reforma de nosso sistema prisional, para que se torne regenerativo e não apenas punitivo. Estão encarcerados/as, hoje, no Brasil, cerca de 550 mil presos/as. A maior parte destes/as se encontram ali por crimes contra o patrimônio ou por tráfico de drogas, não por crimes letais. No Brasil, ocorrem cerca de 50 mil homicídios dolosos por ano. A maioria das vítimas é jovem, pobre, negra, e do sexo masculino. Este genocídio precisa acabar, e temos meios para isso. Que a segurança pública seja exercida para proteger a vida e os direitos dos cidadãos, e não apenas a propriedade.

DEMOCRATIZAR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. É necessária uma legislação que torne a liberdade de informação e de expressão uma realidade para todos os brasileiros (e não apenas para a elite que controla a grande mídia), e que abra o espectro da comunicação, quebrando o atual oligopólio – que favorece unicamente a um pequeno grupo de grandes proprietários, em detrimento dos direitos da maioria.

UNIVERSALIZAR OS DIREITOS HUMANOS, políticos, civis, econômicos, sociais, culturais e ambientais, com respeito à diversidade. Garantir um sistema de saúde pública de qualidade, assim como de educação, transporte, saneamento básico. Que se combata, com todo o rigor, a violência policial, o emprego da tortura contra presos comuns e a situação degradante dos presídios superlotados.

VALORIZAR O TRABALHADOR E A TRABALHADORA: Garantir trabalho para todos/as. Trabalho digno e não precarizado. Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários, como repartição dos abusivos ganhos de produtividade do capital. Reaparelhamento do aparato fiscalizador do Ministério do Trabalho. Combate à terceirização.

O CONTROLE SOCIAL DA GESTÃO PÚBLICA, para garantir um serviço público voltado para os interesses dos cidadãos. É fundamental que estes possam exercer o controle da atividade parlamentar, assim como o controle dos governos (municipais, estaduais, federal). Reapresentar o projeto de Participação Social. Criar Observatórios de Controle Social (OCS) em todos os municípios brasileiros, formados por representantes da sociedade civil.

A ÉTICA NA POLÍTICA E DA POLÍTICA. O comportamento ético é essencial para a vida do cidadão e, especialmente, para aquele/a que pretende se dedicar ao serviço da sociedade, do bem comum, ao serviço público. Nenhuma política baseada na corrupção levará a uma sociedade justa, democrática, solidária e equitativa. Uma outra política é possível, com punições exemplares e reforma de nossas instituições, de modo a coibir a impunidade.
Aproveitamos para afirmar que nos empenharemos em colaborar, através dos meios de que dispomos, para que essas sugestões se tornem possíveis e façam avançar o projeto de sociedade que todos almejamos.
Desejamos sucesso em sua nova gestão, invocamos sobre a Senhora a lucidez e coragem do Espírito Criador e, sobre seu governo, todas as bênçãos divinas de luz, paz e amor solidário.

Seus irmãos e irmãs

AFONSO MURAD Teólogo, ambientalista e assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). (MG)

ALESSANDRO MOLON – Advogado e Deputado Federal. (RJ)

ANDRÉA RODRIGUES MARQUES GUIMARÃES – Doutora em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre MG-4 348 699. (MG)

ANTONIO CECCHIN – Irmão Marista. Advogado. Fundador da Comissão Pastoral da Terra – RS. Militante dos movimentos Sociais, Pioneiro da luta e organização dos catadores no Brasil. Assessor do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável de Porto Alegre. 6000123148 RS. (RS)

BENEDITO FERRARO – Teólogo. Professor de Teologia PUC – Campinas
RG 3568777-0. (SP)

CARLOS MESTERS – Biblista. Membro fundador do Centro de Estudos Bíblicos/CEBI. (MG)

CLÁUDIO DE OLIVEIRA RIBEIRO – Pastor Metodista. Professor Universitário. RG 04794811-1. (SP)

EDSON FERNANDO DE ALMEIDA – Teólogo. Pastor da Igreja Cristã de Ipanema. Coordenador do “Compassio: teologia arejada, pastoral comprometida”.
RG 112625819. (RJ)

EDWARD NEVES MONTEIRO DE BARROS GUIMARÃES – Teólogo. Membro da Sociedade de Teologia e Estudos da Religião (SOTER). Professor de Cultura Religiosa e Filosofia na PUC Minas. Coordenador do Curso de Especialização em Teologia do Centro Loyola. RG M-4 997 414 (MG)

EKKE BINGEMER – Profissional Independente de Administração de Serviços. (RJ)

FRANCISCO DE AQUINO PAULINO JUNIOR – Teólogo. Presbítero da diocese de Limoeiro do Norte – CE. Professor da Faculdade Católica de Fortaleza e Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de Pastorais Sociais.
RG: 2008858604-3 (CE)

FREI BETTO – Jornalista. Escritor. Assessor de Movimentos Sociais. RG 14214910 SSP-MG (SP)

FREI SINIVALDO SILVA TAVARES – Teólogo. Professor de Teologia Sistemática na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA). M 2327250 SSP/MG (MG)

JETHER RAMALHO – Sociólogo. Membro da Igreja Cristã de Ipanema. Membro fundador do Centro de Estudos Bíblicos/CEBI e do Conselho Editorial do Boletim REDE. (RJ)

JOSE OSCAR BEOZZO – Historiador. Teólogo. Coordenador Geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEEP (SP). Professor Universitário. RG 2.769.363-6 SSP-SP (SP)

LEONARDO BOFF – Teólogo. Filósofo. Escritor. Membro da Comissão Internacional da Carta da Terra. Autor de Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Vozes 2014. RG (Genésio Darci Boff): 02 773 327-8 Detran (RJ)

LÚCIA RIBEIRO – Socióloga. Membro do Iser – Assessoria. Membro do Centro Alceu Amoroso Lima. RG 055068274 IFP/RJ. (RJ)

LUCILIA RAMALHO – Vice-Presidente do Centro de Recreação Infantil (CRI) da Igreja Cristã de Ipanema. (RJ)

LUIZ ALBERTO GÓMEZ DE SOUZA – Sociólogo. Diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Candido Mendes. Membro do Centro Alceu Amoroso Lima. RG 04488154591 IFP/RJ. (RJ)

LUIZ CARLOS SUSIN – Teólogo. Professor do Programa de Pós-Graduação e de Filosofia da PUC/RS na cadeira de Ética Ambiental. Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação. Membro do Comitê de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium. RG 1003162623. (RS)

LUIZ EDUARDO W. WANDERLEY – Sociólogo. Professor da PUC-SP. Membro da Diretoria do CEESEP e da Ação Educativa. (SP)

MAGALI CUNHA – Jornalista. Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo. Editora do Blog Mídia, Religião e Política. RG 05477006-0 (IFP/RJ). (SP)

MANFREDO ARAÚJO DE OLIVEIRA – Filósofo. Professor Titular da Universidade Federal do Ceará. RG 99010318053. (CE)

MARCELO BARROS – Teólogo. Escritor. Coordenador latino-americano da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT). RG 4242073 – SSP – GO. (PE).

MARCIA MARIA MONTEIRO DE MIRANDA – Educadora popular. Membro do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis e do Centro Nacional dos Direitos Humanos de Brasília. 11.878.008-9 – Detran. (RJ)

MARIANGELA BELFIORE WANDERLEY – Assistente Social. Docente da PUC/SP. Professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC-SP. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais da PUC-SP Membro do Grupo Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados – IEA da USP. (SP)

MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER – Teóloga. Articulista do Jornal do Brasil. Professora da PUC/RJ. Membro do Comitê de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium. (RJ)

MARIA HELENA ARROCHELLAS – Teóloga. Diretora do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade/CAALL. RG 121.534.700-5. (RJ)

MARIA TEREZA BUSTAMANTE TEIXEIRA – Médica sanitarista. Professora Associada da UFJF. Pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer lotada na UFJF. Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Coordenadora adjunta do NATES/UFJF. Editora Geral da Revista de APS. (MG)

MARIA TEREZA SARTORIO – Pedagoga. Educadora Popular. Membro da Coordenação Nacional do Movimento Fé e Política. RG MG 18292550. (ES)

OLINTO PEGORARO – Filósofo. Professor Titular de Ética da UERJ. Trabalha com Movimentos Sociais na Comunidade do Borel. (RJ)

ROSEMARY FERNANDES DA COSTA – Educadora. Teóloga. Membro da SOTER. Assessora da CNBB. Professora da PUC Rio, Teresiano CAP/PUC e Secretaria de Educação do RJ. RG 3 750 717-5 – DETRAN – RJ (RJ)

ROSILENY SCHWANTES – Cientista da Religião. Psicóloga. Professora da Universidade Nove de Julho. RG 38 910 786 4. (SP)

TEREZA MARIA POMPEIA CAVALCANTI – Teóloga. Assessora de CEBs. Professora na PUC-RJ. (RJ)

Corrêas (RJ), 09 de novembro de 2014.

70 comentários sobre “Carta à Presidenta Dilma Rousseff

  1. Marco Antônio Magioli, advogado, empresário, militante do PSOL. OAB/RJ insc. 63.029 assino, em Rio de Janeiro, RJ, 27.11.2014

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  2. Prezado Leonardo Boff,

    Sei que fica subentendido sobre a ressocialização no tocante à Quanto à Política de Segurança Pública, mas, na última frase, ficaria uma melhor e ratificante redação se fosse redigida da seguinte forma: “…Este genocídio precisa acabar, e temos meios para isso. Que a segurança pública seja exercida para proteger a vida e os direitos dos cidadãos, (ressocializar através da educação profissional os que encontram-se à margem da sociedade, reclusos em unidades prisionais), e não apenas a propriedade.”

    Tal acréscimo, devemos levar em consideração como uma cobrança a uma das promessas de campanha da presidenta Dilma, onde a mesma comprometeu-se em implantar o Pronatec em presídios, tendo, por fim, dar sentido à palavra “ressocialização” tão mal empregada neste aspecto quando nos referimos ao nosso sistema prisional.

    José Oscar Gomes da Paz – Aluno de Gestão Ambiental do IFPE, campus Recife.

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  3. Muito bonito, muito tocante mas aqui vai uma perguntinha: por que não falam um A sequer dos direitos achincalhados das minorias tais como os LGBT que estão sendo dizimados pelo ódio insuflado pelo fanatismo de “teólogos” e sua leitura fundamentalista de um livro sanguinário como o AT e seguidos por bestas-feras chauvinistas que pregam na misoginia, na exclusão de homossexuais e negros, num arremedo homoerótico nada disfarçado de super valorização do macho, um retrocesso à era das cavernas – ou da ditadura militar se não quisermos ir muito longe no tempo? Por que não tocam na perseguição inquisitória aos praticantes de religiões Africanas? Por que não pedem a criminalização da pedofilia – verdadeira praga neste país – onde na maioria dos casos os respeitados varões encastelados em suas casas no seio de suas ainda mais respeitadas famílias abusam continua e sistematicamente de crianças, independente do sexo, quase sempre com a cumplicidade das mães, avós e outras mulheres que convivem com os abusados?
    Por que não pedem que a justiça e o MP entrem de sola no grande comércio da fé onde milhões de estúpidos se deixam enganar e ainda pagam para serem ludibriados, roubados, enganados e condicionados mentalmente a odiar a quem lhes é diferente?
    Vejo parágrafos inteiros destinados á ecologia e sua preservação e quase nada em defesa de setores sociais onde homens e mulheres são assassinados por serem diferentes de um padrão que carece de bases científicas para ser considerado natural, alicerçando-se única e exclusivamente na capacidade biológica reprodutiva da espécie, capacidade esta nada exclusivamente humana, dado que baratas, ratos, cobras, protozoários e micróbios – seres considerados tão abaixo da escala evolutiva se comparados ao “rei da criação” – também pode fazê-lo e, muitas vezes, com mais sucesso.
    Muita preocupação com árvores, rios e outros elementos da natureza e pouca preocupação com o câncer fascista que está matando nossa sociedade. O diagnóstico já foi dado na época das eleições quando os “melhores” destilaram todo seu ódio e preconceito contra os diferentes. Vamos esperar o quê? que o paciente morra para depois, na autópsia, chegarmos às conclusões óbvias da causa mortis?

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    • O traço da caneta é cirúrgico quando se vivencia as questões humanas e sociais mais profundas de uma sociedade dada, sendo ator engajado.

      Sobre as questões humanas e sociais, pela clivagem da condição humana revelamo-nos que entres os seres viventes, somos ainda que racioniais, aqueles que naturalmente são dotados de dons de romper o Mundo Natural.

      Possuímos o dom da ultrapassagem do portal condicionante à restrição do plano natural. Verificamos na clivagem do natural a distinção de todas as outras espécie que não integram o nosso gênero, somos os únicos que criamos no mundo criado. Enquanto Deus foi o criador natural do mundo, nós do gênero humano fomos os criadores do Mundo Social e Histórico e Econômico.

      Não bastava haver a maçã na macieira, haveria o imperativo instintivo do ato da colheita, ato econômico por excelência, bem como o ato de consumí-la.

      Fato constituído de dois atos: O primeiro para reproduzir a força de trabalho alimentando o trabalhador da colheita para ter forças de fazer novas colheitas dia seguinte e contribuir na perpetuação da espécie; o segundo a preferência de alimentar-se da maçã, mais saborosa que o capim.

      Ao fim e ao cabo de alguns séculos testemunhamos a intelig~encia de nosso gênero criar alimentos sofisticados como o pão. I.é, sofisticação relativa à natureza.

      O Mundo Social, inobstante as poucas linhas, distinguiu-se do Mundo Natural.
      Esse o ponto nodal. A alienação do mundo social, produz os dos mais fortes fatores da existência de uma ideologia a qual a liberdade do gênero humano não teria para fins sociais, sexuais e econômicos a condiçao inata de transpassá-lo.

      Pois bem, até o Papa de Roma percebeu a questão.

      Agora, a luta se dá contra a velha Igreja, os crentes, os militares – com ressalva dos Nortes Americanos que já adimitem o homosexual em suas fileiras.

      Agora restam os descendentes mais próximos dos “Homo neanderthalensis” corrigir a distância do nosso tempo e espaço. Dá a sensação que se fixaram entre o macaco e o homem.

      Fica a reflexão como ajudarmos, cristianísticamente, este elo congelado entre os extremos supracitado.

      O homem é a chave da anatomia do macaco e não o macaco é a chave da anatomia do homem.

      Não corrigindo o equivoco da linearidade progressiva, antidialética e positivista, inevitavelmente teremos os primatas como nosso paradigma, não esquendo-se que macaco adora uma sacanagem.

      Assim, há a alienação do homem Social! Ao revés, recuperamos a Vitória da Condição Humana refundando, como se nunca tivesse existido, o Renascimento, o único ponto da História em que os “trogloditas” esfumaçaram-se, diluiram-se no ar da resistente pré-história, cujos sinais cada vez mais sutís deixam indícios de suas digitais nos nossos dias atuais.

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  4. Precisamos apoiar o governo Dilma. O Coração Valente é resultado das lutas sociais e negras da sociedade brasileira!!! Asè Presidenta!!!

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  5. 34 anos de PT mais 16 anos de governo do PT = 50 anos. Quanto tempo mais? Em verdade, em verdade eu vos digo: o tempo urge e o povo ruge!

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  6. É, isso é o ideal. Nós brazileiros, esperamos que o governo da Dilma , se aproxime ao máximo desses ideais.
    Abraco

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  7. Concordo com o exposto e acrescentaria uma reforma no senado,onde todos sejam trabalhadores com salários iguais aos do funcionário público,pagando plano saúde e tudo mais que pagamos.

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    • Concordo plenamente, até mesmo por sermos cada um de nós responsáveis ao que nos compete fazer.

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  8. Os principais pedidos desta carta nem a pau ela vai atender…….Por exemplo: Meio ambiente ela não tá nem aí.

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  9. A Presidente Dilma procura viver o que Jesus nos ordenou, nos evangelhos: amar os nossos inimigos.

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  10. sobre o item: Proteger o meio ambiente: com a Kátia Abreu no Ministério da Agricultura, isto ficará meio contraditório. Pois quem mora ou já morou no Tocantins sabe o que esta senhora, chamada de motosserra, sabe o quanto ela não protege o meio ambiente, ela “desprotege”… e fica a mesma fala para as causas indígenas!!!

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  11. O Senado tem se revelado como um antro irrecupeável de negocistas, com mordomias custosas e ofensoras do constitucional Princípio da Moralidade Pública. Cínicos e insensíveis. A solução com tão contumazes e abusivos e cínicos Senadores é o FIM DO SENADO, reforma da Constituição com a criação do instituto do UNICAMERALISMO, TRANSFERINDO ATRIBUIÇÕES DO SENADO POR CRITÉRIOS REGULAMENTADOS DE FORMAÇÃO DE UMA COMISSÃO DE DOIS DEPUTADOS POR ESTADO, SEM AUMENTO DE DESPESAS, OU DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA PARA TAL.

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  12. Mas esse é o primeiro mandato de um governo petista? Essa carta dá a impressão que sim. Se o PT não fez isso em 12 anos, por que o faria agora? Afirmar que os demais candidatos representavam o retrocesso nas conquistas sociais, quais conquistas? Atuo numa comunidade carente e por lá, só existe o “bolsa familia”, a comunidade continua sem acesso a saneamento, a moradia digna, a segurança, saúde, educação…Enquanto isso, as elites seguem felizes e bem representadas.

    Ah! Sou animadora de um grupo de CEBs e posso afirmar que aqui na base (onde atuo) esses teólogos signatários da carta, salvo exceções, são ilustres desconhecidos, como então podem falar em nome das Comunidades Eclesiais de Base? Participar de Encontros Intereclesiais e grandes celebrações, não os tornam profundos conhecedores dos anseios populares, é preciso ir além, deixar o “pedestal” e participar ativamente das comunidades. Quem sabe, nas próximas eleições, conseguem realmente, traduzirem o pensamento das “bases” que dizem representar?

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    • ESTÉTICA E TORPOR
      A chegada do PT ao Governo Federal em 2002 revelou um partido personalista,
      pragmático, populista, aparelhador e fisiológico.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Causas sociais foram esquecidas e serviram de escada para ambições pessoais.
      Militantes premiados com espaços no governo esqueceram-se de revolucioná-lo
      e cargos continuam servindo para a manutenção de currais eleitorais.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      As políticas públicas continuam sendo decididas em gabinetes e jogadas à
      população como migalhas se comparadas ao volume do orçamento nacional e aos
      financiamentos de bancos públicos para empresas escolhidas por troca
      de favores. O elitismo dos financiamentos dá centavos para pequenos
      empreendedores e bilhões para projetos escolhidos por critérios de
      conveniência política.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A ideia de participação popular nas decisões de governo foi abandonada
      e hoje é lenda urbana e rural, letra morta no repertório teórico do Partido.
      A política econômica resume-se a desonerações de automóveis, celulares,
      tablets e bugigangas que endividam a população, estimulam o consumismo
      e aumentam os índices de degradação do meio-ambiente.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A gestão caquética da saúde beira a crueldade e a ausência de políticas
      urbanas mantém nossas cidades pocilgas sem saneamento e com um gigantesco
      déficit habitacional.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Falar da qualidade do ensino, da segurança pública e das obras de
      infra-estrutura, é repetir argumentos de ineficiência e falta de qualidade.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Juízes do Supremo Tribunal Federal continuam sendo nomeados pelo executivo,
      emendas parlamentares perpetuam-se, incentivando o clientelismo e os políticos
      carreiristas e o instituto da reeleição completa nossa arcaica cena política. E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Em 12 anos a reforma política não aconteceu, a reforma administrativa
      não aconteceu, a reforma agrária não aconteceu, a reforma urbana não
      aconteceu, a reforma do judiciário não aconteceu, a reforma tributária
      não aconteceu e a reforma previdenciária não aconteceu.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      O toma-lá-dá-cá fizeram do PT um Frankstein esquizofrênico e insaciável.
      O país está maquiado e sonolento.

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      • Caro Berão, antes de tudo um 2015 profícuo e de realizações.

        A cantilena mudou. Agora deve ser: “e 13 anos se passaram”.

        Assim, como já tinha dito temos mais de quinhentas razões para cada repetição “e 13 anos se passaram”, ou congelou OS 12 ANOS no tempo?

        VAMOS FAZER ALGUMAS OBSERVAÇÕES METODOLÓGICA, OU EPISTÊMICAS SOBRE O TEU TEXTO, VEZ QUE REINCIDENTE, com muito respeito:

        1 – Há flagrante insistência no teu discurso de se referir – numa medonha abstração – que todos os atos polÍticos pertencem ao PT. Tu sabes que não. Nosso Sistema Constitucional e político não permite governabilidade sem coalizão. Então com um olhar real, há que considerar-se o conjunto dos Partidos que partilham a política l.i.d.e.r.a.d.a. pelo PT. e a maioria prtidária representada mediante ocupação Ministerial.

        Porquê tu não mencionas PP, PDT, PC do B, PROS, PMDB “et caterva”?

        Será sectarismo antipetista? Caso positivo seu ônus é perder-se na parte, quando o fulcro político da questão vale pelo peso do seu conjunto. Ora, atenção a uma visão dialética mínima, né?

        2 – Para não nos estendermos mais, vamos a um significante ponto o qual atribuo como o maior catalizador de votos para a Presidenta Dilma: A PROPOSITIVAÇÃO DE QUE O SALÁRIO MÍNIMO – SEGUNDO ARMÍNIO FRAGA, O “HOMUS OECONOMICUS” DE ÁECIO NEVES – ESTARIA MUITO ALTO. ALIÁS DESAFIO ARMÍNIO FRAGA VIVER COM TAL VALOR EM APENAS DOIS DIAS COM SEU HABITUAL CUSTO DE VIDA.

        3 – PARABÉNS MAIS UMA VEZ A CORAJOSA PRESIDENTA DILMA QUANDO FIXOU O AUMENTO DO NOVO SALÁRIO MÍNIMO EM POUCO MAIS DE 9%, CHEGANDO AO VALOR DE R$788,00 MENSAIS.

        4 – AFINAL É UM ASSINTE – EM PLENO TERCEIRO MILÊNIO – SALÁRIO SEMIESCRAVISTA.

        5 – DÚVIDA: ARMÍNIO NO PODER O CONGELARIA, OU O REDUZIRIA NOMINALMENTE DIRETAMENTE ?

        6 – AÍ ESTÁ A RAZÃO DA DIFERENÇA DOS QUATRO MILHÕES DE VOTOS QUE DERAM A VITÓRIA À COALIZÃO PETISTA. ESTE FOI O PREÇO COM QUE O POVO CONTESTOU A PERVERSÃO NEOLIBERAL ARMINISTA QUE TRATA CUSTO DE VIDA COMO NÚMEROS E NÃO COMO CONDIÇÃO DIGNA DE VIVER DO POVO NO PAÍS DO 5º/7º PIB DO MUNDO.

        7 – VOU FICAR SÓ NESTA RÉPLICA À CANTILENA ” E SE PASSARAM 13 ANOS ”

        FRATERNALMENTE,
        MM.

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      • Olá Magioli,
        Tentei responder em linha ao seu último texto referindo as benesses trazidas pelos reajustes do salário mínimo nos últimos anos mas não consegui. Algum problema técnico do Blog ou erro meu mesmo.
        Por isso deixo aqui minhas considerações…

        Magioli,
        O método da “cantilena” parece ter te contaminado, afinal é a terceira vez que tu me contrapões com o argumento de que os reajustes do salário mínimo, elevando-o a patamares nunca antes alcançados neste país, são a grande obra da coalizão que vem governando o Brasil há 13 anos. E mais, o referencias ao dólar, moeda, como já afirmei, calibrada pela energia, pelo suor e pelo sangue de uma MAIORIA oprimida por necessidades impostas – psíquica e corporalmente – por mercados que não consideram o indivíduo e o planeta.

        Muito bem Magioli,
        Quero te dizer que não estou preocupado com este salário mínimo de 788 Reais por sabê-lo inconstitucional e muito aquém dos 2.975,55 (valores de dezembro) do DIEESE, Departamento Intersindical de Economia e Estatística. E aí, sim, os números falam…
        Estou preocupado, isto sim, com nossas gerações atuais e futuras.
        É da “natureza” do dinheiro – ingrediente do Capital – circular. Não por engano os economistas referem-se a ele como “corrente”, no sentido de percurso, via, força de movimento. E não considero que ele – o Dinheiro – possua ideologia e tão pouco se submeta a qualquer uma neste seu movimento. É inútil controlar seu fluxo.
        As ideologias têm a ver, isto sim, com a velocidade deste sistema, com sua direção, sentido e objetivos. É ai que minha “cantilena” serve de alerta e crítica.
        Um salário mínimo de 788 Reais subverte o significado de “corrente” e, como no português esta palavra tem dois sentidos, acaba por aprisionar toda a Nação num calabouço de migalhas.
        Insisto Magioli, menos de 5% do dinheiro dos capitais envolvidos em empreendimentos públicos e privados refere-se à remuneração da Força de Trabalho. Isto, Magioli, é a contabilização de uma brutal concentração de renda pública e privada e o capital se estatiza e se oligopoliza, via de regra associados, na exploração, na corrupção e na acumulação. Tu sabes disso. Nós sabemos.
        É preciso fazer o dinheiro circular entre a população de forma caudalosa e não a conta-gotas, as tais migalhas a que me refiro na minha “cantilena”.
        Nós estamos fazendo com o fluxo do dinheiro o mesmo que fizemos com nossos arroios nas nossas cidades: transformando-os em valões assoreados e cheio de ligações clandestinas, quando não represados para fins privados ou de políticas de drenagem equivocadas.
        Tu podes dar vales, tickets, pensões, benefícios assistenciais ou qualquer outro crédito direto ou indireto e na verdade estarás dando continuidade e alimentando, com precisão cada vez mais cirúrgica, o processo de concentração e acumulação de capitais.
        As pessoas precisam se alimentar, vestir-se, estudar, trabalhar, ter moradia, circular, cuidarem de si próprias e dos seus, se sentirem seguras e saudáveis e se divertir. Viver! Isto é fato.
        Mas afinal, quantos e quais grupos de alimentação existem no país? Quantos e quais fabricantes de tratores, de lápis, de bacias de plástico?
        Este é o nosso inimigo, Magioli: a concentração que induz à acumulação e a concentração com exclusão!
        Quantos e quais fabricantes de automóveis?
        Quantos e quais fabricantes de remédios? De brinquedos?

        “Cantilena”?

        Quantos e quais fabricantes de smarthphones? De telhas? De canos? Fios elétricos?
        Quantas franquias nacionais estão entre as 50 maiores do mundo?
        Quantas famílias ou grupo de famílias ou bairros de produção rural ou cooperativas populares ou agro-indústrias populares?

        “Cantilena”?

        Quantos fabricantes de aviões?
        Quantos desenvolvedores e fabricantes de células fotovoltáicas?
        Quantos e quais fabricantes de ferro e aço? De plástico? De fibra de carbono?
        Quantas construtoras e não empreiteiras mancomunadas com os eventualistas do poder?
        Aí os números falam…
        Quantos filósofos, cientistas sociais, dentistas e psicanalistas?
        Quantos arquitetos, urbanistas, geólogos, biólogos e engenheiros ambientais?

        O PAÍS SE ENTOPE DE QUINQUILHARIAS E TECNOLOGIAS IMPORTADAS E ENGASGA-SE COM SUA CRIATIVIDADE, INICIATIVA E INSIGHTS. A INDÚSTRIA SUCUMBE, OS EMPREGOS EVAPORAM-SE, OS SERVIÇOS SE DESQUALIFICAM E A AGRO-INDÚSTRIA SE OLIGOPOLIZA E FICAMOS REFÉNS DE COMODITIES.

        ATÉ QUANDO VAMOS NOS AUTOFAGIR EM DÉFICITS PÚBLICOS E ALIMENTAR OS PARASITAS INTERNOS E EXTERNOS COM SUPERÁVITS PRIMÁRIOS?

        Agora estamos em meio a um Ajuste Fiscal, leia-se o PAGAMENTO DAS ELEIÇÕES. E esta conta não aparecerá na prestação de contas à Justiça Eleitoral. E veja, não é uma conta partidária de Caixa2, é uma conta POLÍTICA e perversa.

        Para não ser tão do contra e cético, ressalvo a indústria virtual e de turismo que me parecem uma exceção. Alimento esperança nestes setores. Limpos, podem ser uma saída ambiental, afinal ao que TUDO está submetido e condicionado, embora eu considere que os caminhos para a inovação estejam despavimentados.

        Não adinta…é da minha natureza…voltei ao campo da crítica!

        Mas nossa problemática urbana é tão complexa no que diz respeito à habitação, circulação, saneamento básico e qualidade das nossas obras de engenharia que não há como detalhar aqui polítcas públicas corretas. Soluções mesmo.
        Pelo mesmo motivo não falo da saúde e da segurança, envolvendo a prevenção, o sistema prisional e as ações de segurança pública.
        Quanto à educação me parece haver um esforço com cursos técnicos, acesso às universidades e à pós-graduações e mestrados. Mas o ensino infantil e fundamental são o caos o que acaba por não alicerçar as medidas tomadas nesta área.
        E aí os números falam!

        Amigo Magioli,
        Leia o artigo do jornalista MAURO SANTAYANA neste mesmo Blog. O texto dele é desta semana.
        Aquela força toda, muito bem descrita pelo Mauro, servirá apenas para bater palmas e nos ufanarmos? O cenário me lembra “NOVENTA MILHÕES EM AÇÃO”.
        É neste sentido que afirmo que a nossa “sociedade” está maquiada e sonolenta, apaziguada por um consumo inconsequente e gerador de desperdício. Um mínimo de carência material faz surgir em cérebros ocos saudades de regimes autoritários que ofereciam pequenas doses de conforto e ascensão social em troca de silêncio, ordem, obediência e conformidade. A repressão fez escola. Estética midiática e torpor ideológico. Hipocrisia pura!

        É neste sentido que considero os pensadores e tomadores de decisão do PT não producentes e desfocados de princípios populares e de base.
        Se o sistema político é indutor de “coalizões” frankstenianas e se for isto que nos leva à excrescências programáticas, que se mude o sistema e não nos escondamos atrás de índices e porcentagens que na verdade mascaram a incapacidade ou a falta de coragem de formularmos políticas genuinamente populares e distributivas. Esta, afinal, considero a função primordial da política parlamentar, jurídica e administrativa, cujo caldo cultural deve ser o sistema participativo universal, sincera e honestamente convocado e com poder deliberativo dentro do que Tarso Genro define como Esfera Pública Não-Estatal.

        Magioli,
        Doei mais de 35 anos (e aí os números falam) para levar ao poder uma idéia generosa e revolucionária porque, desde que me reconheço como um ser político, sonho com outro mundo e acredito que outro mundo é possível.
        Mas eu quero ver este outro mundo. Quero que meus filhos vejam este outro mundo. Quero que meus netos, meus amigos reais e virtuais, vejam este outro mundo e mais, quero estar com eles neste outro mundo. E aí os números falam!

        Nossa esperança precisa estar grávida!

        É neste sentido que considero a militância sequestrada e com Síndrome de Estocolmo.
        Não é possível que lutamos tanto a custa de vidas e de amores apenas para trocarmos as moscas. O trabalho é gigantesco e o tempo, apesar de uma mera convenção humana, urge!

        Mas vejo o sol se por e estou certo de que a noite não será longa e que não será este o último Por-de-Sol dos séculos. Reafirmo: O PAÍS ESTÁ MAQUIADO E SONOLENTO. A MILITÂNCIA DO PT (DO PT) FOI SEQUESTRADA E ESTABELECEU-SE UMA SÍNDROME DE ESTOCOLMO COLETIVA..

        E volto a citar Lênin:

        – “É preciso sonhar…mas com a condição de crer em nossos sonhos…de confrontar nossos sonhos com a realidade…de realizar ESCRUPULOSAMENTE nossa fantasia.”

        …e o Manifesto:

        “O livre desenvolvimento de cada um como condição para o desenvolvimento de todos.”

        …e contesto, de minha lavra:

        Nem tudo o que é sólido se desmancha no ar.
        No máximo se dissolve no todo.
        E somos todos um.

        Por fim, o Mestre Jesus:

        “NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS…

        …EU VIM PARA QUE TIVÉSSEIS VIDA E VIDA EM ABUNDÂNCIA.”

        E 2000 anos se passaram…

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  13. Parabéns a todos(as), embora acredito que será quase impossível a concretização de quase tudo o que está na carta, mas valeu pelo esforço.
    Abraços

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    • Belíssima a carta do Adriano Berão.
      Entretanto, densa em prognósticos e como o horizonte, quanto mais nos aproximamos, na mesma proprorção ele de afasta.
      Para ser bastante sintético, quando estou reconhecendo o esforço político de Dilma em atribuir o salário mínimo com mais de 3% de aumento real, o contexto é a política do possível e não o salário Mínimo de quase 3 mil reias fundado em estudos concretos e sérios do DIEESE. Mas, políticamente impraticável. Lutar contra o torpor, a alienação, como menciona o Berão, aqui estamos juntos. Contudo, a carta é densa em dados e pródifa em prognósticos. Uma epístola para reflexão e descortínios, que de coração aberto temos que considerar. Acusa muito bem o caos da educação fundamental, vale dizer que seja convocada uma frente nacional de poio e prioridade à Educação Básica, ligando assim o elo para a educação superior.
      Ao fraterno amigo Adriano Berão, reconheço contribuição densa na sua manifestação escrita.

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      • À ação, à ação, fraterno amigo Magioli.
        O tempo urge
        A luta é justa
        As crianças crescem
        O pátio está sujo
        Crianças
        Crianças
        Vêm muitas crianças
        Eles começaram a comer nossas crianças
        Eles não merecem perdão
        Acorda o Leonardo
        Acorda o povo
        A praga da burguesia pegou
        ELES COMEÇARAM A COMER CRIANÇAS
        À LUTA PSOL
        À LUTA MAGIOLI
        À LUTA
        À LUTA BRASIL
        POR NOSSAS CRIANÇAS

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  14. Foi dado um passo importante, rumo a construção de ‘Políticas Nacional de Participação Sócio-Popular’. Assim, é de imensurável importância que todos Nós – Pessoas Humanas Brasileiras – tomemos os nossos postos de obreiros do Bem.
    Penso que é de impressionável importância a construção de ‘congressos de dialéticas participativas populares’ em diversas partes do País; encontros sociais; em exemplo precedente – temos: I Encontro Nacional da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), em Curitiba PA, ou mesmos, IV Congresso Internacional de Esquizodrama Esquizoanálise A Crise do Capitalismo Planetário; ambos acontecidos no ano de 2013 – onde se reuniram milhares de Pessoas, cidadãos e cidadãs, nas diversas dialéticas de problemáticas sócio-popular.
    Ressalvo “os dever dos cristãos de trabalhar na política – a forma mais elevada de caridade” (Papa Francisco). Deste modo, sejamos parceiros para o Bem, em construção de um Brasil Democrático e de direitos sociais inalienáveis de Fato.
    Vamos ao processo construtivos…

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  15. Sério? essa equipe de “intelectuais” pra falar pro sorveteiro que ele tem que fazer o sorvete? Mais parece aqueles palpiteiros chatos, que dizem o que deve ser feito ( e isso todo mundo já sabe), mas não fazem ideia do COMO deve ser feito. Patético

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  16. Apoio, é o grande sonho de muitos brasileiros e brasileiras. Um dia veremos nossa Pátria amada cantada com orgulho, porque muitos lutaram para torná-la mais igual para todos.

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  17. ( Eu não Emaus,…talvez sÓ+1 )…REFORMA POLÍTICA…Prezado Leonardo Boff, VAI P/Leonardo Boff, etc…assim: ( ..Lula!. uma ideia … : .. …. ( Sr Presidente Lula aprovou a “Nova lei Rouanet”. “Gil, Juca Ferreira,… Ministério da Cultura, Nova Lei Rouanet, e as linhas gerais da proposta para dinamizar e democratizar o acesso ao financiamento da cultura no país.”……Nessa lei as doações para Cultura e/ou/etc…..alimentam o Fundo de Cultura, que banca as as ações da Sociedade e Governos. ) … Essa é uma proposta que pode ser de mudança positiva para (REFORMA POLÍTICA) … AS DOAÇÕES VÃO PARA O “FUNDO DA(S) ELEIÇÃO(ões)…o fundo da democracia… ( a forma da divisão da $$$… Ai a sociedadepoliíticosmídiaweb&edissétera põem na mesa e negocia. …. aquele abraço para o BRASIL!….)

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  18. Muito interessante, se houvesse um indice númerico de prioridade colocaria 3:

    1. Reforma Agrária – maior dívida e falta de 03 governos do PT…falharam com nossa história….
    2. Reforma Política….
    3. Reforma Urbana…as grandes cidades estão inabit´veis….

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    • A reforma urbana e agrária os sócios não deixam e os comensais impedem a reforma política. CONSTITUINTE JÁ.

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  19. O Boff, eu não entendo se a Dilma se intitula presidenta porque ela se se acha gerenta, ou porque ela foi estudanta, mas isso puco importa, o problema é que o nome do ministro da agricultara é citado, na data de hoje como suspeito de participar em crimes no âmbito da reforma agrária, ele e dois irmãos dele, presos hoje pela policia federal. A presidenta, que se considera gerenta porque já foi estudanta, deve à nação explicações sobre isso e toda a sorte de crimes cometidos pelos petistas condenados do mensalão, sem falar ainda do petrolão, o que ela ainda não fez. Portanto o PT, o partido que virou as costas para os trabalhadores honesto que transitaram no chão das fábricas e com muita esperança deram a luz a esse partido não os representa mais, pois está infestado de criminosos que só pensam em si. Essas pessoas não nos representam mais, e muito menos representam qualquer pessoa que se intitule cristão. A velha política comunista esta´morta no centro das praças desse maravilhoso país que é o Brasil, e que já foi sepultada no leste europeu. A nova política deve defender a vida como bem supremo, seja em que área for (econômica, saúde educação, e etc.) Todos os indivíduos de uma sociedade, no nosso caso a brasileira, têm de ser tratado como único sujeito do respeito, é exatamente o que o PT não faz, haja vista a forma como tratou os adversários políticos na campanha, Se fazem isso com os próprios colegas, imaginem o respeito que terão por nós o povo. Feito esse escopo eu pergunto a você Boff, como é que um cara com sua sagacidade pode defender este estado de coisas provocados pelos membros do PT? Será que você e sua equipe de eruditos da teologia não conseguem ver que o PT é movido por ideologia de ditadura do proletariado, que aqui no Brasil tem o apelido de bolivarismo, e que o povo trabalhador honesto desse país jamais apoiará? Aguardo sua resposta.

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    • Caro Tadeu, realmente não sei qual a tua formação escolar básica. Mas, este negócio de presidenta tudo bem, porque segundo um dos maiores filólogos do país, Aurélio Buarque de Holanda, em seu reconhecido internacionalmente Dicionário de Português ele afirma, e sobre autoridade linguística, que é correta a form

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    • Caro Tadeu, realmente não sei qual a tua formação escolar básica se é completa ou não. Mas, este negócio de presidenta tudo bem, porque segundo um dos maiores filólogos do país, Aurélio Buarque de Holanda, em seu reconhecido internacionalmente Dicionário de Português ele afirma, e com sua autoridade linguística, que é correta a forma: Presidente e Presidenta, sendo mais utilisada a forma “Presidente” pela formação machista da História da Civilização. Não é à-tôa que dicionário é chamado pais dos BURROS. Assim, fica muito mal você na sua santa ignorância querer desqualificar a nossa Presidenta, ora chamando-a de gerenta, ou estudanta. Revela seu ódio que só aumenta a sua ignorância e obscuridade. Leia o pai dos burros, encontrará lá, no Aurélio, a validação das duas formas: presidente e PRESIDENTA. Aproveite e deixe de ser ridiculo, e se regogize que junto com a tua babaquice e ignorância você encontrará gente famosa como Arnaldo Jabour, qualificação de famoso que nem isso você possui, fazendo o mesmo papel de bôbo que você faz. Fraternalmente, Marco Magioli.

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    • Caro Tadeu, ia fazer um comentário sobre sua publicação quando de repente me deparo com a intervenção de Marco Maggioli. Pronto, nada restou, disse tudo que vc merece refletir, mas para não perder a oportunidade acrescento que sua retórica na verdade revela a sua qualidade anticomunista despida de qualquer base teórica. Assim como a sugestão de buscar informação no dicionária, lá está a verdade que vc e tantos outros negam, talvez por inconsistência de argumentos, sugiro uma consulta simples, wikipedia, sobre quem foi Simón Bolívar, para que não associe situações desiguais.

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  20. Tem meu irrestrito apoio. É mais do que urgente e necessario avançamos nas conquistas e justiças sociais que por décadas foram negadas ao nosso povo. É preciso que as camadas sociais mais pobres e marginalizadas desse país deixem de serem coadjuvantes de terceira para protagonistas de suas proprias histórias e conquistas. Prof. Heleno

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    • ESTÉTICA E TORPOR

      A chegada do PT ao Governo Federal em 2002 revelou um partido personalista,
      pragmático, populista, aparelhador e fisiológico.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Causas sociais foram esquecidas e serviram de escada para ambições pessoais.
      Militantes premiados com espaços no governo esqueceram-se de revolucioná-lo
      e cargos continuam servindo para a manutenção de currais eleitorais.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      As políticas públicas continuam sendo decididas em gabinetes e jogadas à
      população como migalhas se comparadas ao volume do orçamento nacional e aos
      financiamentos de bancos públicos para empresas escolhidas por troca
      de favores. O elitismo dos financiamentos dá centavos para pequenos
      empreendedores e bilhões para projetos escolhidos por critérios de
      conveniência política.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A ideia de participação popular nas decisões de governo foi abandonada
      e hoje é lenda urbana e rural, letra morta no repertório teórico do Partido.
      A política econômica resume-se a desonerações de automóveis, celulares,
      tablets e bugigangas que endividam a população, estimulam o consumismo
      e aumentam os índices de degradação do meio-ambiente.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A gestão caquética da saúde beira a crueldade e a ausência de políticas
      urbanas mantém nossas cidades pocilgas sem saneamento e com um gigantesco
      déficit habitacional.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Falar da qualidade do ensino, da segurança pública e das obras de
      infra-estrutura, é repetir argumentos de ineficiência e falta de qualidade.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Juízes do Supremo Tribunal Federal continuam sendo nomeados pelo executivo,
      emendas parlamentares perpetuam-se, incentivando o clientelismo e os políticos
      carreiristas e o instituto da reeleição completa nossa arcaica cena política. E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Em 12 anos a reforma política não aconteceu, a reforma administrativa
      não aconteceu, a reforma agrária não aconteceu, a reforma urbana não
      aconteceu, a reforma do judiciário não aconteceu, a reforma tributária
      não aconteceu e a reforma previdenciária não aconteceu.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      O toma-lá-dá-cá fizeram do PT um Frankstein esquizofrênico e insaciável.
      O país está maquiado e sonolento.

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      • “…cada ponto de vista é a vista de um ponto…” . Leonardo Boff

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      • Essa dialética indica uma abstração ao sentido visual. O sentido da visão é pífio, pois insuficiente para alcançar o que está por trás de predito sentido. Digamos um grau primário de conhecer. Insuficiente para um concreto mais profundo, para não menionar que também mais amplo. Mas, é isso ai, Berao, caminhando sempre. Fraternalmente,
        Marco Magioli.

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      • Eu poderia resumir tudo às duas frases: ESTÉTICA E TORPOR. O PAÍS ESTÁ MAQUIADO E SONOLENTO. Eu gostaria de dizer: ESTÉTICA E LUCIDEZ. O PAÍS ESTÁ ILUMINADO E ATIVO. Mas não estamos entoando canções de ninar ou contando fábulas. Estamos falando de vidas, de mentes e de consciência. Somos todos um e, por isso mesmo, falamos de nós. A Chapeuzinho Vermelho associou-se ao Lobo Mau e tosquiou as ovelhinhas. O rebanho é grande. À luta. Um abraço!

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  21. Irmão Leonardo,

    Por que não colocar essa Carta como uma petição ou abaixo assinado, na qual, pela internet, todos nós possamos assiná-la efetivamente?

    Gostaria muito de “assinar embaixo”, literalmente falando; e que essas assinaturas (quantas conseguiríamos?) fossem entregues à presidenta!

    Paz e Bem!

    Flavio de Paula.

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    • Ampliemos este debate. Retiremos os panos quentes. Encaminhemos uma proposta de REFERENDO ou nos joguemos numa ampla Constituinte.

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  22. O texto é redondo, inclusivo, generalista, sintético; basta ter boa vontade, visão de mundo, engajamento verdadeiro com as questões sociais, ecológicas, políticas e etc. para uma minima abordagem. Talvez um pouco de cautela e humildade fariam bem para aqueles que sofrem em função de certa prepotência e arrogância quando criticam o texto ou as pessoas de forma agressiva ou deselegante.

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  23. Caro Leonardo – vi que vcs conseguiram encontrar com a Presidenta. Quem sabe vcs podem ajudar os Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais que querem falar com ela a respeito do PL de acesso a recursos genéticos e a conhecimentos tradicionais associados que ela mandou ao congresso em regime de urgência no período eleitoral e que fere os direitos destas comunidades, tanto pela falta de consulta prévia e informada do próprio PL quanto pelo conteúdo. Qualquer dúvida, entre em contato com a Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, ou comigo. um abraço,

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  24. A ampliação de PODERES também é preciso. No BRASIL QUE PRECISAMOS mais uns TRÊS PODERES são necessários: PODER DEFENSIVO, PODER CURATIVO E PODER EDUCATIVO. O resto é MINISTÉRIO. A grandeza do Brasil pede INOVAÇÃO e não apenas REMENDOS. RUPTURAS E ALTERNATIVAS. CHE-GA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  25. O MST tem se posicionado criticamente em relação ao governo, sobretudo na questão agrária, mas não só. Em quem você vai votar no domingo?
    Stédile –Vou votar na Dilma, no Tarso Genro, no Olívio Dutra e nos candidatos a deputado que o MST apoia no Rio Grande do Sul. Eu e a ampla maioria do povo brasileiro queremos, no entanto, mudanças. Mudanças para melhorar as condições de vida do povo. O neodesenvolvimentismo praticado até agora foi importante para barrar o neoliberalismo e gerar uma transição. Resgatou-se o papel do Estado e o crescimento com distribuição da renda. Porém, essa política se esgotou, tanto é que vários setores da burguesia agora estão na oposição. E se esgotou também por conta da conjuntura econômica internacional. O próximo mandato precisa fazer mudanças estruturais, que alterem a política econômica e com ela o superávit primário e a matriz tributária. São requisitos para canalizar recursos necessários aos 10% do PIB na educação, à saúde, moradia, reforma agrária e aos pesados investimentos em transporte público de qualidade, que a população cobra. No campo político, é necessário convocar uma assembleia constituinte. É o único caminho para uma profunda reforma no sistema política. Queremos mudanças também na forma de conduzir a política agrícola e agrária. Se o governo Dilma não tiver forças para caminhar nessa direção teremos quatro anos de instabilidade politica. O povo voltará as ruas.
    Por que, em sua opinião, os governos do PT não cumpriram integralmente as agendas e compromissos firmados com os movimentos sociais?
    

Stédile– Bem, em primeiro lugar, não considero os governos Lula e Dilma do PT, propriamente. Foram governos de composição de classes, em que estavam todas as classes sociais, desde o banqueiro Meireles, até os mais pobres do Bolsa Família. Em termos partidários houve uma coalização com mais de dez partidos, com o eterno peso conservador do PMDB e demais oportunistas. Por outro lado, foram governos que ainda viveram um período histórico de refluxo dos movimentos massas, derrotados política e ideologicamente na década de 80, e que não conseguiram ainda retomar a ofensiva da luta nas ruas. E por fim, o PT como maior partido da esquerda, com toda sua influencia nas massas e nas organizações populares, abdicou de seu papel de organizador político, renunciou ao dever de formador ideológico, resignou-se ao medíocre papel de disputar cargos públicos. Por isso, esclerosou-se ideologicamente. Esperamos que no próximo período haja uma retomada do movimento de massas. As mobilizações de junho já foram um sinal de alerta. E o plebiscito pela Constituinte da reforma política, com quase oito milhões de eleitores participando, outro.
    Diante da frente única conservadora –que por um momento parecia levar Marina à vitória contra Dilma– o PT mudou seu discurso. Em SP, em um balanço da campanha, no dia 5 de setembro, Lula disse que era preciso demarcar o campo de classe da eleição. É um sinal de mudança também?
    Stédile–A candidatura Dilma teve a sorte de que a burguesia se dividiu: parte a apoia; parte ao Aécio e parte a Marina. Eles não encontraram uma liderança que pudesse expressar a vontade de mudanças da ótica da direita. Nem Aécio, nem Marina expressam isso. As campanhas eleitorais foram sequestradas pelo financiamento das empresas e pela lógica dos marqueiteiros. Isso tirou o povo da disputa real. Pior: tirou a possibilidade de debate real sobre os problemas do país. Virou uma disputa de marqueteiro. As pessoas que estão na rua com propaganda o fazem por DINHEIRO. É emprego, não convicção. É mais uma evidência da crise de participação e representação. Creio que Lula, porém, que ainda é a maior liderança popular que temos, percebeu isso, e foi o grande destaque dos comícios e intervenções nessa campanha, porque fez a leitura da situação da luta de classes, e defendeu a necessidade de uma assembleia constituinte para fazer uma profunda reforma política, que recoloque o povo, a militância e a luta por ideias e projetos no centro da disputa.
    O peso da correlação de forças explica, em parte, o engessamento de muitas bandeiras progressistas. Por que em 12 anos de governos progressistas não se conseguiu mudar essa correlação de forças?
    Stédile– Por vários fatores conjugados. A derrota de 89, a hegemonia do neoliberalismo e império onipotente dos Estados Unidos, impuseram uma derrota política, econômica e ideológica a toda classe trabalhadora no mundo. Essas derrotas, em geral demoram uma geração para que a classe entenda, amadureça e volte a tomar iniciativa da luta. O processo de desindustrialização de nossa economia, por outro lado, quebrou a espinha da classe operária industrial, que era nosso setor mais organizado, mais forte e mais politizado, no qual Lula e o PT foram gerados. Estamos ainda vivendo uma crise ideológica na esquerda mundial. Falta-nos um projeto claro de transição do capitalismo para o socialismo. Isso tudo dificulta a construção de processos unitários e de programas de curto prazo para as forças populares, que mudem a correlação de forças. E por fim, porque o PT, sendo o maior partido de esquerda, como disse, não conseguiu levar adiante a formação política e a disputa ideológica entre seus militantes e na sociedade. Não se pode conceber que um partido que tenha 800 mil filiados, não tenha cursos de formação política, não tenha sequer um jornal nacional que oriente e debata com a militância política
    Em que medida o monólogo conservador da mídia interdita essa mudança na correlação de força

?
    Stédile– A burguesia faz sua parte para manter a hegemonia econômica, política e ideológica na sociedade. Ela não fica esperando por nós. Para isso, controla e opera três instrumentos políticos simultaneamente. Em primeiro lugar, tem o controle absoluto do poder judiciário –basta ver o comportamento do STF no processo AP 470, ou a desfaçatez de juízes que se atribuem um auxílio moradia de 4.600, reais por mês, ao mesmo tempo em que não hesitam em autorizar ações de despejo contra todas ocupações dos que lutam pelo direito à habitação . Em segundo lugar, controla o parlamento, cada vez mais refém das 117 empresas que financiam 90% das campanhas dos candidatos nesse país. Transformaram o parlamento num balcão de negócios e trincheira de ideias conversadoras para a destruição dos direitos conquistados desde 1988, na Constituinte. E por último, controla de forma absoluta os meios de comunicação de massa. A Globo é hoje o principal partido ideológico da burguesia brasileira. É ela que exerce o papel de orientador político e de formação ideológica das massas, com as ideias da burguesia. Por isso é fundamental uma reforma política ampla e profunda, que envolva não só a forma de eleger os candidatos ao governo e ao parlamento.
Mas também o papel do poder do judiciário e a democratização dos meios de comunicação. Sem isso não teremos democracia. Nem a burguesa!
    Diante da fragilidade de suas apostas eleitorais, o conservadorismo já faz baldeação para um outro comboio: a tese de que um ‘ajuste doloroso’ na economia será inevitável em 2015, ganhe que ganhar. Trata-se de uma tentativa de desossar um segundo governo Dilma por antecipação?
    

Stédile — A burguesia usará todas as armas que mencionamos para radicalizar a subordinação do Brasil à economia dos Estados Unidos, vale dizer, aos interesses dos bancos e das corporações internacionais. Querem o país como mero exportador de commodities, minerais, energéticas e agrícolas. Mas isso não gera empregos e nem desenvolve a economia. O pré-sal pode ter um papel, porém setorial. Nós, dos movimentos sociais, lutaremos para que haja mudança efetiva. Isso inclui mudar a política burra do superávit primário para pagar juros a 15 mil famílias, e redirecionar os recursos a investimentos produtivos, educação, saúde e transporte público. Precisamos de uma reforma tributária que inverta a matriz atual, que só penaliza os trabalhadores. O governo deve controlar a taxa de juros, não só a Selic, mas também as taxas impostas pelos bancos ao povo, que paga em média 48% de juros ao ano. E intervir no câmbio, para evitar que a indústria brasileira esfarele. Finalmente, é urgente revogar a lei Kandir. Essa é um absurdo.
 
Bilionárias exportações de commodities minerais, energéticas e agrícolas não pagam imposto no Brasil. Um DINHEIRO que poderia contribuir para investir em serviços públicos é legalmente sonegado à população. A Vale do Rio Doce, por exemplo, exportando bilhões e bilhões de toneladas de ferro e não paga nada de imposto. Somos o maior exportador de soja do mundo. E ninguém paga imposto! Na Argentina, os exportadores de soja pagam 40%. Como se vê, será um período de intensa disputa, em torno dos rumos da política econômica. E se a mudança frustrar o interesse dos trabalhadores, entraremos numa crise política grave.
    O que você diria à juventude que hesita em votar em Dilma pelas razões discutidas acima?
    

Stédile –A juventude tem direito a ser desconfiada e votar em quem quiser. Há motivos para não acreditar até maiores do que para acreditar. Em função da conjuntura histórica exposta aqui, vivemos um período em que a juventude esteve ausente da política, e não pôde participar de nenhuma instituição. Nem na igreja, nem nos sindicatos, nem nos partidos. E muito menos nos governos, que só chamam as lideranças na hora em que a água ferve. Então, a juventude esta desanimada com a política institucional. É saudável. Se estivessem satisfeitos já estariam velhos e conservadores. Mas ela precisa participar da política de outra forma e mais intensa. Agora mesmo no mutirão do plebiscito pela Constituinte da reforma política, a condução do processo foi basicamente da juventude. Não basta, porém. Ela precisa se vincular às organizações da classe trabalhadora, para que juntos possamos construir um programa unitário de mudanças. Protesto é só o começo. Ele não constrói a mudança. A s mudanças virão de um programa unitário, que consiga aglutinar as forças organizadas do povo, da classe trabalhadora, tendo a juventude como participantes ativos. Nas eleições acho que a juventude vai ficar entre abstenção, voto nulo, voto na Dilma e na Luciana Genro. Percebo que a juventude que votou na Marina em 2010 desencantou-se com ela.
    No documentário, ‘Em busca da terra sem veneno’, você aponta a necessidade de um aggiornamento da bandeira da reforma agrária. Que reforma agrária responde aos desafios do século XXI?
    Stédile– No século passado, a reforma agrária respondia a uma necessidade de democratizar a propriedade da terra. A luta principal, portanto, era contra o latifúndio, em geral improdutivo. De um modo geral, esse programa de reforma clássico ocorreu no âmbito de governos burgueses nacionalistas. No Brasil, nunca conseguimos fazer esse tipo de reforma agrária. O mais próximo disso ocorreu na crise de 64, com a proposta de reforma do Celso Furtado- Goulart. O MST se desenvolveu com base nesse programa, de terra para quem nela trabalha.
 
Infelizmente, ele não se realizou no Brasil. Agora, com o capitalismo financeiro e as corporações transnacionais dominando a agricultura, a disputa não é apenas por terra. A disputa é pelo modelo de produção agrícola. A disputa é pelo destino dos recursos naturais. Precisamos mudar o modelo. Em primeiro lugar, para produzir alimentos sadios a toda sociedade. Comida sem veneno. Ao mesmo tempo, adotar a matriz tecnológica da agroecologia: produzir em equilíbrio com a natureza, sem destruir a biodiversidade que altera o meio ambiente e o clima. E precisamos organizar agroindústrias na forma cooperativa, para processar esses alimentos. Por isso, agora estamos diante de um novo modelo que chamamos de reforma agrária popular.
    Essa é uma bandeira que não interessa apenas ao camponês, que antes queria apenas terra para trabalhar. Agora, as mudanças, interessam a todo povo. Interessa a quem não quer adoecer ou morrer de câncer por conta da ingestão de agrotóxico, que tem no Brasil o maior consumidor mundial. Interessa aos que sofrem na cidade, expulsos do campo; e aos que se preocupam com a desordem climática em curso, como o demonstra a falta de água em São Paulo. Esse será o futuro da agricultura, e na verdade, a única possibilidade de sobrevivermos.

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  26. Lamento que no Brasil que queremos os direitos das minorias tenha sido negligenciado, nada se fala sobre direitos reprodutivos das mulheres, racismo e lgbt’s.

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  27. Palavras Leonardo Boff 21.06.2010 “…Passei um fim de semana lendo pela enésima vez O Príncipe de Maquiavel no esforço de entender a atual política da Direção Nacional do “novo PT”, aquele que trocou o poder da vontade de transformar a realidade pela vontade de poder para compor-se com a realidade, notoriamente envenenada com o propósito de perpetuar-se no poder…

    E agora, Maquiavel ganhou a parada?

    http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=48741

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    • ESTÉTICA E TORPOR

      A chegada do PT ao Governo Federal em 2002 revelou um partido personalista,
      pragmático, populista, aparelhador e fisiológico.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Causas sociais foram esquecidas e serviram de escada para ambições pessoais.
      Militantes premiados com espaços no governo esqueceram-se de revolucioná-lo
      e cargos continuam servindo para a manutenção de currais eleitorais.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      As políticas públicas continuam sendo decididas em gabinetes e jogadas à
      população como migalhas se comparadas ao volume do orçamento nacional e aos
      financiamentos de bancos públicos para empresas escolhidas por troca
      de favores. O elitismo dos financiamentos dá centavos para pequenos
      empreendedores e bilhões para projetos escolhidos por critérios de
      conveniência política.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A ideia de participação popular nas decisões de governo foi abandonada
      e hoje é lenda urbana e rural, letra morta no repertório teórico do Partido.
      A política econômica resume-se a desonerações de automóveis, celulares,
      tablets e bugigangas que endividam a população, estimulam o consumismo
      e aumentam os índices de degradação do meio-ambiente.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      A gestão caquética da saúde beira a crueldade e a ausência de políticas
      urbanas mantém nossas cidades pocilgas sem saneamento e com um gigantesco
      déficit habitacional.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Falar da qualidade do ensino, da segurança pública e das obras de
      infra-estrutura, é repetir argumentos de ineficiência e falta de qualidade.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Juízes do Supremo Tribunal Federal continuam sendo nomeados pelo executivo,
      emendas parlamentares perpetuam-se, incentivando o clientelismo e os políticos
      carreiristas e o instituto da reeleição completa nossa arcaica cena política. E 12 ANOS SE PASSARAM…
      Em 12 anos a reforma política não aconteceu, a reforma administrativa
      não aconteceu, a reforma agrária não aconteceu, a reforma urbana não
      aconteceu, a reforma do judiciário não aconteceu, a reforma tributária
      não aconteceu e a reforma previdenciária não aconteceu.
      E 12 ANOS SE PASSARAM…
      O toma-lá-dá-cá fizeram do PT um Frankstein esquizofrênico e insaciável.
      O país está maquiado e sonolento.

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      • Vamos ajudar o Berão:
        E 12 ANOS SE PASSARAM E O SALÁRIO MÍNIMO ATINGIU A CIFRA HISTÓRICA DE 350 DÓLARES. ENQUANTO A FORÇA POLITICA HEGEMÔNICA ANTERIOR SE PROCLAMAVA REDENTORA DO BRASIL PORQUE ATINGIRA UM SALÁRIO MÍNIMO DE $100,00.
        E 12 ANOS SE PASSARAM.
        E 12 ANOS SE PASSARAM E A RETÓRICA NEO-LIBERAL E PERVERSA, CAPITANEADA PELO ARMÍNIO FRAGA PREGAVA QUE O SALÁRIO MÍNIMO DE R$720,00 ESTVA MUITO ALTO, PRA MIM OS 4% DE DIFRENÇAS DE VOTOS NO SEGUNDO TURNO QUE DEU A VITÓRIA À PRESIDENTA DILMA.
        E 12 ANOS SE PASSARAM, COM OS PATAMARES DOS ASSALARIADOS MÍNIMO, A ECONOMIA E O MERCADO INTERNO SE FORTALECERAM, BANCARAM A CRISE DE 2008, COMO NUNCA ANTES NESTE PAÍS.
        TEM MAIS UNS 500 ÍTENS – E 12 ANOS SE PASSARAM. CANTILENA SE COMBATE COM CANTILENA.
        QUER PARAR, OU VAMOS CONTINUAR BERÃO?
        FRATERNALMENTE,

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      • Fraternalmente…
        Procurei o significado de “cantilena”. Refere-se, além de “uma canção lírica” em uma de suas duas contextualizações semióticas, à “promessas repetidas e não cumpridas por políticos” em sua segunda contextualização.
        Como não pretendi ser letrista nem tão pouco proferir promessas, não compreendi sua adjetivação final ao meu texto. Talvez a forma? Mas não trato de questões formais e sim de conteúdo.
        Ironias à parte, pontuo questões, estas sim, embora deliberadas por exaustivos debates na base, que podem ter se transformado em “cantilenas” dos que criaram ou hegemonizaram o Partido.
        E o olhar não é de apenas 12 anos e sim de décadas de lutas.

        A sua abordagem…

        Não me pauto por parâmetros numéricos, muito menos baseados numa moeda calibrada pela energia, pelo suor e pelo sangue de uma MAIORIA oprimida por necessidades impostas – psíquica e corporalmente – por mercados que não consideram o indivíduo e o planeta.
        NÃO PODEMOS NOS VENDER POR 150 OU 300 MOEDAS NEM POR VALOR ALGUM!
        Esqueçamos os índices, os gráficos e a visão de rebanho!
        Partamos do início deste meu ou de qualquer outro texto, desde de que comecemos pela ética, pelo indivíduo e o coletivo.
        Escolha um item e continuemos no sentido do conserto e do concerto.
        Afinal, melhor canções do que promessas traídas.
        Fraternalmente…

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  28. Considerado amigo Berão !

    As diretrizes de teu texto é significativa e densa de compromissos com os pobres e oprimidos, com vetor na Justiça Social. Perfeito Berão. Uma pequena ressalva quanto ao fragmaento do teu texto: (……) ” Esqueçamos os índices, os gráficos e a visão de rebanho! (…).
    Apenas por questão metodológica, a Dialética nega tudo que é abstração, ela é dinâmica e atua nas realações recíprocas de parte e todo. É totalizante.

    Assim, caro Berão, não posso abstrair as diretrizes constantes de seu texto: ” Partamos do início deste meu ou de qualquer outro texto, desde de que comecemos pela ética, pelo indivíduo e o coletivo.” Apenas daqueles que comungam o mesmo sentimento de Verdade e Justiça. É QUE O CAPITAL, EM SUAS PRÁTICAS É A PERFEITA ANTÍTESE DE ÉTICA, INDIVÍDUO E COLETIVO. QUANTO À ÉTICA, É MENTIROSO, EXPLORADOR E INJUSTO. QUANTO AO INDIVÍDUO É DESUMANO, OPRESSOR E VIOLENTO. QUANTO AO REBANHO NADA QUE NÃO PASSE DE UMA MASSA A SER IMPINGIDA DE CONSUMOS INÉPTOS E ENGANOSOS VISANDO À LUCRATIVIDADE DE ESCALA. Então, a ética, o indíduo e o coletivo de que lado ? Há duas éticas, a do capitalismo e a do anticapitalismo, ou a do lado que luta contra as contradições capitalistas ( Para não virmos com o pacote pronto do pré-discurso do Socialismo ou do Comunismo.)
    Estou convencido que o combate às contradições de um Modo de Produção – Capitalista – é a forma e o conteudo de luta que transforma o Modo de Produção em outr. Ou em outras palavras: A concepção de revolução em Marx se dá pelo engendramento de novas relações sociais de produção que ao longo do tempo desfigura o Modo de Produção vigente em um novo Modo de Produção. Assim, quando Marx revela a Revolução Capiltaista Mercantil engendrada dentro do Modo de Produção Feudal, afinal substituindo-o.
    Fraternalmente,
    M.M.

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