Por que os patrões querem o golpe?

Juarez Guimarães é um conhecido cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem analisado criticamente mas sempre salvaguardando os dados positivos, o PT. No emaranhado das discussões atuais é bom ouvir uma voz inteligente de alguém que sempre acompanha com finas análises  a cena política brasileira. Talvez  seu livro mais elucidador seja “Esperança equilibrista: o governo Lula em tempos de transição“(Ed.Perseu Abramo 2004). Aconselhamos vivamente a leitura do livro e especialmente deste artigo que aqui publicamos escrito no dia 23/03/2016 :Lboff

O golpe na democracia brasileira viria para quebrar de vez este movimento de crescimento de lutas classistas e de conquistas de direitos.
Juarez Guimarães
Lula Marques
Como num cassino macabro, os grandes grupos financeiros estão especulando e apostando abertamente no fim da democracia brasileira. Como se noticiou no UOL, no jargão do mercado, a partir das manifestações pró-impeachment do dia 13 de março e da avaliação de um iminente desmoronamento da coalizão governista no Congresso Nacional, o “cenário-base” que prevê a derrubada do governo Dilma estaria na ordem de possibilidade de 65 % a 75 % entre os analistas de grandes instituições de consultoria financeira. O dólar flutua para baixo e as bolsas para cima, ao sabor das especulações.

Provavelmente, os analistas internacionais e nacionais de mercado diminuíram estes percentuais nos últimos dias diante da escala grandiosa das manifestações do dia 18 de março em favor da legalidade democrática, das turbulências e ilegalidades flagrantes que ameaçam a legitimidade da Operação Lava-Jato e de uma renovada iniciativa do governo Dilma na organização da resistência parlamentar (ver posições críticas ao golpe do presidente do Senado, o racha iminente do PMDB, a disputa voto a voto na comissão parlamentar que fará a primeira votação sobre a aceitação ou não do pedido de impeachment).

O fato é que, após o editorial do New York Times do dia 18 de abril, o
The Economistdá uma capa em favor do afastamento da presidente eleita do Brasil. Não há mais dúvida que o capital financeiro internacional, com sua força geo-política, está apoiando e organizando o golpe na democracia brasileira.
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Não é preciso se valer aí de nenhuma hipótese especulativa de conspiração. Nestes tempos de espetacularização da política, os golpistas não apenas deixam pistas, mas produzem símbolos midiáticos em série. Armínio Fraga – o ex-ministro da Fazenda de Aécio Neves – apareceu em Brasília como o terceiro personagem de um almoço que reunia Serra e Gilmar Mendes.

Em um artigo publicado nesta mesma Agência Carta Maior, em dezembro de 2014, “Um escândalo chamado Armínio Fraga”, documentávamos a presença deste homem de Wall Street e do grande banco norte-americano JP Morgan como orgânico a toda estratégia do PSDB nas eleições.

O PSDB havia migrado definitivamente da condição de um partido da Avenida Paulista para Wall Street, organizando um novo programa radical neoliberal de guerra aos direitos sociais e de privatização do setor público brasileiro.
Em março de 2014, Emy Shayo, analista do JP Morgan, havia coordenado uma mesa entre publicitários conservadores brasileiros com o tema “Como desestabilizar o governo Dilma?”. No momento decisivo do final do primeiro turno das eleições de 2014, foi novamente o JP Morgan quem organizou um seminário de grandes banqueiros de Wall Street para ouvir Fernando Henrique Cardoso e sua diretiva de apostar as fichas em Aécio Neves e não em Marina Silva para a disputa do segundo turno.

Foi apenas em 1981, dezessete anos após o golpe militar, com o trabalho de René Armand Dreifuss, no livro “1964: A conquista do Estado ( Ação política, poder e golpe de classe)”, apoiado em ampla documentação resultante de pesquisa em arquivos norte-americanos, que o caráter classista do golpe de 1964 foi ao centro das análise. Ele documentou as relações entre o IPES/IBAD e os lobbies de financiamento americano para a eleição de deputados golpistas desde 1962 até a campanha de desestabilização final do presidente Jango Goulart. Certamente, as ilusões pecebistas sobre a existência de uma burguesia nacional progressista dificultaram e retardaram este entendimento.

Hoje, para derrotar o golpe é preciso denunciar centralmente o seu caráter patronal. A Fiesp, a Firjan, as Federações do Comércio de São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria Eletrônica e Eletrodomésticos ( Abinee), entidades empresariais do Paraná, Espírito Santo, Pará e muitas redes empresariais estão já em campanha aberta pelo fim da democracia no Brasil.

Por que o capital financeiro e, cada vez mais, os grandes empresários brasileiros estão movendo e se movendo em direção ao golpe?

Três razões

A primeira razão está bem enunciada no documento do Dieese sobre o balanço das greves em 2013, uma dinâmica que prosseguiu em grandes linhas até o final de 2014. Enquanto todos os olhos estavam voltados para as espetaculares manifestações de ruas de junho de 2013, estava se registrando o maior ciclo grevista de luta dos trabalhadores por seus direitos desde que a série histórica se iniciou em 1978. Se em 2012 havia ocorrido em todo o país 877 greves, em 2013 esta dinâmica saltou para 2050 greves!. O número de horas paradas que havia sido de 86.921 em 2012, saltou para 11.342 horas paradas em 2013, envolvendo dois milhões de grevistas.
Pelo acompanhamento do Dieese, 80 % dos movimentos grevistas obtiveram êxito!
A forte ampliação do número de grevistas, de greves e horas paradas, na avaliação do documento do Dieese, correspondia a um desbordamento do centro para a periferia, das categorias tradicionalmente mais organizadas para aquelas com menor tradição grevista, em um quadro de menor desemprego e maior formalização do mercado de trabalho.

O golpe na democracia brasileira, viria, então, quebrar de vez este movimento ascensional de lutas classistas e de conquistas de direitos. A “eleição” de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, sob pressão do mercado financeiro, revelou-se um instrumento instável, insuficiente e inseguro. Seria preciso, por o governo do Brasil, com sua força, seu poder repressivo e seu poder de agenda em choque frontal com o movimento classista democrático dos trabalhadores.

A segunda razão está didaticamente exposta em um documento do Diap, assinado por Antônio Carlos Queiroz.
Ele elencou cinqüenta projetos de lei anti-trabalhadores e anti-populares, racistas e machistas, em andamento no Congresso Nacional que, em seu conjunto, desorganizam todo o sistema de direitos democráticos previstos na Constituição de 1988 e acumulados pelas lutas dos movimentos sociais desde então.

Entre eles, na Câmara Federal, a terceirização total das relações de trabalho, a prevalência do negociado sobre o legislado e o impedimento do empregado demitido reclamar na Justiça do Trabalho seus direitos. Até a legislação que coíbe o trabalho escravo seria adulterada!

No Senado, a regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores públicos, a privatização das empresas públicas, a independência do Banco Central.

Estão previstas, a desvinculação dos recursos orçamentários de porcentuais obrigatórios para a saúde e a educação pública, a desindexação do reajuste anual do salário-mínimo em relação à inflação e ao crescimento do PIB, a desindexação do piso dos benefícios previstos previdenciários e assistenciais do valor do salário-mínimo. Seria iniciado, então, um novo ciclo de arrocho salarial e de destruição das políticas públicas no Brasil.

A terceira razão é de ordem geo-política e econômica e diz respeito à política externa soberana do Brasil, à política para os Brics, à posição da Petrobrás no mercado mundial de petróleo, ao peso do Brasil no recente ciclo progressista e distributivo das democracias na América Latina.

O golpe viria criar uma nova época de domínio norte-americano na América Latina, impondo um novo cerco à revolução cubana em crise. Ao mesmo tempo, trilhões de dólares do patrimônio do Estado brasileiro seriam colocados à disposição da rapina do capital financeiro internacional.

Como alerta Antônio Carlos Queiroz, seria necessário após o golpe criminalizar o movimento sindical brasileiro em larga escala, mais além dos movimentos sociais. Não se aplica um programa tão radicalmente anti-popular sem doses maciças de violência.

A assembléia dos quatro mil operários da Ford contra o golpe , em São Bernardo do Campo , e a bela e decisiva reunião de Lula com lideranças sindicais, de todo o país, de sete centrais brasileiras, neste dia 23 de março vem estabelecer um novo marco na luta classista democrática contra o golpe dos patrões.

De: Elam Daniel <elamdaniel@gmail.com>

29 comentários sobre “Por que os patrões querem o golpe?

  1. Infelizmente são poucas as pessoas que tem a oportunidade de obter informações relevantes e privilegiadas sob o olhar da Divina MAAT. A verdade precisa chegar a mais pessoas neste tempo de turbulência,para que não possam se deixar influenciar pela podrida e desvirtuada informação golpista.

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    • Pois é: mas quando alguém procura fazer chegar através de sua cristalina fala a verdade as pessoas, como o fez o bispo, foi agredido e humilhado dentro da igreja. Portanto, a verdade não é aceita. A verdade incomoda.

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  2. Perguntas acerca de duas afirmações do texto:

    “O fato é que, após o editorial do New York Times do dia 18 de abril” – foi em 18 de abril de 2014?

    “O número de horas paradas que havia sido de 86.921 em 2012, saltou para 11.342 horas paradas em 2013” – os números aqui estariam invertidos?

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  3. “….salta de 86921 em 2012 para 11342 em 2013”. Entendi mal ou ha mesmo uma inversão no numeros de horas não trabalhadas nos anos de 2012 e 2013?

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  4. LBOFF, obrigado por seu posicionamento seguro e por compartilhar seus raciocínios lúcidos e claros. Apesar de não concordar com algumas bases argumentativas que utiliza, por falta de informação confiável (pois que todas as fontes que você utiliza e afirma serem seguras, quem argumenta contra seus argumentos também afirma o mesmo de suas próprias fontes) persigo opiniões divergentes no afã de talhar a minha própria. E a sua opinião tem muito valor pra mim.

    Que Jesus o abençoe, André Luiz

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  5. Caríssimo Frei Leonardo, concordo com cada uma das explicações do artigo. Com o artigo, ficou bem claro o golpe se articula em torno do impeachment da presidente Dilma. Apenas não entendo como o PT, o Lula e todos esses que tanto lutaram contra a ditadura e a favor da classe trabalhadora, dos oprimidos, se deixaram seduzir pela corrupção. O senhor, Frei, com mais esclarecimentos que eu, poderia me explicar por que houve esse envolvimento dos principais líderes de esquerda na repartição de propinas, lavagem e distribuição do dinheiro para tantos fins, inclusive o financiamento de campanhas políticas?
    Sei que todos os políticos estão envolvidos na lava-jato, e de todos os partidos, sem exceção, mas não aceito que aqueles em quem tanto confiei também tenham se imiscuído e deixado seduzir pela força da propina
    Fico indignado com isso. Por favor, Frei, me dê o seu ponto de vista sobre esse grande problema de todos os políticos brasileiros, ou seja, o de querer ganhar cada vez mais às custas de nossos impostos. Abraço daquele que te admira muito!

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  6. Um prof. da UCP ,comentou há anos:”O povo da África não tem jeito, tem de ser largado p’ra lá!” O Fr.Ângelo José Luiz, viveu 10 anos na África, retornou,foi 6 anos Pároco no Sagrado C. de Jesus se doando àqueles nossos Irmãos necessitados. Glória a Deus!

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      • No começo do “oba-oba” da imprensa e dos políticos no Congresso quase achei que tinham razão, que era preciso um impeachment, mas, depois de avaliar bem a situação, vi que tudo não passa de um golpe civil do mais baixo tipo. Uma afronta à democracia. Um meio de chegar à presidência sem passar pela escolha nas urnas. Enfim, somos obrigados a assistir de camarote, sentados em nossas poltronas e sofás, à mais essa farsa que se desenrola e sem que possamos tomar alguma atitude. Sinto-me um palhaço dentro de um picadeiro. Como eu gostaria de me mudar desse país, já que não podemos mudá-lo… pobre povo brasileiro, que nem mais a seleção brasileira tem para se sentir importante e reconfortado.

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  7. No que o fim da democracia vai ajudar os caras? Pelo menos pelo que acompanho, a democracia não está em jogo, protegida pelas instituições, principalmente o Judiciário, que quase foi todo aparelhado, mas sobrou alguns focos de independência, que não foram contaminados pelo poder dominante. O que se quer o fim da gestão do PT, que se mostrou mais corrupta do que tudo o que sempre criticou. A troca do governo não significa, exatamente, o fim da democracia…

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  8. Fantástica análise, muitas informações.A Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, deu recentemente uma esclarecedora entrevista ao jornalista Roberto d’Avila demostrando-se sensibilizada com a questão da liberdade de expressão , entre outras, de nossa Constituição.Precisamos conhecer os fatos para, então, posicionarmos-nos sobre eles. Um abraço, Isabel

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  9. Caríssimo Frei Leonardo e demais amigos vigilantes de nossa democracia,
    Já há muito tempo venho denuncando em meus comentários, não só neste blog mas em vários outros, a participação direta das forças internacionais lideradas pelo sionismo anglo-americano, cujos representantes visíveis são a grande mídia – aqui representada pelas nossas redes de TV e jornalões – os grandes grupos financeiros liderados por Wall Street e aqui representados pelos bancos privados, maçonaria e demais entidades infiltradas, tais como clubes de serviço, ONGs, etc, a serviço da desestabilização social, econômica e política do Brasil e de toda América Latina. Não somos nem nunca seremos reconhecidos como povos autônomos por estes grupos. Seremos sempre uma fonte natural e quase inesgotável de riquezas naturais e mão-de-obra barata, quiçá análoga à mão-de-ibra escrava disponível para seus projetos de um capitalismo predatório e completamente descomprometido de toda e qualquer humanidade e razoabilidade política. Quisera estar errado mas os fatos falam por si e agora, diante da cientificidade da análise de Juarez Guimarães, constato, infelizmente, que toda minha pesquisa neste sentido estava correta.
    Ontem, ao ler um artigo no blog do Miro, encontrei um link do Wikileaks onde pode-se ler um email da diplomacia norte-americana sobre uma reunião de técnicos daquele país, especialistas em guerra contra o terrorismo, com autoridades Brasileiras e de outros países latino-americanos do poder Judiciário, Polícia Federal e Ministério Público, seletamente escolhidas dentre as mais “confiáveis” para dar início ao que chamam de tratativas de implementação de técnicas de guerra contra o terror sob a alegação de que tanto nosso ministro da justiça quanto a chancelaria Brasileira se recusam a utilizar o termo terrorismo e ignoram o “perigo” real que corremos de sermos vítimas do terrorismo internacional. Abaixo segue o link para que possam acessá-lo e tirar suas próprias conclusões:
    https://wikileaks.org/plusd/cables/09BRASILIA1282_a.html
    Eu li todo o arquivo e as respostas, a meu ver, estão ali, bem claras sob os nossos olhos. Falam que os Brasileiros são quase ingênuos não querendo tratar de determinados assuntos com o termo terrorismo (essa é a palavra-chave dos yankees para justificar invasões e guerras pelo mundo afora depois do 11/11/2001) preferindo outros termos mais suaves. Criticam, inclusive, o ministro da justiça e o ministro das relações exteriores do Brasil por não se posicionarem abertamente a favor da política anti-terrorismo internacional como os gringos queriam. Daí vem a palestra de Sergio Moro, altamente elogiado no texto, com sua expertise sobre lavagem de dinheiro, e que, segundo o relatório, deu uma “aula” sobre o assunto distribuído em 15 tópicos. Ora, isto só quer dizer que o tal juiz já teve treinamento anterior e só estava servindo de porta-voz para os demais latino-americanos da doutrina policialesca que vem do hemisfério norte. E não é à toa que, de um simples juiz de primeira instância numa capital de menos relevância no cenário nacional, desconhecido e ignorado do grande público, passe à condição de celebridade bajulada e premiada pela grande mídia como já tinha acontecido a Joaquim Barbosa, ator fundamental na condução política do Mensalão, este, sim, mais conhecido por ser juiz do STF e pelos seus arroubos e destemperos para com os seus colegas de tribunal. E, no fim, muito subrepticiamente, vem o objetivo final: “prender e manter presos suspeitos de crimes de lavagem de dinheiro e desvios até que se estabeleça a sua conexão com o terrorismo internacional”.
    Senhores, acordem: todo esse circo jurídico-midiático já foi muito bem ensaiado pelos “paladinos” de Curitiba, participantes deste encontro que teve lugar no Rio em 2009, e o gran finale será decretar que Lula, Dilma, o PT e toda a esquerda são um braço do terrorismo internacional o que forçaria o país a tomar medidas drásticas, sabe-se lá quais, para acabar com os terroristas (petistas), claro, não sem antes provocar alguma tragédia que endosse a patifaria do roteiro sionista anglo-americano tal como um atentado em plenas Olimpíadas. Basta criar o factóide certo na hora certa para que se crie a ligação espúria entre a esquerda democrática nacionalista e o “terrorismo” internacional. Que comoção seria maior do que um atentado que macula a maior festa do esporte? Isto, simplesmente, acabaria com o brilho da festa e com a imagem do Brasil perante a comunidade internacional. A fraude midiática da Veja desta semana chega às raias de criar uma fuga imaginária de Lula com sua família para a Itália para não serem presos, o que reforça a tese de que querem criar a qualquer custo uma ligação entre o ex presidente e alguma ilicitude gravíssima que será transformada, à base de ardis, em terrorismo. A draconiana lei anti-terrorismo aprovada no Congresso e que foi sancionada por Dilma, contabilizando mais um na sua já tão grande lista de erros, criminaliza até reuniões de sindicatos e organizações estudantis. É uma verdadeira lei da mordaça! O caminho para a repressão institucionaliada foi aberto e será utlizado sem rodeios na tentativa golpista. E a razão disto está no nosso passado diplomático recente: Lula e a diplomacia Brasileira, na época de seus dois mandatos, praticaram o pecado mortal e imperdoável de apoiar os Palestinos e abrir o caminho para aquilo que depois se transformou no Tratado de Paz entre Irã e EUA, sob pragas e ameaças de israel que chegou ao cúmulo do cinismo de querer impor unilateralmente um embaixador ligado à ocupação ilegal da Cisjordânia ao Brasil. O nome do embaixador foi rechaçado pela nossa Chancelaria por suas posturas neofascistas e apoiado pelos fascistas nacionais a começar por Bolsonaro, Malafaia, Caiado e demais capachos do sionismo internacional. Os da estrelinha de 6 pontas não perdoam. E só pra constar: Curitiba é o ninho-mor deles aqui no Brasil. Não é à toa que toda esta tragédia esteja sendo encenada lá.

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  10. Republicou isso em Paulosisinno's Bloge comentado:
    Por que os patrões querem o golpe?
    25/03/2016
    Juarez Guimarães é um conhecido cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem analisado criticamente mas sempre salvaguardando os dados positivos, o PT. No emaranhado das discussões atuais é bom ouvir uma voz inteligente de alguém que sempre acompanha com finas análises a cena política brasileira.

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  11. Caro Leonardo Boff,
    Se olharmos para os dois grupos que se enfrentam com violência crescente nas ruas e nas redes sociais (vermelho de um lado e verde e amarelo do outro), podemos constatar que ali – todos – são mais vítimas e menos protagonistas das injustiças sociais que o artigo recomendado denuncia.

    Preciso confessar (com a devida vênia!) que não encontro a “fina análise” que você identifica no artigo apresentado e reproduzido na sua postagem acima. O próprio título da postagem generaliza uma acusação contra todos os patrões indistintamente. Na sequência, no entanto, o artigo acusa basicamente o capital financeiro e as grandes corporações. Não sei quantos milhões de patrões temos no Brasil, mas jogá-los todos no mesmo saco me parece uma conclusão deveras grosseira e nada refinada, por mais que os dados mencionados tenham fontes fidedignas. Esses dados simplesmente não incluem informações sobre todos os patões. Já temos tantos exemplos que ns permitem conhecer as consequências que resultam da divulgação de meias verdades. A outra metade se vinga!

    Sendo assim o que me falta, caro Leonardo Boff, é um debate amplo, sério que respeite as diferenças – sem frases de efeito, populismos e ilusões de curto prazo – para que possamos identificar melhor onde está o verdadeiro inimigo. As experiências históricas já deveriam ser suficientes para desistirmos a tempo (ainda podemos evitarmos o pior!) das empreitadas míopes que provocam o contrário do que almejamos. Veja, por exemplo, o que está acontecendo agora com aquela “meia Argentina” que, em suas próprias palavras em postagem anterior, Lula retirou da miséria. Ao final desse processo de redistribuição de renda – que não deixa der ter a sua validade – estamos devolvendo a passos largos boa parte dessa meia Argentina à pobreza. Mas o pior é que estamos nos acusando mais, digladiando mais e desmantelando as importantes conquistas democráticas e republicanas por meio da corrupção sem precedentes e da exacerbação do populismo de direita E de esquerda que invariavelmente culmina em perdas coletivas, dívidas sociais impagáveis e ameaças autoritárias que sufocam a todos por décadas perdidas.

    O inimigo obviamente não está apenas nas Corporações e nos Estados, ambos recheados de urubus assentados no capital indomado e na burrocracia da conveniência de interesses escusos. É fundamental reconhecermos coletivamente que o inimigo está também em cada um de nós mesmos quando alimentamos ilusões, conflitos e autoritarismos a patir de avaliações superficiais e julgamentos acusatórios fáceis, tanto à esquerda quanto à direita.

    A nossa tarefa na atual crise é, portanto, enorme. Se quisermos encará-la teremos que respirar fundo e enfrentar a verdade sem iludir-nos de que uma mentirinha aqui e outra meia verdade ali acabarão abrindo caminho para a solução que desejamos. Essas mentirinhas somam-se invariavelmente na guerra contra a outra metade que advoga meias verdades opostas.

    O que a história nos mostra é que a cada decepção coletiva nos situamos mais próximos do caos e do correspondente autoritarismo que a cada passo torna-se mais inevitável. Ou seja, precisamos mudar nossas estratégias!

    Obrigado pela oportunidade de refletir contigo – caro Leonardo Boff – sobre o caminho que poderemos trilhar se o nosso coração for sincero e a nossa mene suficientemente livre de qualquer ideologia. Livre sim, pois todas, por definição, são descoladas da realidade mutante. A perspectiva que temos é a de manter-nos permanentemente abertos para metas que se tornam praticáveis quando decidimos alcançá-las coletivamente.
    Marco Bertalot-Bay, economista

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  12. O artigo é realista e toca nos pontos centrais, uma maior liberdade e conquista de direitos implica na repartição e fica evidente que esse não é o objetivo. Existem diferenças centrais entre governos de esquerda e neoliberais. Um busca a visão mais social, ou outro se limita a visão puramente de mercado e obedecendo os seus dogmas. O golpe iminente é contra uma força que quando descoberta não pode ser mais controlada e contra isso é que lutam esses agentes e não a favor de qualquer outra forma, que não seja aglutinar em becos os que nunca deveriam ter vozes ou ser prioridades nas agendas políticas, os pobres e miseráveis.

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  13. Gostaria de sugerir uma correção no primeiro paragrafo do item “três razões” na penúltima linha com relação às horas paradas devido as greves. Creio que esteja invertido os valores.
    Deixo meu agradecimento pelas informações aqui colocadas com distinta clareza e veracidade.

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  14. Forças muito além da compreensão das pessoas estão agindo desde sempre. O dinheiro manda. E o governo Lula sempre foi voltado para os pobres.
    Infelizmente uma parte da sociedade não quer que as classes menos abastadas cresçam. Não querem que os pobres andem de avião. Querem a anarquia e acabar com a democracia. O primeiro passo é derrubar um governo legitimamente eleito.

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  15. OS PATRÕES QUEREM GOLPE, PORQUE NÃO SUPORTAM VER A MASSA EMPOBRECIDA DESTE PAÍS TER ACESSO ÀS UNIVERSIDADES, AO CONHECIMENTO E A IGUALDADE, PELO MENOS INTELECTUAL…JÁ FUI CORTADOR DE CANA, HOJE SOU PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, SEI O QUE É ISSO…A

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  16. Faltou fazer uma análise sobre os roubos na Petrobrás. Eu não entendo como isso não é enxergado por aqueles que só tem olhos para o que o PT fez de bom para o país. Quem roubou, quem corrompeu e foi corrompido, que fez caixa 2 para irrigar as ilegamente as campanhas eleitorais do PT? Quem enriqueceu ilicitamente com as propinas da Petrobrás, Eletrobrás, BNDES e cm a má administração dos fundos de pensão? Quer era o presidente do Brasil uqe é o responsável maior para fiscalizar os maus feitos da administração pública nestes anos de PT? Sou a favor dos pobres, da justiça social, da democracia mas não compreendo essa “defesa” da corrupção feita por intelectuais e religiosos. O que é bom deve ser presrrvado, o que é ruim para o povo deve ser combatido. Possivelmente este meu post não será publicado.

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  17. Muito bom o texto, mas queria ressaltar aqui a manipulação da mídia, pois sem ela não haveria golpe e o fato é que desde 2013 a mídia, principalmente a nacional, descumpre descaradamente seu papel de informar as pessoas e de ser isenta.
    Desde de 2013 a mídia nacional e descaradamente a Rede Globo de Televisão tomou o lado dos corruptos, muitas vezes até atribuindo ao PT falcatruas cometidas pelos seus partidos protegidos (PSDB,DEM,PMDB e toda a corja corrupta que sempre existiu no Congresso)
    O processo do golpe se inicia com o tal “mensalão” com ampla divulgação da imprensa nacional, chamada até por Paulo Henrique Amorim de PIG (Partido da Imprensa Golpista), o mesmo não acontece seus protegidos e o processo sobre o “trensalão”(Corrupção no Metrô de SP) acaba prescrevendo, porque envolve exatamente o PSDB.
    E isso contaminou a opinião pública, E está amplamente identificado em alguns comentários feitos aqui mesmo.
    Nas manifestações que alguém disse estava dividida entre vermelhos e verde-amarelos foi clara um divisão muito disforme onde os chamados “vermelhos lá estavam pois tinham conhecimento da situação e sabiam das terríveis consequências do golpe sendo em muito maior número foi noticiado ao contrário pelo PIG e os verde-amarelos muitas vezes pegos em seu passeio dominical pela Paulista, outros chamados insistentemente pela Rede Globo que manipulou constantemente notícias, inventou uma crise econômica nacional que era na verdade mundial e tinha começado em 2008 e devidamente contornada pelo Governo Lula, mas as manifestações contra Dilma criaram também uma crise política e esta alimentou a crise econômica, pois neste momento o Congresso corrupto eleito em 2014 barra todas as medidas do governo Dilma em conter a crise ecônomica!

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