Resposta à Marta Suplicy ao artigo “Pelo Brasil”

O Pe. José Oscar Beozzo é um dos intelectuais da Igreja mais bem preparado que conheço, pois é teólogo, sociólogo, historiador, biblista e pároco na periferia em Lins-SP. Dirige em São Paulo um Centro de preparação e atualização de agentes de pastoral para o Brasil e para a América Latina (CESEP). Aí falam nossas melhores cabeças nas várias áreas do conhecimento. É conhecido por sua serenidade e calma. Mas aqui, por amor à justiça e à causa dos pequenos que apenas buscam o básico para suas vidas humilhadas, usa da ironia para refutar os argumentos daquela que foi um dia prefeita de São Paulo, hoje senadora e que se distanciou amargurada do PT ingressando no PMDB. Votou pelo impedimento da Presidenta Dilma da qual foi ministra da Cultura. Nesse momento em que o jogo deve ser  limpo e direto é bom ouvir palavras ousadas e verdadeiras que precisávamos ouvir. Lboff

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ARTIGO MARTA SUPLICY: PELO BRASIL

Parabéns, senadora Marta Suplicy, pelo seu artigo na Folha de São Paulo, com seu apelo “Pelo Brasil” e pela união em torno ao governo interino de Michel Temer e ao seu programa de ordem e progresso.

A guerra sem tréguas movida ao governo da presidenta Dilma acabou.
Instauremos a ordem e a paz dos cemitérios.

Para salvaguardá-las, que as mulheres banidas do ministério formado só por homens, não protestem mais: abandonem a cena pública, voltem aos seus afazeres domésticos e calem a boca; que os negros e negras, maioria da sociedade brasileira deixem as ruas e praças e retornem, nesse 13 de maio, à invisibilidade das senzalas; que os sem terra se conformem com a dilatação e dominação do latifúndio e parem de lutar por reforma agrária e por terra para quem trabalha; que os sem teto, se acomodem debaixo das pontes e viadutos, até que a policia os enxote; que estudantes não ocupem mais as escolas por educação de qualidade e pela merenda roubada.

Que a luta contra as desigualdades de gênero, raça, cor e classes sociais cesse por completo, pois o governo da Casa Grande decretou que a Ordem é sua prioridade e que a luta por igualdade de direitos e oportunidades desapareceu de sua agenda e do programa da senadora por São Paulo e candidata à Prefeitura da cidade, Marta Suplicy.

Pe. José Oscar Beozzo
Seminário João XXIII – fundos
Rua Mario Vicente, 1108
Vila Dom Pedro I
SÃO PAULO SP
04270-001

Fone/Fax: 55 (0) 11 – 2215 3491
E-mail: <jbeozzo@terra.com.br>
Sítio do CESEP: http://www.ceseep.org.br
<http://www.ceseep.org.br/&gt;

47 comentários sobre “Resposta à Marta Suplicy ao artigo “Pelo Brasil”

  1. ALI 2KH E AS 30 MOEDAS DE PRATA

    Essa eh uma nova versão do conto “ALI BABA E OS 40 LADROES”

    Dizem que em um reino muito distante havia uma riqueza imensa. Mas ele era dominado por uma empresa chamada ALI 2KH. Essa empresa era uma ramificação de uma multinacional cujo fundador era o ALI.

    A representação naquele reino era feita por 30 CEOs que agiam como manda o figurino, ou seja, transferindo dinheiro impropriamente da população para os mais ricos e estes para a metrópole.

    Certo dia policiais honestos resolveram que a melhor forma de desbaratar a quadrilha era infiltrar alguns agentes nela. Assim fizeram 10 detetives.

    Para a surpresa de todos, os 30 primeiros não apenas receberam os novos agentes como logo os aceitaram como cabeças da quadrilha. Foi assim que ela ficou conhecida como ALI 2KH E OS 40 LADROES.

    Mas para estudar melhor como as coisas se passavam os infiltrados tiveram que trabalhar muito pois os 30 mais antigos passaram a exigir retribuições cada vez mais avultadas. Mesmo eles aproveitando para distribuir parte do butim com o povo, este ficou incomodado.

    Foi então que se deu o golpe. Sem entender completamente o que se passava, os policiais foram denunciados como corruptos. Ai descobriram que o velho chefe da policia estava no caderninho da empresa, membros do judiciário não somente faziam parte como esquentaram as provas contra os 10 envolvidos.

    No fim de tudo, os 10 foram sacrificados para o bem da quadrilha que alem de permanecer não deixaria de continuar recebendo os seus 30 dinheiro de prata.

    E ALI KH, os 30 ladroes e o povo inocente viveram felizes para sempre!

    C’est fini.

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  2. Repassando:

    O GOLPE E A DOUTRINA DO CHOQUE

    Amigas, amigos,

    É importante entender o que está acontecendo. Tem muita gente perplexa com o número de medidas absurdas tomadas de imediato pelo governo golpista. Ministros corruptos, o fim do ministério da cultura, da representação de mulheres, da população negra etc etc. Dá até a impressão de que os golpistas estariam cometendo algum erro, exagerando, pois pareceria óbvio que isso gerará muita insatisfação e revolta, que é escancarado demais. Mas não é assim que funciona. O golpe está utilizando uma doutrina de guerra conhecida, a doutrina do “shock and awe” (choque e pavor), muito explicitada e comentada na época da invasão americana do Iraque de 2003. Quem não conhece procure no Wikipedia. A doutrina do choque é baseada na idéia de executar uma série de ações rápidas, no uso avassalador da força no começo da batalha, para “paralisar a compressão do adversário e destruir sua vontade de lutar”. É assim que se tomam medidas aparentemente desproporcionais. O resultado é deixar o inimigo (no caso, nós) paralisado, atônito, ou em pânico. Isto é um gesto deliberado, calculado, estudado. E funciona. Olhe ao seu redor. O que mais se escuta é “é absurdo demais o que está acontecendo”, “meu deus eu não consigo nem mexer direito, é tanta destruição”, “como podem tão rápido terem feito tantos absurdos?”, e gente perguntando quando é a próxima manifestação sem obter resposta. Pois eles sabem exatamente o que estão fazendo. Estão em guerra contra uma boa parte da população. A resposta adequada é não se surpreender (já escrevi sobre iso antes aqui, a importância de não se surpreender), manter o foco, não desesperar. O objetivo do golpe agora é deixar as pessoas paralizadas durante este período de impeachment para justamente evitar o máximo as manifestações. Os golpistas planejaram isso por meses, se não anos, por isso o ar de confiança que sempre exibiram. Colocaram todas as peças no tabuleiro: chocar a população mais à esquerda com uma verdadeira hecatombe institucional, blindar os resultados desastrosos do processo com uma mídia completamente e explicitamente investida no golpe (a Globo principalmente), e abertamente posicionar os mecanismos de repressão mais eficazes e truculentos para conter qualquer resposta organizada. O ministério da Justiça fundido com o de Direitos Humanos é que nem uma placa “cuidado cão-guarda”, não é por princípio que colocaram o advogado de facção criminosa, é por cálculo. Do ponto de vista deles, não há outra opção, é isso. É guerra. Se fizessem menos do que isso, numa tentativa de conciliar, a nossa resposta seria muito maior, porque não estaríamos atônitas e atônitos. A guerra tem as suas técnicas seculares. Essa é uma delas.

    É preciso acordar, deixar o choque passar e ir à luta sem medo. LUTA.

    —> Não asfixie o seu espaço de representação do que está acontecendo, tornando-o apenas um espaço de estarrecimento parente o absurdo. Não fique sozinha. Não lamente, lute. Simplesmente manter-se informada do absurdo mais recente do que está acontecendo é a pior coisa que vc pode fazer.

    —> Converse com as pessoas, mas não no sentido de apontar “o absurdo”, mas sim no sentido de ações concretas. No meu caso, eu perdi a vergonha, em qualquer lugar falo para as pessoas do que está acontecendo, aponto a culpa que Globo tem na história, falo da necessidade de parar de assisti-la. Nunca abro o registro da resignação. É pequeno, é simbólico, mas é um gesto. Perturba a narrativa.

    —> Tenha uma agenda clara das manifestações e reuniões às quais você vai comparecer. E saiba quais são as suas principais redes de mobilização.

    INSTALE O TELEGRAM, E USE EMAIL ENCRIPTADO.

    As bombas caem por todos os lados, mas você tem que focar em uma de cada vez, sem perder o fôlego.

    Uma dessas bombas, por exemplo, é o fim do ministério da cultura. É preciso mobilizar-se em torno a isso. Não falta gente revoltada. Essas pessoas só precisam de um lugar e uma hora onde protestar. Sem medo.

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    • Vera, considero sensatas as suas reflexões e penso da mesma forma. Creio que está em curso algo ainda mais grave, de um golpe parlamentar se passar como está ocorrendo em quase toda as cidades a um golpe policial. Isso pode abrir a um golpe militar, por algum tempo, na tentativa de equilibrar as forças em disputa…Oxalá os militares não acabem gostando do poder. E há um ponto que assinalei aqui no blog a presença de agentes da inteligencia norte-americana para enfrentar, no quadro da nova guerra fria com a China que esta penetrando na A. Latina e no Brasil, para impedir um projeto autônomo da setima economia do mundo, o Brasil. A situação é complexa e precisamos estar atentos. Ficar calmos mas denunciar as estratégias longamente pensadas de chegar ao poder como forma de garantir e sedimentar os privilégios de classe dominante, a velha Casa Grande. Que tenhamos luz no meio da crise. Abraço lboff

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    • Não desejo me intrometer na questão do Ministério do Temer porque realmente abriga gente bastante medíocre mas, como fez o Lula, tem-se que formar a famosa base parlamentar vendendo a alma ao Capeta – do contrário não se governa.
      Mas, como funcionário do Ministério da Cultura, posso falar com conhecimento de causa: o MinC nunca teve orçamento compatível, pouco fez de objetivo, desde que foi criado no Governo de José Sarney. Um dosministros foi o Aloísio Pimenta, que morreu na semana passada. Ótimo sujeito, quis implantar a cultura “broa de milho”, foi ridicularizado.
      Por incrível que pareça, a Cultura só teve uma ação mais efetiva, desde a redemocratização, quando virou uma Secretaria ligada à Presidência da República, no governo de Fernando Collor. O secretário, com status de ministro, era Sérgio Paulo Rouanet, intelectual respeitabilíssimo, que criou a chamada Lei Rouanet, de incentivo à Cultura.
      Em suma, não é preciso ter ministro, é preciso ter competência e… recursos!

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    • Esse maniqueísmo pode levar a elucubrações e a teorias da conspiração. Mesmo que esse, a meu ver, delírio, de “shock and awe” seja possível e real, porque não há críticas, por parte de quem pensa isso, à forma como se deixou chegar a gestão do país por esse grupo petista? Só agora é que vocês perceberam essa possibilidade? Demoraram, heim? Só que o problema é outro, mesmo se há qualquer interferência de forças externas na situação do país, isso é o que anseia a maioria do povo brasileiro, a não ser que considerem, os propalados 54 milhões de votos, (queria ver se as eleições não tivessem sido influenciadas pela campanha de marketing, que tanto custou aos cofres públicos, baseada em discurso que teve que ser completamente contrariado pela realidade, se teriam a mesma quantidade de votos), mesmo assim, vocês considerem maioria.

      Sinto informar, senhora e senhor, a maioria dos brasileiros saiu às ruas para demonstrar que preferem qualquer coisa menos a inapetência que demonstrou o governo Dilma, que apesar dos discursos de melhorias, ou da falsa ideia de que tenha diminuído a miséria, (governos populistas preferem os miseráveis), se mostrou falho e falso. Dividir a população entre os da casa grande e os da senzala é só mais uma estratégia maniqueísta de marketing, que não vai mais pegar, mesmo porque um dos grandes idealizadores dessa campanha está preso.

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      • Suas informações estão envelhecidas. Na última pesquisa da Datafolha dava que mas de 60% dos brasileiros são contra o impeachment. É que estão vendo a fria que entraram com os golpistas logo atacando conquistas sociais que beneficiaram os mais pobres.

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      • Datafolha??? Está cada vez mais questionada a credibilidade dessa “grande mídia”.

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  3. A ideologia doutrinária da esquerda panfletária induz à intolerância e ao ódio. Não creio que um mensageiro de Deus poderia se deixar levar para nível tão baixo…

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    • Amaurih, de que lado vc está,meu irmão? Como pode esitgmatizar de esquerda panfletária um texto tão comovedor e sincero do Pe Beozzo que dedicou toda a sua vida trabalhando com pobres? Vc está perdido e é bom que se reencontre para não perder a sensatez e o sentido cristão das coisas lboff

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    • Amaurih: continuas nas trevas. Ha pouco sugeri pra você estudar e conhecer melhor as questões políticas brasileiras. Percebo que não ouviu minha sugestão. Lamento que prefiras caminhar no obscurantismo!

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      • Eu estou no obscuro e só vocês estão na luz? Não creio que haja luz na mentira e na distorção.

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      • Ódio? Competição? Eu não estou falando sobre isso, eu estou falando sobre fatos e distorção dos fatos para justificar argumentos, não vejo onde a humildade pode estar sendo ofendida ou ameaçada, a não ser por quem considera que são os únicos iluminados.

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      • Cabeça e atitudes alheias? Quem está vendo, pensando e agindo com os olhos, cabeça e atitudes alheias? A sua visão é a do frei Leonardo? Ou é a sua particular?

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  4. Excelente comentário. Desejo que o comentário do Pe. José Oscar Beozzo, em sua profundidade sócio-política, venha sensibilizar a senadora Marta, pois a mesmo se comportou de forma oportunista e covarde, traindo toda a sua trajetória política, construída dentro do PT, e ainda se não fosse pelo PT, que fosse pela Democracia e pela defesa dos programas sociais, realmente a Senadora Marta golpeou a democracia do Brasil.

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  5. Eis um artigo oriundo da inteligência, do bom senso e da acuidade de quem consegue enxergar e contextualizar o que se passa num mundo em crise, não apenas política e econômica, mas de consciência e coerência de caráter.

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  6. Olá, meu nome é Mário Luiz dos Santos, sou Teólogo, casado e pai. Moro na periferia de Guarulhos -SP, minha esposa é professora de educação infantil.
    Concordo com o que o ilustre Pé. Beozzo diz, porém, um barco a deriva afunda. A luta em prol da desigualdade jamais deverá ser interrompida. Entretanto, o que estamos presenciando é uma total bagunça, anarquia e desobediência. Uma meia dúzia de gato pingado para uma rodovia onde passam trinta mil, absurdo. Temos que utilizarmos da educação e estratégias inteligentes e não bagunçar o país inteiro prejudicando a vida do trabalhador que já sofre bastante.
    Os poderosos não andam de ônibus e não pegam trânsito.

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  7. Os assentamentos da reforma agrária do governo Dilma foram muito menores que os de Fhc e Lula. As escolas foram terrivelmente depredadas por vândalos que não estão interessados em merenda, nem em estudar. Ninguém é melhor ou pior que ninguém por ser homem, mulher, branco, negro. As escolhas foram feitas a dedo para que o país volte a crescer e deixe de afundar. Quem está desempregado torce para que a retomada do crescimento da economia traga a prosperidade que não vem do céu, mas do esforço de indústrias, agropecuária, serviços etc. Esse padre deveria estar torcendo pelo Brasil . Se esse governo tivesse sido bom essas pessoas não estariam à margem da sociedade 13 anos depois. Pense nisso!

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  8. O q eu sinto é uma defesa da elite contra possível inversão da mensagem histórica do
    Brasil, ou seja, continuar segregando o proletário, evitar que este se aristocratize qdo no Poder – manter a “ordem e progresso” da Casa Grande e dar seguimento à boa acolhida aos poderosos do estrangeiro, tb interessados na nossa dependência econômica…

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  9. Sabíamos que isso ia acontecer e me sinto impotente por não poder fazer nada contra todos estes golpistas; que hoje estão rindo e vivendo da desgraça do povão. Mas concordo com Boff, o golpe é bem maior do que imaginamos. Por trás de tudo há um interesse em explorar as economias extrupiadas da América Latina.

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  10. A Senadora Marta está se revelando contra tudo que pregou no passado. A mascara caiu, e ele esta mostrando sua verdadeira face.

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  11. Não podermos Mais criar esses tipo de lideranças, num ponto a direita tem razão, não basta ser do pt tem que tá comprometido com as causas do povo brasileiro. Esse triste episódio do golpe no povo pode causar um prejuízos sem presendete.

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  12. (Vejo toda essa situação como uma política infiltrada por armadilhas e interesses de grupo sem a participação consciente do povo, comenta Pe. Dieucel Pierre.)
    http://dieucelpierre.blogspot.com.br/

    É muito triste hoje em dia, muitas pessoas, por desentendimento ideológico, não têm respeito para outras pessoas, sobretudo quando se trata ao um padre, como se deve também a qualquer ser humano (o respeito), um homem de Deus, um ser espiritual, um porta voz da Palavra de Deus.

    Que Deus abençoe essas pessoas e abra as suas mentes!

    Pe. Pierre D.

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  13. Parabéns Padre José Oscar, pelo o texto de reflexão. O Brasil esta precisando de ser humano como você, com suas ações politicas de inclusao docial.
    Que ORDEM E PROGRESSO É ESSA PEDRA??
    É a ordem da casa grande, para as mulheres, negros, LGBTs e demais excluídos da sociedade, voltarem pra senzala para comer as migalhas que caem da mesa dos senhores.

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  14. Muito bom . Isto muito me conforta,já que na Paraíba,a tristeza tem me consumido,em ver um bispo(D.Aldo Pagotto) na contramão do povo.D.Aldo é daqueles coxinhas autênticos que vai pra rua vestido de verde e amarelo com apito na boca. E que Deus nos perdoe mas eu e muitos cristãos estamos evitando missas por ele celebradas.

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  15. Marta teve uma carreira vitoriosa no PT ,mas ficou injuriada porque Lula a preteriu
    pela DILMA .Foi para o Ministério da Cultura para ombrear-se com a Presidenta. Não
    conseguiu … Sua ida para o PMDB foi uma vingança e um erro politico ..Vai perder!
    OCG

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  16. Obrigado, professor, por brindar-nos, trazendo um texto que, em sua simplicidade, vai além das palavras que precisávamos ouvir, até atingir o ponto onde forma-se a substância daquelas que precisam ser ditas.

    Sobre a mudança de direção da senadora, penso que mudar de opinião – para melhor ou pior, louvável ou deplorável – é questão de livre arbítrio ou direito individual. Após ler o artigo produzido por ela, senti desprezo pela proposta. Por ela tenho uma sensação de perda, pela sua desinstrumentalização, pela baixa nos já limitados quadros de esquerda, ao mesmo tempo que engrossa os da oposição.

    Certamente não foi nociva à população, em seus mandatos, ou ao partido, enquanto durou seu casamento com o PT, pelo qual foi deputada, prefeita, senadora e ministra. Infelizmente o divórcio é que não foi dos mais amistosos.

    Não vejo este fato como algo súbito. Parece-me a consequência do uso extensivo da polêmica como recurso para trabalhar sua visibilidade, dando origem a fatos, no mínimo pitorescos, como a frase “relaxa e goza” e as suposições sobre a orientação sexual de Gilberto Kassab durante a corrida para a prefeitura de São Paulo, em 2008, para citar os casos mais conhecidos.

    Trapalhadas deste tipo geram desgaste e perda de credibilidade junto a opinião pública, que trazem a necessidade de afastamento da “vitrine” por um tempo, o que pode ter criado problemas para sua carreira e para o relacionamento com o PT. Uma sequência de tiros, certeiros, no pé.

    É importante lembrar que a história de Marta não é única. Há lástimas antigas como José Serra, que já foi democrata ativo, presidente da UNE, hoje nas fileiras do PSDB e também recentes como o Senador Cristovam Buarque, um intelectual engajado na luta pró-educação que trocou o PT em 2005 pelo PDT, até 2016, para então render-se ao PPS. No caso de Marta e Cristovam, parece que o encolhimento de espaço e capital político conduziram a tentativa melancólica de adotar uma estratégia de sobrevivência a qualquer custo a título de autorreinvenção. Alguns chamariam isso de suicídio político.

    A respeito do teor de “Pelo Brasil”, o título poderia ser substituído – sem qualquer prejuízo – por: “Pela Subserviência”. Deixaria muito mais claro o que planejam para os brasileiros. Parece uma tosca imitação do primeiro pronunciamento de Michel Temer após o golpe, marcado pelo convite demagogo à reconciliação nacional baseada na “pacificação” via abandono de reivindicações, em nome da luta contra o desemprego e pelo trabalho, sem explicar a “grande” solução. Temerário, já que não há mistério na agenda neoliberal.

    Discursam como se qualquer cidadão republicano, indiferente de orientação ideológica ou partidária já não ansiasse pelo fim da guerra política desde o término das eleições em 2014 e durante período que sucedeu-se até agora. Parecem pensar que ninguém percebeu os estragos causados ao país pela aliança espúria entre uma mídia empresarial e tendenciosa, com o mesmo grupo político que hoje controla o Palácio do Planalto.

    Enquanto houver políticas voltadas para o equilíbrio por meio do sacrifício da dignidade de vulneráveis, haverá injustiça. E vai ter luta!

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  19. “Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva ! Porque Ele é nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz; “Não fecheis os corações como em Meriba… em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras… E por isso lhes jurei na minha ira: “Não entrarão no meu repouso prometido!”

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