A direita nacional e internacional face ao Brasil está dando um tiro no próprio pé

 Tarso Genro, Governador do Rio Grande do Sul
Arquivo

A revista Forbes publicou em maio deste ano que 5% do PIB brasileiro está nas mãos de quinze ilustres famílias, que detém um patrimônio de 269 bilhões de reais. Thomas Piketty, autor do “O Capital no Século 21” – mencionado por Paul Krugman como provavelmente o mais importante livro de economia desta década – é autor de uma frase de uma obviedade alarmante nos dias que correm, mas que passa ter valor especial porque é formulada, não por um inimigo do capitalismo, mas por um insatisfeito com os seus rumos atuais: “os poucos que estão no topo  – diz Thomas – tendem a apropriar-se de uma grande parcela da riqueza nacional, à custa da classe média baixa” e que “isso já aconteceu no passado e pode voltar a acontecer no futuro”.

O remédio apontado pelo autor, um imposto global progressivo, vai precisamente contra a tendência autorizada pelas grandes agências financeiras, públicas e privadas, de importância no mundo, como se vê nas medidas em andamento nos países da União Europeia, que pretendem recuperar suas combalidas economias. Estudo recente, publicado pelo “El País” (22 jun. 2014), mostra 10% de queda nos gastos de alimentação da população espanhola no ano de 2013, o que atinge diretamente o consumo básico dos assalariados, aposentados e desempregados, que vivem da parca ajuda estatal.

No âmbito da crise, os índices de pobreza, já alarmantes, aumentaram gravemente  nos Estados Unidos, pois hoje já afetam 46 milhões de norte-americanos, maior cifra dos últimos 50 anos, que deve ser combinada com o aumento da renda dos 1% mais ricos, em 9%, nos últimos 35 anos. (“Página 12”, 23 jun.14, baseado em estudos do professor Abraham Lowenthal, emérito da Universidade do Sul da Califórnia). Os Estados Unidos, como se sabe, superam a União Europeia em desigualdade, pois nesta a maior concentração de renda está com 10% da população e nos EUA a maior concentração de renda, em termos relativos, está com 1% da população.

Cabe um comparativo latino-americano, para verificarmos como os diferentes países colocados na cena mundial globalizada, reagem perante os dissabores da atual crise do capital. Recentemente os nossos “especialistas” em desastres econômicos – sempre atentos aos interesses especulativos e manipulações políticas no mercado de ações -passaram a mostrar a genialidade da direita mexicana para lidar com o baixo crescimento e a pobreza. Quando se depararam com as estatísticas – a partir de 2003 a economia brasileira cresceu 45,44% e a economia mexicana, no mesmo período, cresceu 30,471% – o México desapareceu das suas colunas proféticas. Mormente porque ficaria chato revelar que a participação dos salários na renda nacional, no Brasil é de 45% e no México é de 29%.  Ou seja, o Brasil cresceu muito mais com menos desigualdade.

Esse rápido repasse na crise do capitalismo, presidido pela agenda neoliberal, serve para ilustrar a guerra de interpretações travada no meio intelectual, pelas redes e pelos órgãos de imprensa tradicional, entre as lideranças das mais diversas posições do espectro político. De um lado, estão os que entendem que a crise ocorre  porque todas as “reformas”, necessárias para o reinado completo do capital financeiro sobre a vida pública e sobre os estados (capturados pelas agências que  especulam com a dívida pública, para acumular sem trabalho) aquelas reformas, repito, não foram feitas pelos governos. Por isso, as baixas taxas de crescimento, o aumento da pobreza e do desemprego.

Num outro polo, os que, por diversos meios e com diversas gradações,  sustentam que a decomposição da socialdemocracia, em nome de um “ajuste” conservador e predatório dos direitos sociais  (com a renúncia de uma agenda socialista ou democrático-social verdadeira), significou a vitória dos valores dos que “estão no topo”, como diz Piketty. E que a pretensão verdadeira daquela agenda é desapropriar os direitos sociais, que vem sendo conquistados desde o Século 19, para conformar uma sociedade dos mais aptos, dirigida pelos mais fortes e mais ricos, capazes de se servir das grandes transformações tecnológicas, distribuindo migalhas de sobrevivência para a maioria da população, tendo como intermediária uma pequena e rica classe média, apartada nos seus condomínios ou pequenos bairros com segurança privada.

A campanha contra o Governo brasileiro e contra o Estado brasileiro, desencadeada pelos órgãos de imprensa e partidos políticos vinculados à primeira posição, no mundo inteiro,  passava a imagem de um país degradado na sua vida pública, com autoridades incapazes de acolher um evento como a Copa do Mundo, incompetentes para dar segurança às autoridades de fora do país e ineptos para a realização da própria competição. Esta campanha, no entanto,  não foi um mero mau humor da direita mundial. Foi nitidamente uma orquestração política de caráter estratégico  para desmoralizar um BRIC que, com seus avanços e recuos, com as suas vacilações e posições ousadas, já tinha demonstrado que é possível crescer, distribuir renda, cuidar da vida dos mais pobres e excluídos e, ainda,  exercer um papel político no cenário internacional,  com certa margem de autodeterminação e soberania, criticando o neoliberalismo com as “costas quentes”. À esquerda ultra-radical isso parece pouco, mas,  examinada a situação internacional e a própria fragilidade interna das bases políticas para desenvolver estas ações de resistência, convenhamos que é um feito extraordinária que nenhum governo, pelo mundo afora, conseguiu realizar com tal amplitude.

O mais grave é que os veículos de comunicação tradicionais do país, não só repassaram este pânico desmoralizante da nação e das suas instituições, como alimentaram com falsas informações os veículos externos. Trabalharam diretamente contra o Brasil, embora já ensaiem uma autocrítica oportunista, Não se tratou de mero equívoco, mas de parceria política, porque, para estes grupos, nunca se coloca como real a disjuntiva “Soberania X Dependência”, ou “Estado Social x Estado Mínimo”, ou “Cooperação Interdepende x Subordinação Dependente”, ou mesmo “Democracia x Autoritarismo”. Porque soberania, estado social, cooperação sem submissão, sempre apontam para mais democracia (não menos democracia), para mais participação das pessoas na política e na renda (não menos participação)  e as receitas europeias para resolver as crises são incompatíveis com tais conquistas da modernidade.

O traço material desta aliança e da campanha contra o Brasil é o interesse em ganhar dinheiro com a dívida pública, gerando instabilidade e desconfiança nos governos ou submetendo as nações a governos dóceis e à agenda da redução das funções públicas do Estado. A ideologia da aliança é o liberalismo econômico, ora ornamentado com traços de fascismo e intolerância, ora casado com a austeridade fiscal. Ela tanto pode arrastar as classes médias para os protestos, como atiçar o “lúmpen” para fazer quebradeiras de bens públicos e privados -principalmente bens públicos – assim esvaziando os movimento sociais e políticos de esquerda, que estão insatisfeitos, com justiça, com os limites que já bloqueiam o crescimento econômico e impedem  a melhoria da qualidade do serviços públicos nas áreas da saúde, transporte e segurança, principalmente nas grandes regiões metropolitanas. A repressão, então, por este mecanismo perverso de isolamento dos lutadores sociais, aparece legitimada para a maioria da sociedade, que não se identifica com a violência gratuita à margem da lei, aceitando uma violência do Estado, que julga “necessária”, mesmo que muitas vezes também à margem da lei.

Arrisco dizer que, diferentemente das crises clássicas do capitalismo – como na crise de 29 e  na crise “do petróleo” nos anos 70 – a crise atual se diferencia, enquanto crise política conjugada com a crise econômica,  por encontrar o capital com um grau organização mais complexo e sofisticado, sem aparência imediata, mas mais capaz de interferir rapidamente sobre os Estados, sem guerras extensivas e ocupações militares em todos os territórios de domínio. De um lado, há uma verdadeira “Internacional do Capital Financeiro”, com seus tentáculos internos na mídia e nos partidos tradicionais  -que já avança sobre os não tradicionais através do financiamento privado das campanhas eleitorais-  e, de outro, há uma visível fragmentação na estrutura material e espiritual das classes populares,  com a correspondente fragmentação dos seus movimentos e partidos.

Os bancos centrais dos países ricos, as agências privadas de risco, as instituições financeiras destinadas a especulação, juntamente com as grandes cadeias de comunicação globais, são organizados diretamente pelo dinheiro e apoiadas na reprodução ficta do dinheiro, com um manto ideológico e político que  carece de coerência programática, mas que se amplia no próprio movimento do dinheiro, como acumulação artificial incessante. Esta vai aparelhando e submetendo instituições, grupos e indivíduos, em todas as esferas da vida pública, assim tornando os próprios partidos liberais e neoliberais supérfluos, como inteligência política, constituindo-os como mera extensão e reprodução daquele movimento do dinheiro, promovendo a irrelevância das suas construções programáticas.

O surgimento de partidos de extrema direita e de caráter fascista em toda a Europa, com base de massas, também é uma agonia da política burguesa democrática em seu sentido clássico e, em termos humanos, imprime nestes  partidos o mesmo conteúdo ideológico de barbárie que move as atuais guerras de conquista territorial pelas fontes de energia fóssil: ambos os processos são inspiradas pelo espírito patriótico, ambos dependem de aplicação de doses maciças de violência para serem vitoriosos, ambos respaldam o poder dos mais fortes e mais decididos a dominar e vencer, ambos não tem a aniquilação da vida do outro como limite moral do seu projeto de poder.

Ao tentar desmoralizar o Brasil, sem qualquer rubor e apostando que a Copa fosse um festival de incompetência e violência generalizada, a direta conservadora e antidemocrática do país – associada material e ideologicamente ao capital financeiro e sua estrutura de poder internacional – mostrou mais uma vez que não conhece o Brasil. Nem o que tem de bom, produtivo e organizado, no Estado brasileiro. Não conhece o seu povo, porque não convive com as suas lutas nem compreende a sua linguagem, como demonstraram quando quiseram impedir o Prouni e o Bolsa-Família, por exemplo. Não conhecem o Estado Brasileiro, porque prestam atenção somente nas suas imperfeições e mazelas históricas, com os olhos de quem quer destruir o que ele tem de público para construir uma nação soberana, pautada pela Justiça e pela Liberdade.

29 comentários sobre “A direita nacional e internacional face ao Brasil está dando um tiro no próprio pé

  1. O Padre olavete chamado Paulo Ricardo já começou sua mobilização política arregimentando fanáticos religiosos em sua luta imaginária contra o Comunismo. O mesmo tem publicado vídeos falando mal do governo do PT e atribuindo o mesmo ao Diabo de forma a manipular as pessoas através da religião. Fico admirado que esse padre possa agir livremente dessa forma difamando os movimentos sociais e se metyendo em política com o aparente consentimento de seu Bispo. Olavo de Carvalho é um muçulmano apóstata, um gnóstico que se finge de católico para enganar os seus seguidores e o Padre Paulo Ricardo é mais um idiota útil que caiu na farsa do guru da extrema direita brasileira. Ele vive repetindo as teorias da conspiração e difamações contra a esquerda e os movimentos sociais. Padre Paulo Ricardo personifica o tipo de padre sectário e intolerante que não tem mais lugar na Igreja e no pontificado do Papa Francisco.

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  2. Artigo genial!
    Mal posso esperar para ler o que a imprensa derrotista e a elite golpista dirá ao final da copa de 2014.
    Mal posso esperar para ler o livro de Thomas Piketty.

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  3. Merece ser divulgado. A grande mídia informa o quie convém às elites. Quem contestou a legalização do financiamento de campanhas eleitorais pela iniciativa privada? Não é a institucionalização da concorrência em desigualdade de condições? Aléxis de Toqueville diz que o suporte e segurança da democracia é a igualdade de condições. Então, não é a institucionalização do caminho da perpetuação da desigualdade e da corrupção?

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  4. Caríssimo Frei,
    Parabéns por reproduzir a fala de Tarso Genro, ilustre conterrâneo e um dos pensadores mais lúcidos da esquerda nacional. Genro tocou na ferida ao dar nome aos bois nessa empreitada de sabotagem midiática que o governo vem sofrendo e isto é fato raro por aqui pois tudo o que diga respeito aos sionistas e em especial ao grupo de judeus sionistas que controlam o sistema financeiro internacional e sua rede mundial de usura, golpes contra o patrimônio estatal de países e economias inteiras mundo afora, a exemplo do que faz George Soros, mega investidor (eufemismo criado para mega trapaceiro) internacional que se valeu da crise do fim da URSS para literalmente quebrar vários países ligados ao ex bloco socialista, é disfarçado, evitado, silenciado, nalguns casos recorrendo-se até ao Holocausto judeu como peça de chantagem para que não se diga a verdade sobre o que realmente acontece no mundo e sobre quem realmente mexe as cordas das marionetes globais. A política de limpeza étnica e segregação racial e religiosa e a invasão do território Palestino somado à dizimação daquela população ao longo das últimas décadas que o digam.
    Quando a Copa terminar no dia 13/07, Wladimir Putin estará no Maracanã para assistir ao jogo e à premiação do vencedor, como é tradição neste evento, quando o representante do país sede da próxima Copa se apresenta para fazer as honras de anfitrião do evento vindouro. Na mesma semana, em Fortaleza, se reunirá com Dilma e os outros representantes do BRICS para uma agenda que aterroriza os banqueiros internacionais e seus prepostos: a criação de uma nova moeda internacional para substituir o dólar americano, inicialmente nas negociações entre os países membros do BRICS e depois para quem mais se dispuser a adotar a nova moeda o que acarretará numa mudança de eixo econômico mundial sem precedentes desde o final da segunda guerra mundial. O aporte inicial para a criação do fundo da nova moeda é de algo em torno de 500 bilhões de dólares americanos em títulos do tesouro americano que se encontram de posse destes países. Isto é mais do que suficiente para a a criação de um novo banco internacional e uma nova moeda e, claro, os títulos americanos serão cobrados em sua garantia: ouro. Para uma economia combalida que apresenta crescimento negativo como é o caso da economia americana, isto representa um duro golpe na sua retomada de crescimento após a longa crise deflagrada em 2008. Anteriormente, Saddam Hussein quis desatrelar seus negócios do dólar americano ao optar pelo Euro como moeda de troca. O Iraque foi invadido sob a falsa alegação de que ali havia armas de destruição em massa, coisa que foi provada não existir. Acabaram com o Iraque. Só que hoje os opositores ao monopólio dos bancos detêm um arsenal bélico maior que o americano (China e Rússia juntas), além de inúmeras vantagens no terreno político e comercial e os EUA estão enfraquecidos economicamente e a política internacional de guerras está em baixa junto à população, mais preocupada em salvar seus empregos e seu estilo de vida do que financiar guerras do outro lado do mundo que só enriquecem aos grupos dos super ricos, os mesmos que detêm o poder financeiro e são donos das fábricas do material bélico vendido ao governo para ser usado nas guerras.
    Nossa “elite” é um espelho gasto e desfocado da elite americana. Os interesses de lá são os mesmos de cá. Não há nacionalismos nem consciência social que os demova de seus intentos parasitários de mais e mais acúmulo de riquezas através da especulação no mercado financeiro e da exploração de mão-de-obra barata e recursos naturais. Trata-se de um pensamento anacrônico e colonialista amplamente considerado por aqui como único modelo a ser seguido pelos países latino-americanos. É por isto que a mídia internacional reproduziu em seus jornalões e TVs o caos que a mídia tupiniquim preconizava como sendo o caos do século. No entanto, ao chegarem seus conterrâneos à terra Brasileira, correram para desmentir o que haviam publicado culpando seus colegas da mídia Brasileira. A razão disto não é que a mídia de lá seja mais honesta. Não é mesmo. A questão que pegou pesado aí foi que os turistas começaram a postar em suas redes sociais comentários sobre a hospitalidade, alegria e afabilidade dos Brasileiros sem contar os elogios à comida, às festas, às belezas, ao país como um todo, enfim. Daí correram para desmentir as bobagens que falaram do Brasil e dizer que foram traídos por informações catastrofistas da mídia Brasileira devido à alguma origem ainda desconhecida. Desmentiram porque lá há leis que regulam a mídia e o cidadão ao se sentir enganado pode acionar a justiça para reparação. Enfim… é tudo farinha do mesmo saco porque a mídia é só um dos tentáculos deste polvo que quer se adonar do planeta através do sistema bancário, das guerras e de uma ideologia de coisificação capitalista de tudo aquilo a que se possa auferir valores e tornar vendável. Até mesmo consciências e seres humanos.

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    • Fernando,
      concordo plenamente com sua análise, cuidadosa e pertinente. Graças a Deus que temos cidadãos como vc que não engolem as tramóias do sistema financeiro mundial, agônico e desesperado, porque sabem que não há para eles mais retorno. Ou mudam ou levam a inteira humanidade a uma catástrofe ecológico-social com contornos apocalípticos.
      parabens e um forte abraço
      lboff

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      • Adorei…
        Tudinho!
        O Fernando está realmente de parabéns pela clareza com que enxerga os fatos e pela assertividade de suas colocações!
        Obrigada!

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    • Quem é este Fernando que escreveu a bela análise acima, pois gostaria de compartilhar, tão importante e necessária nestes tempos?

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      • Se quiser compartilhar, Vinícius, fique à vontade. E obrigado por suas palavras. Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade mas persigo-a como uma forma única de nos protegermos das investidas cada vez mais acirradas dos inimigos da humanidade.
        Grande abraço 🙂

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  5. O texto do Tarso é ótimo, limpo e lúcido. Eu não gostei foi do comentário racista acima e achei pior quando o Boff concordou com a tese nazista do tal Fernando. Já que é assim vamos acabar com os Judeus. Os Protocolos de Sião devem estar corretos. Certo Boff ?

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    • Olá, Caver,
      Aqui é o “tal Fernando” lhe respondendo embora seu comentário não seja dirigido a minha pessoa mas fala – e diz um monte de bobagens – a meu respeito. Não sei se por sua ignorância ou má fé, vc me chamou de racista com todas as letras. Cuidado, rapaz, acusações necessitam de provas e estas jamais vc terá porque propositalmente descontextualizou meu comentário, repito, por ignorância ou má fé.
      O fato é, Caver, que o sistema financeiro mundial está nas mãos dos grupos sionistas, sim, concordando vc ou não e a maioria deles é de ascendência judia. Nem todo judeu é sionista e nem todo sionista é judeu. Fato. Que, provavelmente, vc ignore ou por má fé queira evitar. Em vários relatórios fornecidos e disponíveis por Forbes, World Bank, comitê para assuntos econômicos da UE, TODOS apontam os grandes conglomerados financeiros responsáveis pela especulação monetária ao redor do mundo pertencendo a grupos liderados por sionistas de carteirinha que não tem qualquer pudor em assumir o que são e para quem trabalham. E, para piorar, tais conglomerados bancários nada mais são do que setores de grupos macro-econômicos muito maiores que englobam várias atividades em várias áreas diferentes da atividade produtiva. As listas estão lá com os nomes e pesquisando vc verá quem é quem. Há até uma pesquisa desenvolvida por um PHD suíço que mapeou a riqueza ao redor do mundo e cruzando dados das inúmeras atividades econômicas chegou à espantosa conclusão de que mais de 45% da riqueza do mundo pertence a seletos cento e tantos cidadãos. Então, meu caro Caver, procure se informar melhor antes de sair disparando sua metralhadora de infâmias contra outrem. É claro que para acessar tais informações vc terá que ter um nível de fluência em Inglês, Alemão e Francês muito bons posto que tais informações não circulam na nossa língua devido à censura de nossa mídia corporativista mas temos a internet à mão para acessar inúmeros sites oficiais e sérios que não escondem verdades, não pintam Palestinos como homens-bomba loucos e irresponsáveis e fazem o jogo da propaganda de vitimização eterna dos judeus vítimas do Holocausto num ato claro de vilania oportunista e desprespeitosa para com a memória das vítimas do nazismo Alemão na segunda guerra, o mesmo nazismo que tomou conta do governo Israelense que hoje assassina, prende em campos de concentrações na faixa de Gaza, deixa morrer sem remédios nem alimentos mulheres e crianças e expulsa os habitantes originais de uma terra que lhes acolheu quando começaram a sofrer perseguições na Europa fascista. Se seus melhores argumentos são aqueles textos duvidosos dos protocolos dos sábios de sião, sinto muito, continuam a ser fatos duvidosos. Volto a lhe apontar o caminho sério, técnico da pesquisa embasada em fatos e dados dos sites das grandes pesquisadoras do ramo econômico. De resto é só mimimi. Mimimi não é argumento. É só mimimi.
      Tenha uma boa existência. E tente dar-lhe um sentido positivo.

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  6. Prezado Leonardo Boff,

    Parabens por sua atividade analitica desde sempre e tambem ao Tarso Genro por mais esse esclarecimento do como tem funcionado o sistema capitalista ultimamente.
    https://leonardoboff.wordpress.com/2014/06/29/a-direita-nacional-e-internacional-face-ao-brasil-esta-dando-um-tiro-no-proprio-pe/
    Residindo ha 20 anos aqui nos Estados Unidos posso nao apenas nao compreender o que foi escrito mas tambem testemunhar a respeito dos fatos.

    A crise atual do capitalismo, exposta com mais veemencia apos a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 2008, tem nos mostrado contra quem precisamos lutar hoje em dia.

    Em meus escritos no livro: A AMERICA SUICIDA, repito algumas vezes as palavras “tiros nos proprios pes” para definir a orda barbarica e preconceituosa que vem tomando conta do braco direito do cenario politico.

    Aqui nos Estados Unidos temos dois grupos denominacionais: “Tea Party” e “Libertarians”. Nao estao neles incluidos os muito bem organizados e quase clandestinos como a “White Supremacy”.

    Estas agremiacoes estao infiltradas no Partido Republicano, servindo-se do aparato dele para dar uma aparencia legalizada da implantacao de sua agenda. Mesmo sendo minoria no partido, o grupo o sequestrou e mantem refem a maioria da agremiacao.

    A forma de agir destes grupos nao tem se diferenciado do das quadrilhas que sequestram para obter algo de resgate. Sem estes membros, o Partido Republicano tornar-se-ia minoria no Congresso. Assim, eles usam o seu poder de votos para fazer o pendulo pesar para o lado da extremadireita.

    Desde que o primeiro mulato foi eleito presidente dos Estados Unidos, justamente em 2008, essas agremiacoes tem forcado a quebra de um pacto historico que existia aqui entre os partidos. Tratava-se da ideia de compromisso.

    Compromisso no jargao da politica americana poderia ser traduzido por responsabilidade em nossa lingua portuguesa. Aqui se dizia que os partidos se engalfinhavam em lutas estupidas na disputa de cada tema, cada um querendo projetar-se como o “salvador da patria”. Mas, no final, acabava-se tomando as decisoes corretas, decidindo por aquilo que fosse melhor para a coletividade. (Quando se tratava da coletividade interna isso era verdade. Mas como sabemos que os estadunidenses natos nunca foram bons de geografia e sao muito orgulhosos de si mesmos, nunca fiscalizaram o que de errado o seu governo e suas multinacionais estavam fazendo no exterior).

    Desde a eleicao do presidente Obama a atividade destes ativistas apocalipticos perdeu o compromisso com a governabilidade. Por o Partido Republicano ter conseguido a maioria na camara dos deputados, passou a bloquear todas as iniciativas do presidente. O resultado foi o presidente ser obrigado a governar atraves de decretos (ordens executivas). E a acao destes grupos eh tao hipocrita que: primeiro eles obrigam o presidente a governar desta forma e, quando ele o faz por falta de alternativas, voltam-se para os holofotes midiaticos para dizer que o presidente eh ditador, nazista e socialista.

    Politica aqui tornou-se comedia mesmo!

    Descrevendo os grupos direitistas daqui, podemos defini-los como xenofobos, elitistas, preconceituosos, compostos de riquinhos orgulhosos, egoistas, antifeministas, perseguidores de opcoes sexuais alternativas, infelizmente, baseados no pensamento religioso mais conservador possivel etc. Parece-me que existe um paralelo entre essas caracteristicas e o que tambem esta ocorrendo no Brasil.

    Entre as acoes antipopulares tomadas por este grupo estao a tentativa de bloquear o sistema solidario de saude e a correcao das leis migratorias no pais.

    O sistema de saude americano sempre caracterizou-se por ser elitista, nao dando chances aos pobres de te-lo disponivel senao via empregador. O sistema proposto pela administracao Obama (Comprehensive Health Reform) universaliza o acesso `a saude. Tornou-se um instrumento extremamente util para a populacao pobre e desempregada que foram as maiores vitimas da atual recessao. Alias, casta extremamente amplificada nesta categoria.

    Mas os anti-Obama nao se conformam com a sua aprovacao e estao a todo momento apresentando emendas no sentido de bloquear o que foi aprovado. Mas, `a medida que o plano tem sido posto em pratica, tem se mostrado tao efetivo que ja esta conquistando opinioes favoraveis ate mesmo de antigos criticos a ele. Isso esta acentuando o odio da extrema direita, pois, foi uma carta emprestada do ideario socialista.

    No campo imigratorio, sao cerca de 11 milhoes de pessoas vivendo sem documentos nos Estados Unidos. A campanha midiatica contraria sempre foi do tipo: “eles vem para os Estados Unidos para tomar os beneficios dos nativos; eles querem viver da ajuda do governo; eles nao querem trabalhar; os imigrantes elevam o indice de criminalidade” etc e tal.

    Na pratica, o que se ve eh justamente o contrario. Ontem mesmo (30.06.14), o canal MSNBC apresentou uma reportagem mostrando a importancia dos imigrantes na recuperacao de cidades americanas. Tomaram como exemplo a Cidade de Houston, no Texas. Apos o periodo dourado do petroleo, que gerou ate serie de tv, Houston entrou numa decadencia semelhante ao “terceiromundismo”.

    E uma das caracteristicas da imigracao eh justamente a de os imigrantes se estabelecerem em locais decadentes. Isso porque a pobreza obriga as pessoas a buscarem locais baratos para residir. Com a chegada dos imigrantes comeca a transformacao. Logo as casas em ruinas comecam a ser reformadas, os locais de comercio abandonados comecam a ser reocupados e o empreendedorismo do imigrante transforma a pobreza em riqueza.

    Houston eh apenas um exemplo. Framingham, no Estado de Massachusetts, eh outro dos muitos exemplos do empreendedorismo dos brasileiros, italianos, portugueses e latinamericanos que chegaram na condicao de pobres mas cujo impacto foi o de recuperar o distrito dos seus diversos momentos de depressao. Existe uma Historia antes da chegada dos imigrantes e outra depois.

    Mas, apesar de todo o sucesso, os preconceitos predominam e a direita estadunidense prefere ignorar o bom e procura apontar defeitos, que nem sempre o sao, criar defeitos inexistentes e amplicar sua opiniao apocaliptica.

    Aqui, infelizmente, o imigrante tem sucesso somente porque parece ser “super heroi”. Nao porque recebe salario justo mas porque trabalha sob um regime de carga horaria ate superior ao que se dava tanto na epoca da escravidao quanto no periodo posterior, antes das leis imporem o direito `as 8 horas diarias. Imigrante que trabalha menos de 60hs/semana eh considerado preguicoso. E nao importa o risco ou o peso.

    Mas o que mais chama a atencao da situacao atual do capitalismo eh a busca incessante dos capitalistas nao apenas de irem atras de lucros irresponsaveis. Tomaram o trabalhador comum como o bode expiatorio dos problemas do mundo. Qualquer reestruturacao de qualquer empresa, em busca de lucros imesuraveis, passa em primeiro lugar pela eliminacao de postos de trabalho e diminuicao da remuneracao dos trabalhadores.

    Como forma de amplificar mais ainda os lucros tem se feito a automatizacao dos servicos. Enquanto os que permanecem no trabalho tem seus encargos aumentados. Ou seja, as pessoas estao trabalhando cada vez mais por cada vez menos. Nao admira que os ricos estao ficando cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres.

    Numa entrevista recente, um especialista em “inteligencia artificial” afirmou que a loucura dos capitalistas do ramo os esta direcionando para conquistar nas proximas decadas a automatizacao de cerca de 40% dos atuais empregos. Parece-me que eles sao inteligentes mas nao o suficiente para compreender a arquitetura de algo tao simples quanto uma piramide.

    Ora, as piramides social e economica so existem porque possuem bases. Nao existe riqueza se ela nao for gerada na base para chegar ao topo da piramide. Isso porque nao existe piramide que funicione do meio para cima.

    As pessoas da base da piramide precisam ter trabalho para ter dinheiro para movimentar o comercio mais pobre. Esse comercio mais pobre gera riquezas que chegarao `aqueles que a concentrarao, tornando-se classe media. A classe media eh que eh a consumidora em maior quantidade e qualidade. Gera um mercado mais rico. No fim, as riquezas acabam sendo transferidas para os bancos e investidores. E o conjunto sustenta os governos.

    Sem a base nao existira nem bancos nem investimentos e nem governos.

    Acredito que a intencao nem seja a de eliminar os 40% das posicoes totais de trabalho. Mas a de possuir em maos um mecanismo para chantagear a populacao menor. Havera sempre a ameaca, “se nao fizer o que o seu comandante mandar, automatizo o seu emprego!”

    Penso que os ricos com estes planos sao deficientes em inteligencia. O plano parece ser o de retornar `a escravizacao de forma sutil. Ela existira, porem, sem que a populacao se sinta escrava.

    Mas sera que os ricos sao atacados de tao pouca inteligencia para nao saberem que colocar o povo numa situacao destas eh semelhante a querer apagar fogo com gasolina?

    O povo nao eh sem inteligencia. Os pensadores criarao novas ideias. E o mal uso das ideias podera jogar-nos em situacoes semelhantes `aquelas que levaram `a Revolucao Francesa, `a Revolucao Bolchevista e outras.

    Sera que tanto amor ao dinheiro vale a pena?

    Sera que a teoria crista do “amem uns aos outros como amam a si mesmos” nao vale mais a pena?!…

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  7. A análise é perfeita. O que não concordo, são com que facilidades grandes grupos aligados ou agregados ao poder. Um exemplo perfeito foi a liberação de R$ 30 bilhões de reais para FRIBOI de uma só vez, empresa ligada ao filho do Lula. Enquanto os hospitais, escolas e outros seguimentos básicos da população menos desprotegidas,estão morrendo por falta de uma ação do governo. Na na minha visão existe uma implicação do fato citado com a “Teologia da Libertação”, teologia dos menos favorecidos.

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  8. Tenho arquivado todos os Excelentes artigos de Tarso; ele é o que Sartre denominou de “Intelectual engajado com o social” e um dos mais fervorosos defensores do Brasil.
    Você, Leonardo, e Tarso Genro são essenciais para o PENSAR BRASIL!

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  9. Estimado Frei Leonardo,

    hoje, na minha querida Montenegro, no Rio Grande do Sul, depois de estudar e trabalhar na Europa – Coimbra-Portugal e Córdoba-Espanha -, no Caribe e na América Ibérica, como alguns chamam, centro e sul, tendo colegas desde a Guatemala à Argentina, Chile, participado como conferencista do III Juriscuba, em Havana, fazendo outras espécies de exposições e argumentações acadêmicas sobre as relações entre pessoas e coisas (propriedade imobiliária privada e pública, especificamente) e coisas e sociedade, dentre outras questões jurídicas para juízos políticos, firme também na sociologia de Boaventura e teologias diversas, desde os conceitos cristãos, religiosos diversos no tempo e no espaço planetário, história do pensamento humano, passando por noções da matéria economia, a par do texto exemplarmente exibido por V.Sa. só posso lhe ter gratidão, eis que se recebe, em todo o Vale do Rio Caí, o extraordinário reforço para a luta frente ao despotismo capitalista.
    O problema monetário e financeiro, na sua saúde sem solução, incurável, entubado, moribundo, oxigenado por paliativos da farsa midiática e a mirabolância e morbidez sensível nas falas e escritos neoliberais, numa provocação indizível verdadeiramente, ganha exemplar reforço para a sua queda fatal.
    Com as minhas considerações,
    Luiz Américo Alves Aldana – Paraguaio

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  10. Mario Sergio Conti publicou um texto muito bom em sua coluna ontem: http://oglobo.globo.com/cultura/mario-sergio-conti/golaco-na-copa-da-corrupa-13114247

    Reproduzo aqui apenas o final:

    “A Copa da Corrupa é renhida. A malversação não é uma invenção alagoano-maranhense, ou começou com o mensalão petista ou os trens e metrôs tucanos. Fique-se só na Alemanha. O sisudo Helmut Kohl, chanceler por 16 anos e artífice da reunificação do país, foi pego na botija com dois milhões de marcos em doações ilegais. Seu sucessor, Gerard Schröeder, assinou um contrato de € 1 bilhão com a Gazprom, a gigante russa da energia; deixou o cargo e, semanas depois, foi empregado pela Gazprom e passou a dispor de ganhos dignos de um Fred. Os ministros da Defesa e da Educação da atual chanceler, Angela Merkel, tiveram que renunciar por terem falsificado seus currículos, o que é considerado roubo intelectual na Alemanha.

    Há investigações de casos grotescos de corrupção na cúpula da política na Espanha, na Grécia, na Irlanda, na Inglaterra e na Itália. Frente à roubalheira europeia, a brasileira (incluindo a dos estádios da Copa e a mal-ajambrada suruba de alianças eleitorais) soa canhestra. Não se está a sugerir que os políticos nacionais são varões de Plutarco e Garotinho é o seu Catão. Ou que o Estado está aí para isso mesmo. Ou que aqui se rouba menos nas altas esferas do que algures. Ou que o ser humano é corrupto por natureza. As abstrações interessadas e a indignação udenista aplainam o caminho dos candidatos a Bonaparte, como diria Joaquim Barbosa.

    Mas conviria estudar o assunto objetiva e desapaixonadamente. Com o fito de entender se o modelo econômico dominante necessita da corrupção política. Se o incremento da desigualdade social tem ligação com a proliferação dos escândalos políticos das últimas décadas. Se a democracia parlamentar implica no suborno. Se República avança ou regride aqui e lá”.

    Enfim, concordo com Jimi Hendrix: “Quando o Poder do Amor superar o Amor ao Poder, o mundo conhecerá a paz”……

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  11. Infelizmente a falta de senso crítico das pessoas que opinaram neste artigo, revela como nosso país está a merce de uma classe política medíocre, que não mede esforços para continuar no poder e realizar os desejos de uma minoria que se acham salvadores da pátria, mas na verdade estão destruindo as instituições brasileiras e cada vez mais se apoderando do país.

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    • Gostaria de ler uma sua análise crítica fundamentada, Reginaldo. Não vejo mérito algum em comentários com acusações adjetivadas gratuitas (tanto positivas quanto negativas), sem uma argumentação válida. Acredito que entendo seus sentimentos, mas a efusão de sentimentos não é suficiente para contribuir na construção de um Brasil mais justo, mais ético, mais pacífico, mais saudável. Abraço.

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