Primeiras impresses sobre a encíclica Lumen Fidei

 

 

                   

 

         A  Carta Encíclica Lumen Fidei vem como autoria do Papa Francisco. Mas notoriamente foi escrita  pelo Papa anterior, agora emérito, Bento XVI. Confessa-o claramente  o Papa Francisco: “assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto alguma nova contribuição”(n.7). E assim deveria ser, pois caso contrário não teria a nota do magistério papal. Seria apenas um texto teológico de alguém que, um dia, foi Papa.

 

       Bento XVI queria escrever uma trilogia sobre as virtudes cardeais. Escreveu sobre a esperança e o amor. Mas faltava sobre a fé, o que fez agora com pequenos complementos do Papa Francisco.

 

       A Encíclia não traz nenhuma novidade espetacular que chamasse a atenção da comunidade teológica, do conjunto  dos fiéis e do grande publico. É um texto de alta teologia, rebuscado no estilo e carregado de citações bíblicas e dos Santos Padres. Curiosamente cita autores da cultura ocidental como Dante, Buber, Dostoiewsky, Nietzsche, Wittgensstein, Romano Guardini e o poeta Thomas Eliot. Vê-se claramente a mão de Bento XVI, especialmente, em discussões refinadas de difícil compreensão até para os teólogos, manejando expressões  gregas e hebraicas, com soe fazer um doutor e mestre.

 

       É um texto dirigido para dentro da Igreja. Fala da luz da fé  para quem já se encontra dentro no mundo iluminado pela fé. Nesse sentido é uma reflexão intrasistêmica. Ademais possui uma diccção tipicamente ocidental e européia. No texto só falam autoridades européias. Não se toma em consideração o magistério das igrejas continentais com suas tradições, teologias, santos e testemunhos da fé. Cabe apontar esse solipsismo pois na Europa vivem apenas 24% dos católicos; o resto se encontra fora, 62% dos quais no assim chamado Terceiro e Quarto Mundo. Posso me imaginar um católico sulcoreano, ou indiano, ou angolano ou moçambicano ou mesmo um andino lendo esta Encíclica. Possivelmente todos estes entenderão muito pouco do que lá se escreve, nem se encontram espelhados naquele tipo de argumentação.

 

       O fio teológico que perpassa a argumentação é típico do pensamento de Joseph Ratzinger como teólogo: a preponderância do tema da verdade, diria, de forma quase obsessiva. Em nome desta verdade, se contrapoõe frontalmente com a modernidade. Tem dificuldade em aceitar um dos temas mais caros do pensamento moderno: a autonomia do sujeito e o  uso que faz da luz da razão. J. Ratzinger a vê como uma forma de substituir a luz da fé.

 

       Não demonstra aquela atitude tão aconselhada pelo Concílio Vaticano II que seria: nos confrontos com as tendências culturais, filosóficas e ideológicas contemporâneas, cabe primeiramente identificar a pepitas de verdade que nelas existem e a partir dai organizar o diálogo, a crítica e a complementariedade. Seria blasfemar contra o Espírito Santo imaginar que os modernos somente pensaram  falsidades e  inverdades.

 

       Para Ratzinger o próprio amor vem submetido à verdade, sem a qual não superaria o isolamento do “eu”(n.27). Contudo sabemos que o amor tem a suas próprias razões e obedece a outra lógica, diversa sem ser contrária, àquela da verdade. O amor pode não ver claramente, mas ve com mais profundidade  a realidade.  Já Agostinho na esteira de Platão dizia que só compreendemos verdadeiramente o que amamos. Para Ratzinger, o “amor é a experiência da verdade”(n.27) e “sem a verdade a fé não salva”(n.24).

 

       Esta afirmação é problemática em termos teológicos pois toda a Tradição, especialmente, os Concílios tem afirmado que somente salva “aquela verdade, informada pela caridade”(fides caritate informata). Sem o amor a verdade é insuficiente para alcançar a salvação. Numa linguagem pedestre diria: o que salva não são prédicas verdadeiras mas práticas efetivas.

 

       Todo documento do Magistério é feito por muitas mãos, tentando contemplar as várias tendências teológicas aceitáveis. No final o Papa confere o seu jeito e lhe dá o aval. Isso vale também para este documento. Na sua parte final, provavelmente, pela mão do Papa Francisco, nota-se uma notável abertura que se compagina mal com as partes anteriores, fortemente doutrinárias. Nelas se afirma  enfaticamente que a luz da fé ilumina todas as dimensões da vida humana. Na parte final a atitude é mais modesta:”A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas é uma lâmpada que guia nossos passos na noite e isto basta para o caminho”(n.57). Com exatidão teológica se sustenta que “a profissão de fé não é prestar assentimento a um conjunto de verdades abstratas mas fazer a vida entrar em comunhão plena com o Deus vivo”(45).

 

       A parte mais rica, no meu entender, se encontra no n. 45 quando se explana o Credo. Ai se faz uma afirmação que desborda a teologia e tangencia a filosofia:”o fiel afirma que o centro do ser, o coração mais profundo de todas as coisas é a comunhão divina”(n.45). E completa:”o Deus-comunhão é capaz de abraçar a história do homem e introduzi-lo no seu dinamismo de comunhão”(n. 45).

 

       Mas se constata na Encíclia uma dolorosa lacuna que lhe subtrae grande parte da relevância: não aborda as crises da fé do homem de hoje, suas dúvidas, suas perguntas que nem a fé pode responder: Onde estava Deus no tsunami que dizimou milhares de vida ou  em Fukushima? Como crer depois dos massacres de milhares de indígenas feitos por cristãos ao longo de nossa história, dos milhares de torturados e assassinados pelas ditaduras militares dos anos 70-80? Como ainda ter fé depois dos milhões de mortos  nos campos nazistas de extermínio? A encíclica não oferece nenhum elemento para respondermos a estas angústias. Crer é sempre crer apesar de…A fé não elimina as dúvidas e as angústias de um Jesus que grita na cruz:”Pai, por que me abandonaste”? A fé tem que passar por este inferno e transformar-se em esperança de que para tudo existe um sentido,  mas escondido em Deus. Quando se revelará?

 

 

 

 

 

38 comentários sobre “Primeiras impresses sobre a encíclica Lumen Fidei

  1. La reflexión que nos deja esta enciclica es que el nuevo papa es un vocero de Ratzinger,en cuanto a las angustias mi amigo te puedo dar una respuesta,que tal vez te parezca imposible de creer en el mundo occidental,la teología latina basada en la metafísica,nos habla de un posible Dios,la teología oriental nos habla de un Dios sensible.
    La teología de la gracia en la tradición occidental no llega o esta distorsionada por eso el hombre en si no puede elevarse y trascender plenamente.Solo posible en la iglesia primitiva donde la gracia llega plena y caminar se hace posible,las angustias desaparecen al reencontrarnos con la plenitud,no posible en la herejía.

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  2. Caro Leonardo, meu Irmão,

    Ainda que – em muito – possa concordar com a sua visão sobre esta encíclica, há uma questão que aborda e que, se não for ousadia, gostava de o ver explanar:

    Quando afirma que este é um documento europeu, ocidental, com citações de pensadores da “velha Europa”; quando diz que nela perpassa toda uma – diria eu – mundividência cultural e filosófica repleta de “alta teologia” … a ponto de não poder ser entendida pelos “simples fiéis” … pergunto: de que outra forma poderia ser feita? Haverá teologia sem filosofia? E haverá filosofia sem os “grandes” que a construiram?

    Uma encíclica tenderá a ser uma de duas coisas: ou um texto teológico (que deve ser “mastigado” dentro da Igreja e, depois, transmitido de forma “mais pastoral” aos fiéis; ou um texto exortativo e pastoral, e aí talvez se fique por uma superficialidade sem novidade.

    Bem sei que o nível de cultura teológica dos fiéis católicos é baixo (paupérrimo, até, quando comparado com alguns cristão da Reforma) … e isso é a “nossa culpa e pecado” que, com a intemporal ideia de que a Igreja é para todos (e é-o de facto), pensamos que todos são para a Igreja… mas isto é outro tema e outra abordagem.

    Depois de tantos “considerandos”, o que eu lhe pergunto, meu Irmão, com toda a simplicidade franciscana que o envolve e me encanta, é se, no seu entender, seria possível a Roma ou ao Papa, construir um texto que cumulativamente fosse teológico e pastoral, imerso dos valores culturais de todas as culturas do mundo, e suficientemente claro para todos o entenderem?

    Confesso que, na minha pouca sabedoria, texto assim só os Evangelhos…. e, mesmo assim, porque Nosso Senhor “abusou” das histórias e das parábolas para nos mostrar o Reino de Deus. Afinal, todos nós ainda somos um Filipe em biusca do rosto do Pai.

    Graça e Paz, meu Irmão Boff.

    Aristides Dourado, ofs

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    • Aristides,
      Eu acho que o Papa Francisco se escrevesse ele mesmo a enciclia, seria pastoral e não doutrinal. Esta enciclia é tão abstrata e sofisticada em termos de elaboração que eu mesmo,depois de 50 anos de teologia, tenho dificuldade de entender. Imagineo povo.
      Para que fazer concorrência com os teólogos? Um papa deve falar ao coração dos fieis ou então é melhor calar e não escrever nada. Com vc diz muito bem: bastam os evangelhos
      lboff

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      • Não é preciso ser doutor para entender a encíclica, o problema é a “metralhadora” verborrágica de Boff, que “filtra um mosquito e engole um camelo”. Procura com uma lupa os erros dos autênticos católicos que defedem o que a Igreja ensinou em 2000 anos de existência, mas esconde as desgraças promovidas pelos sequazes de Marx no mundo inteiro.
        Senhor Boff, “Não há nada de oculto que não venha a ser revelado, e nada de escondido que não venha a ser conhecido.” (São Mateus X, 26).
        As mentiras marxistas estão com os anos contados. A tua maior raiva Boff, deve ser as milhões de conversões à Sagrada Tradição Católica ocorrida com Bento XVI: Missas no rito de São Pio V (o Latim te dá ojeriza, não?), fiéis combatendo o aborto e o homossexualismo, defendendo a moral católica. Que lindo, não é, senhor Genésio?

        “Por fim, Meu Imaculado Coração triunfará” (pra raiva do senhor Genésio).

        KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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      • Rogerio,
        Leia a encíclia ae veja o que vc entende dela. Eu mesmo tive dificuldade de compreensão tal é o nivel de abstração do texto, eu que já sou teologo ha 50 anos e fui aluno de Ratzinger. Não se pode produzir um texto dirigido tb ao Povo de Deus sem qualquer sentido pastoral e facilitando-lhe a compreensão. Entao é melhor não escrever nada. Tudo o mais é vaidade.
        lboff

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      • Genésio, fé esperança e caridade são virtudes teologais, não cardeais.
        Assim fica difícil de entender mesmo… E outra, entre Bento XVI, O Papa Francisco e Genésio, eu fico com quem?

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  3. Concuerdo con usted “fratello”. Yo creo que el problema de la Verdad (cf. Lumen Fidei 24 y 27) debe ser puesto entre paréntesis, para no caer en una autoreferencialidad eclesiástica, y abrir la Verdad como Alteridad y Trascendencia, justamente para habilitar el diálogo ecuménico e interreligioso. El regreso a la Verdad como objetividad, cierra nuevamente las puertas a un diálogo profundo con la modernidad, y con un progreso eclesial. Hay que esperar nuevos vientos… y que las virtudes cristianas no queden en el concepto.

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  4. Leonardo Boff tem razão. Existem textos com profundo fundamento teológico, e ao mesmo tempo com decisivo contexto pastoral, que todos e todas entendem e interpretam, mesmo depois de muitos anos. Por exemplo o famoso documento da CNBB Nordeste do Brasil:
    “Ouvi os clamores do meu Povo”, refletido e escrito a partir de realidades concretas de grandes populações sofridas e exploradas e fundamentado em uma “Teologia da Enxada” (José Comblin). Quando uma encíclica se ocupará com fundamento pastoral a partir das gritantes realidades humanas dos nossos dias? Aumento da Monopolização da Terra para Produção de Alimentos, ampliação sistemática do Comércio de Armas, e tantos pecados capitais mais, provocados em muitos casos por Governos e oligarquias que se chamam cristãos…Uma nova Encíclica que tenha como tema franciscano “La Madre Tierra” e o Sofrimento do Povo de Deus. E que possa ser refletida no coração dos fieis e divulgada nas comunidades. Credibilidade do novo Papa também na forma e no conteúdo de suas mensagens universais.

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  5. Esse será sempre o problema da TL… Distorcer a fé e questiona-la no seu âmago como nos últimos parágrafos do texto acima!
    O “desgaste” da fé pode sim ocorrer para os poucos esclarecidos quando se deparam com o nosso nada perante as catástrofes naturais como o tsunami, ou sobre o efeito social ao longo dos séculos que levaram sofrimento aos diversos povos do mundo através de guerras, atentados, etc.
    Ausência divina?
    A questão é “em quem por a fé?” Na política ou num Emanuel?
    A encíclica é rica em teses doutorais e doutrinais, vazia em palavras para não doutos e de fato rica demais até para os doutos. Mas o que me fez escrever é sobre o texto acima…
    Esperaremos de Pedro a resposta para a fé e seus questionamentos e “lacunas?”
    Desses “Pedros” devemos esperar somente uma direção espiritual e nada mais que isso. Desses até mesmo seu primeiro negou à fé por três vezes.
    Titubear na fé é próprio do crente e esteve presente não só em catástrofes morais ou naturais! Batista titubeou “será que é ele ou devemos esperar outro”, Francisco duvidou, João da Cruz se embaraçou!
    Lembra daquela musiquinha “hj se a vida é tão sofrida, deve-se a culpa e a indiferença dos Cristãos”?
    Mergulhamos fundo demais em desvendar os mistérios divinos e teológicos e nos esquecemos simplesmente de combater os dardos inflamados do maligno!
    (Não. eu não sou da rcc rsrs)
    Nosso querido Francisco ficava maravilhado com a teologia de Antônio… Mas humildemente era Antônio que, no ápice do seu sabor pedia auxilio à Francisco!
    Concluindo… Não há respostas! Tudo já foi revelado! A simplesmente paz!
    A paz interina que Deus quer que sintamos cada qual no seu intimo!
    A paz de espirito mesmo nas tribulações do mundo! A paz e serenidade de Sebastião ao ser “flechado”, a paz de Paulo ao ser degolado, a paz do Bruno (um Zé ninguém) ao falar com o Leonardo Boff rsrs…
    Manter-se conectado ou em comunhão com Deus é desligarmos de nossas razões e sermos singelamente conduzidos pelo espirito santo!
    Quando Lemos a bula de um remédio ficamos “interpretando” com o nosso ponto de vista os efeitos colaterais?
    Francisco ao ler o evangelho simplesmente leu! E de lá seguiu amiúde o ensinamento!
    A igreja por ser conduzida por homens peca, por que todo seu corpo é humano! Mas a cabeça é Cristo… Não é simplesmente um jargão ou uma frase com sentidos teológicos… É apenas manter-se firme naquilo que está escrito! Como Francisco!

    (Falei besteira?) rsrs
    Sabe quem me ensinou isso?
    Frei Gregório de agudos… Havia um telescópio lá, e eu vivia me questionando sobre os astros, etc… Ele ja no fim da vida… Me serviu com doces palavras!!!!
    Sou jovem ainda, e só quis escrever sobre o ponto em especial do texto acima que me chamou atenção!

    Abs

    Bruno Longhi

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  6. Documento Magistral direcionado não aos doutos mas aos que simplesmente tem FÉ! As falácias relacionadas ao documento e sua estrutura tanto como a quem a redigiu estão intimamente ligadas a uma verdade própria, característica de quem quer ser deus nestes dias turbulentos onde todos tem uma verdade e nenhuma destas verdades coloca o homem diante de Deus, mas, coloca-o diante de si mesmo. A FÉ é simples como um grão de mostarda capaz de arremessar um monte sobre as águas! Simples! Força de Deus que habita naqueles que não são deuses! Simples!

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  7. As inteligências fechadas embora tenham seu mérito,pois são até muito preparadas pensam pouco no que que se lhes apresenta, às vezes, até servem como elementos inibidores para que novos pensamentos surjam.Não avançam.Um abraço, Isabel

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  8. Graça e Paz !
    Quando tivermos uma Igreja planificada e não piramidal, como a de hoje, certamente teremos outra Lumen Fidei onde o AMOR será a única coisa que iluminará a fé.
    Deus é amor !
    Como falar de amor se o alto clero insiste permanecer no topo dessa pirâmide vendo o povo ser massacrado pelo sistema econômico atual (universal) e nada fazer para que isso se reverta.
    Um pastor que vê sua ovelha sofrer e nada faz, não pode ser considerado pastor.

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  9. A fé em Deus nos ilumina e conduz. Somos batizados e é como batizada que escrevo. Estamos no coração da Trindade e é nesse coração que “entenderemos” os ensinamentos da Igreja. Entendo que os teólogos tem que contribuir para o entendimento mas, receio que um texto já com todos esses considerandos antes que os próprios fiéis tenham podido ter contato com o texto em si mesmo, podem induzir a lê-lo já com preconceitos….
    Ressalto a grande abertura do Papa Francisco em “escrever” este texto com Bento XVI, isso sim é uma manifestação de fé em Deus que atua no coração e na mente dos cristãos. Como diz o ditado: “as palavras movem mas os exemplos arrastam”.
    Wanda Conti / Campinas – SP

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  10. Acho que o Frei Leonardo Boff tem que estender um grandioso perdão à Igreja e num gesto de obediência, deixar de minimizar a fé católica , da qual não consegue se afastar. A diferença dos santos e isto lhe sirva como exemplo, e a sua grande diferença, é a humildade diante da Igreja de Cristo. Teologia por si só não nos faz grande diante de Deus, mas o amor, sim. Tem que deixar de ser o baluarte da contradição religiosa e se ater na fé, ao que nos aproxima de Deus e da sua Igreja. Teólogo que quer caminhar sozinho, termina herege.. Que Deus o abençoe e guarde dos ventos do holismo e da Nova Era e que o Espírito sopre em sua consciência, a verdadeira fé.

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    • Aparecida, gostei dessa: “Teólogo que quer caminhar sozinho, termina herege.” Acho que é bem por aí que os TL’istas estão andando, sozinhos, invejosos, reclamando sempre do que os Papas fazem ou fizeram, que quando Bento XVI foi eleito ao sólio de Pedro, só faltaram abrogar a Igreja de Cristo.
      Sr. Leonardo Boff, vê se entende duma vez por todas que a Igreja não é uma “ONG piedosa” (Papa Francisco, Homilia, Missa Pró Ecclesia, de encerramento do Conclave, 14 de Março de 2013, Capela Sistina, Palácio Apostólico do Vaticano), o que o sr. e tantos outros Teólogos da Libertação, tem que entender é que se precisa de verdade, e a verdade da Igreja está em Cristo, que disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja, te darei as chaves do céu e da terra, o que ligardes na terra será ligado no ceu, o que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 16, 13-18), então só posso supor que se a Verdade de Cristo é a Verdade da Igreja, Ele provê a Verdade ao Pedro de Hoje, ao Papa Francisco, que, conjuntamente com o seu predecessor, fizeram um documento magistral, de acordo com os 2000 anos que a Igreja possui e sem TL’ismos, que destruíram a Igreja, Sacrossanta Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil e na américa do sul, pois seus discursos vazios de Deus, querem transformar a Igreja numa ONG, discurso imanenstista que só supõe Deus no outro e vice versa, sr. teólogo, peça um perdão a Igreja, pois pelo visto, ainda não saiu totalmente, e entre em uma comunhão com o Santo Padre, não o ataque, pois se estás fazendo isso estás atacando o Próprio Cristo, que fez dele Papa.
      Seja consciente, que a Igreja de Cristo não o satisfaz, ou não dá as repostas que queres, simplesmente se afaste dela, e nunca mais toque no nome dela, mas se queres ser CATÓLICO seja um bom católico fiel a Jesus Cristo, seus Evangelhos, e consequentemente ao Sólio de Pedro, que por inspiração do Espírito Santo está ocupado pelo Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio, S.I.)!!!

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      • Arthur
        Vc não é piedoso é pietista. Leia o que o teólogo J.Ratzinger diz de Pedro e do Papa num livro que está em portugues O Povo de Deus. Diz ele que um cristão adulto deve saber quando Pedro é pedra sobre a qual se constroi a Igreja e quando Pedro é Satanás, como Cristo o chamou, por não entender os designios de Deus. Vc tem que manter esta dialética se não nunca será livre e adulto. Continuará com o catecismo e infaltilizado.
        lboff

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  11. Não irei fazer grandes comentários sobre este texto, um tanto quanto tendencioso! somente quero, em minha humildade, fazer uma pequena correção: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE…NÃO são Virtudes Cardeais e sim VIRTUDES TEOLOGAIS!
    Deus os abençoe e que Maria, Mãe da Igreja os mostre o Caminho!

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  12. Falta-te a fé, Leonardo; fé nas palavras da escritura: “Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus.” Fé nas palavras do próprio Cristo “Quem quiser vir após mim, tome a sua Cruz e siga-me”. Fé nas palavras da Igreja que canta no Salve Regina, “ a vós suspiramos gemendo e chorando nesse vale de lágrimas”.
    Perdoe-me chamá-lo de “homem de pouca fé” que não é movido pelas “coisas do alto” e por isso se escandaliza com as mazelas deste mundo passageiro.
    Disse uma vez Jesus a Pilatos “Se meu reino fosse deste mundo…”, e tu ainda vês a Cristo como um revolucionário social? Jesus disse uma vez: “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” e tu ainda o vês como um robin hood da da Palestina? Cristo veio para as coisas do alto, não para nos fazer ganhar o mundo inteiro, e sim para ganhar à nossa alma a salvação eterna.
    Eu realmente não sei como alguém pode subverter a toda a doutrina de Cristo em algo meramente materialista.

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  13. A Encíclica é acessível à todos, mas infelizmente são os poucos os que estudam para compreender o que se está lendo.

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  14. Caro Boff, respeito sua opinião e não posso contrariá-la, afinal não fiz a leitura da encíclica ainda. Só tenho um questionamento: Por qual motivo não destacastes entre as barbáries ocorridas no século passado, no último parágrafo, aquelas motivadas pelos regimes de cunho marxista?

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  15. Há quem critique a Igreja por algumas suas faltas ou pecados.
    A Igreja é Santa e também pecadora!!!
    A Inquisição em Portugal em todo o tempo vitimou 653 homens e 522 mulheres! Houve 26.249 penitenciados! (Fortunato de Almeida)
    O comunismo no séc. XX matou 100.000.000 de pessoas!
    50 Milhões na China!
    25 Milhões na União Soviética!
    O nazismo matou 20 milhões!
    O comunismo matou em média num só dia o que a Inquisição fez em todos séculos da sua existência! (Mártires do Séc. XX – Robert Roal)

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    • ATM
      Esqueceu de dizer os milhões que o capitalismo anda matando no mundo inteiro, por fome, doenças e superexploração.Não precisa ir longe é so olhar ao nosso redor.
      lboff

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      • Em primeiro lugar o atm está errado. A Igreja não é Santa e também pecadora, ela é apenas SANTA, pois é a esposa de Cristo e a esposa dele não pode ser pecadora. Quem são pecadores são os homens.

        Já Boff, o capitalismo não mata nem dá vida a ninguém, simplesmente porque nem uma ideologia ele é. O capitalismo é apenas um SISTEMA ECONÔMICO. São os homens que matam por avareza, exploração e toda sorte de vício.

        O erro do comunismo, que é uma ideologia, é este, achar que todos estes vícios serão extirpados do homem simplesmente por uma nova organização da sociedade. Portanto o comunismo se roga a ser um novo messias, um salvador, um cristo. Como já existe um verdadeiro Cristo o comunismo é o anti-cristo.

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      • Boff,

        ao julgar pela resposta que você deu ao ATM, só está faltando você dizer que a Igreja fomenta o capitalismo e que Bento XVI é o maior capitalista selvagem que você já conheceu.

        Alguns dos teus amigos pseudos marxistas, são os capitalistas mais ferozes que andam por aqui no Brasil.

        Você não consegue viver longe da Igreja. Ela é atraente mesmo. A força de Jesus Cristo é tão grande que somos atraídos para a sua igreja.

        Voltaire explicou isto muito bem. Dizia o inimigo confesso da Igreja que a fé católica é fogo inextinguível. Não conte com o fim da Igreja Sr.Boff !

        Fui protestante por quase 20 anos e não conseguia ficar longe da Igreja Católica um só dia. Sempre pensando no fascínio que ela exercia sobre mim.

        Com você não é diferente. Renda-se. Aproveitemos o exemplo de Joseph Ratzinger e exercitemos o desapego e a dignidade em recuar. Assim como o brilhante papa emérito, possamos ser os menores entre todos. Você conhece o conselho dos grandes padres: “Fora da Igreja Católica não há salvação.”

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  16. Prezado Leonardo,

    Seu texto é interessante, contudo, causa-me estranheza o fato de alguém que se diz teólogo há tantos anos ter dificuldades para entender a mensagem contida na encíclica.

    Sou convertido à fé católica há dois anos e confesso que entendi perfeitamente a mensagem. Ademais, seu texto foi desvirtuado quando, ao final, são apresentados questionamento simplistas e ingênuos, típicos da TL. Aliás, meu filho de 06 (seis) anos, vez ou outra, me faz esses mesmos questionamentos.

    A verdade é que as respostas a tais questionamentos não nos afastam da fé, pelo contrário, faz com que nos aproximemos da Verdade. Ora, se não somos marionetes nas mãos de Deus e, em verdade, somos apenas viajantes nesta vida, como esperar que Deus intervenha diretamente no mundo, de modo a salvar milhares de vidas de uma catástrofe natural – esta objeto da acção direta do próprio homem no mundo. De igual modo, todas as injustiças ocorridas ao longo da história da humanidade são ações diretas do homem no mundo.

    O Cristão vive na graça de Deus e devemos, pela fé, Nele confiar. Não preciso ser feliz neste mundo. É claro que desejamos ser felizes, mas não necessariamente devemos fazer desta busca nosso principal objetivo. Afinal, sabemos que esse anseio só encontra resposta em Deus – somente em Deus seremos plenamente felizes.

    A fé é justamente isso, acreditar – mesmo que todas as forças do mundo estejam dizendo o contrário. É remar contra a maré, em um mundo materialista e cruel. Ora, Jesus não prometeu prosperidade para nenhum de seus seguidores, pelo contrário, disse que seríamos entregues aos lobos. De fato, todos os discípulos foram mortos, a exceção de João Evangelista, em Patmos – e Judas, o escariotes.

    Deus é amor, mas também é justo juiz. Essa falsa teologia de que devemos, em nome do amor, promover melhorias nesse mundo, de modo que todos sejamos felizes, é uma grande falácia. De igual modo, é uma falácia antiga colocar a fé em dúvida aos questionar onde estava Deus nas catástrofes e assassinatos ao longo da história, promovidos por ação direta do homem. Ora, mais numerosos são os abortos diários.

    O Verdadeiro cristão está entregue à morte todos os dias. Pede, na elevação: Senhor dai-me o dom da Fé mesmo diante da morte e do sofrimento; que eu seja luz para o mundo. Essa luz para o mundo é o testemunho vivo de sua fé – e isso não tem relação com esse “amor” capaz de satisfazer suas necessidades imediatas. O verdadeiro amor é aquele capaz de levar ao cristão ao seu destino final, a salvação – e esse caminho somente é trilhado pela fé.

    Paz em Cristo.

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  17. Boff, você diz para o Eugênio em um comentário mais acima:

    “Eugenio,
    Fique fom Jesus e seus evangelhos que vc estará melhor acompanhado.
    lboff”

    Você deu o tom protestante ao debate, “Fique com Jesus”.

    Sim. Mas quem é Jesus ?

    Vivemos na época do relativismo. Tem Jesus Marxista de tantos. Tem Jesus do aborto de Macedo. Tem Jesus vendedor de tv a cabo de RR Soares. Tem Jesus que não é DEUS do apóstata Santiago. Tem Jesus do divórcio. Tem Jesus da nova era. Tem Jesus para todos os gostos.

    Para conhecermos o Jesus verdadeiro temos que aprender de uma fonte confiável.

    Lembra-te do que o mestre disse a Pedro quando ele perguntava aos apóstolos sobre o julgamento deles sobre quem ele era ?

    Jesus disse a Pedro que o pai do céu que lhe havia revelado quem ele era. O pai do céu é quem revela e não a leitura particular do evangelho. E o pai revela através da Igreja.

    Por isto se diz que a fé vem pelo ouvir.

    As perguntas feitas pelo cego ou por Pilatos ainda ecoam ? “Quem é Jesus para que eu possa segui-lo” , ou, “És tu o filho de DEUS ?”

    Ficar com evangelho de Jesus ??? Simples assim Boff ?

    Esta é a teologia de Martinho Lutero que produziu o livre exame que culminou na Babel protestante e suas 50.000 seitas divergentes entre si.

    Para conhecermos o verdadeiro Jesus é preciso ouvir a coluna e sustentáculo da verdade, definida pela própria Bíblia como a Igreja.

    E como você sabe, para fundar uma igreja duas coisas são necessárias, A primeira é morrer em uma cruz e a segunda retornar dos mortos. A primeira os homens não querem e a segunda os homens não podem(Napoleão Bonaparte).

    Ademais, a mesma Bíblia também proíbe a interpretação privada. Proíbe a minha interpretação e a tua.

    Mas se você não acha que o Papa é infalível ou talvez sua Igreja, é possível que você comungue do pensamento protestante de que não há infalíveis na terra. Nem mesmo Ex Catedra.

    E se não há infalíveis na terra, Boff também não é infalível l.

    E se Boff não é infalível, talvez esteja errado quando critica a Igreja.

    Jesus também disse que devemos ouvir aqueles que ele enviou. E ele enviou os apóstolos e seus sucessores.

    E você Boff que manda o Eugênio ficar como evangelho de Jesus ?

    Você tem ouvido aqueles que Jesus constituiu na terra como seus sucessores ou você tem ouvido a você mesmo ?

    Santo Agostinho disse uma vez: “Se você crê apenas no que gosta do evangelho, não é no evangelho que você crê , mas em você mesmo.”

    Que pena Boff ! Uma mente brilhante como a tua a serviço da Igreja seria um tesouro inestimável e motivo de grande alegria para todos.

    Grato pelo espaço democrático e respeito a liberdade de expressão.

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  18. Nada de novo no Universo! Não é com esta linguagem teológica, altamente académica e inacessível para o comum dos homens, que a Fé deve ser divulgada na era das novas tecnologias… Desta análise, salvam-se os Artigos 52 (sobre Família) e 58 (Virgem Maria) desenvolvendo ideias que todos entendem…. e que eu também aprovo!

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  19. Os ataques, as vezes infantís, contra Leonardo Boff neste blog säo täo ignorantes como a mistificaçäo ao novo Papa, como reformador da Igreja. Ele nāo reformará a Igreja, muito menos a Curia. Para muitos, ele é nada mais que um álibi, por alguns modestos comportamentos pessoais. Canonizará em breve a dois Papas, um dos quais duro e prepotente, e ao sucesor do sinistron”santo” da Opus Dei. Sempre esteve bem relacionado com o Opus Dei. E com a Ditadura Sangrenta do General Videla. Veremos se ele pedirá desculpas ao Padre Ernesto Cardenal, a Leonardo Boff, a Dom Pedro Casadáliga, ao Mons. Romero, aos Jesuitas assassinados, e a tantos mártires argentinos e latinoamericanos que sāo os verdadeiros Santos.

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